quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A Síndrome de Down na Visão Espírita



Paulo de Tarso, o extraordinário “Apóstolo dos Gentios”, em excelsa inspiração escreveu aos Gálatas (6:8) afirmando que se o homem semeia na carne, na carne expiará (ceifará a corrupção). Para quem tem “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, não interpretando a Escritura segundo a letra que mata mas segundo o espírito que vivifica, o apóstolo aponta para a necessidade do espírito humano, que haja cometido algum delito contra alguém ou praticado equívocos de conduta numa existência, em corrigir tal situação em existência posterior. Precisando dessa correção para alívio da própria consciência traumatizada pelo erro, vivencia a experiência da doença ou das deficiências físicas ou mentais. As leis divinas pois, não nos castigam mas nos auxiliam a retomar o caminho evolutivo normal. É o que ocorre com os espíritos que precisam da deficiência denominada Síndrome de Down, pela qual resgatam algum problema do passado.

O próprio Jesus, referindo-se a nossa inclusão nos mundos expiatórios afirmou que “…dali não sairíamos enquanto não pagássemos até o último ceitil”, referendando igualmente a necessidade evolutiva do Espírito humano. Nossas aflições no entanto podem advir não só de vidas anteriores como também desta mesma vida, como resultado de nossa imprevidência na atual existência.
A Síndrome de Down, é uma dessas situações ligadas a problemas de vidas anteriores.

Normalmente, cada uma das nossas células possui 46 cromossomos, que são iguais, dois a dois. A causa da Síndrome de Down no corpo físico, resulta daquilo que os cientistas chamam de “acidente genético”, devido á presença de um cromossomo 21 a mais nas células. É chamada de trissomia do cromossomo 21, erro que, segundo a Medicina, não está no controle de ninguém. Esse “acidente genético” que acarreta a Síndrome de Down ocorre em uma para cada 500 crianças nascidas, caracterizando-se por deficiência mental e anomalias no desenvolvimento ósseo e de vários órgãos internos, em 95% dos casos. Os demais casos também são explicados pela Ciência Médica, mas sempre do ponto de vista materialista ou físico.
Evidentemente o Espiritismo concorda com as informações das pesquisas médicas, obtidas no árduo e sério trabalho investigativo do homem na busca da etiologia das doenças.

O que a Ciência Espírita no entanto acrescenta é que o acaso não existe pois não há erro ou injustiça segundo a Doutrina Espírita. Aquele “acidente genético” ocorre na realidade pela presença do espírito, que tem alguma “conta” a acertar com a Justiça Divina e que se liga á célula ovo ou zigoto no momento em que esta se constitui na fecundação humana. Esse espírito tem um campo energético próprio, agindo não somente na atração dos gametas sexuais, como também na intimidade do zigoto, em plena elaboração do ser embrionário. Essa tese é espírita e é absolutamente racional como hipótese científica. A ciência materialista dita oficial, evidentemente, ainda não aceita tal tese, já que não investigou o espírito. Aos poucos no entanto vai chegar lá como já chegaram inúmeros pesquisadores e estudiosos das causas atuais e anteriores das doenças e deficiências que acodem á espécie humana. O novo paradigma da Medicina, em futuro bem próximo, tenho certeza, é aquele que admitirá, em bases científicas, a existência do espírito, como principal componente do homem integral, ou seja, do ser cósmico criado por Deus.
Agora mesmo, cientistas da Universidade do Texas, E.U., bem como do Instituto Weizmann de Israel, proclamam que óvulos se comunicam com espermatozóides, enviando-lhes sinais para guiá-los até às trompas de Falópio, tornando possível a fecundação, acreditando os pesquisadores que o sinal emitido pelo óvulo é um componente do líquido que o circunda. Sem serem espíritas, confirmam a tese espírita de que todo efeito inteligente tem sempre uma causa também inteligente, podendo-se deduzir que pode estar ali o espírito reencarnante, ligado vibratóriamente á sua futura mãe, exercendo ação sobre o óvulo, atraindo depois o espermatozóide que lhe é afim por estar com ele sintonizado energeticamente, dentro da faixa evolutiva em que se encontra. Isso não é história não. São dados de pesquisas recentes do Dr Américo Domingues Nunes Filho, presidente da Associação Médico-Espírita do Rio de Janeiro.

De qualquer forma, precisamos respeitar e amar o deficiente, seja qual for a lesão de que seja portador.
A compreensão da Lei Divina da Reencarnação nos inspira nesse sentido.

Ciro Francisco Amantéa

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Palestra sobre Farmacologia e Espiritualidade

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terça-feira, 29 de novembro de 2011

"TESE DE DOUTORADO" SOBRE "MÉDIUNS ESPÍRITAS"


DOUTOR E MÉDICO EM PSIQUIATRIA DEFENDE "TESE DE DOUTORADO" SOBRE "MÉDIUNS ESPÍRITAS"
        Alexander Moreira de Almeida é médico e doutor em psiquiatria pela USP – Universidade de São Paulo, coordenador do NEPER – Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e director técnico e clínico do HOJE – Hospital João Evangelista. O fato de registo, é que o doutor Alexander de Almeida defendeu sua Tese de Doutorado sobre “Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns_espíritas" recorrendo a dezenas de médiuns espíritas e a várias associações espíritas de São Paulo, onde concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal de Espiritismo.
  • Como médico psiquiatra, o que o levou a escolher tal Tese de trabalho, para o seu doutoramento: “Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas"?
    • A.M.A – A importância que as vivências mediúnicas tiveram e ainda têm nas diversas civilizações e, mesmo assim, serem praticamente inexploradas no meio académico.
  • Como os seus examinadores e a própria Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, viram a sua Tese de Doutorado?
    • AMA – Muito bem. Sempre recebi todo o apoio do Departamento de Psiquiatria da USP, da FAPESP (Fundação de Amparo À Pesquisa do Estado de São Paulo), bem como a banca teve uma postura muito científica: - rigorosa, mas aberta.
  • E o orientador da Tese de Doutorado? Quem foi?
    • AMA – Francisco Lotufo Neto, professor livre-docente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.. 
  • Quem foram seus examinadores?
    • AMA –
      • Prof. Dr.. Paulo Dalgalarrondo, Doutor pela Universidade de Heildelberg (Alemanha), livre-docente em Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas);
      • Prof. Dr. Leonardo Caixeta, psiquiatra, doutor em Neurologia pela Universidade de São Paulo, professor da UFG (Universidade Federal de Goiás);
      • Prof. Homero Vallada, livre-docente, Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Londres, maior especialista em genética psiquiátrica no Brasil e pelo
      • Prof. Dr. Paulo Rossi Menezes, psiquiatra e epidemiologista, doutor pela London Universisty, livre-docente da faculdade de Medicina da USP. 
  • Existiu algum critério específico para a composição da Banca Examinadora?
    • AMA – Que fossem pesquisadores destacados e que estudassem áreas relacionadas ao tema da tese. 
  • Durante seu estudo, verificou por certo o grau de escolaridade dos médiuns espíritas. São eles incultos e ignorantes como se diz?
    • AMA – 46,5% dos médiuns tinham escolaridade superior ou superior com pós-graduação. O Censo Brasileiro de 2000 mostrou que o Espiritismo é a única religião em que a proporção de adeptos aumenta quanto maior o nível educacional do segmento estudado.
  • Os médiuns espíritas sofrem de transtornos dissociativos, psicóticos ou transtornos de personalidade múltipla?
    • AMA – Eles também podem apresentar estes e outros transtornos mentais, como qualquer indivíduo, no entanto, a prevalência de problemas psiquiátricos entre os médiuns estudados foi menor que o encontrado na população geral. (Ver: Doença mental e Mediunidade)
  • Então os médiuns espíritas não são esquizofrénicos?
    • AMA – Não, eles são até mais saudáveis que a população geral. Isto, apesar de terem muitas vivências alucinatórias e de influência que normalmente são consideradas como sintomas clássicos de esquizofrenia. 
  • Como a mediunidade é vista pela medicina?
    • A.M.A – Como a expressão de uma manifestação cultural, religiosa, que não necessariamente é patológica. Sobre a explicação de sua origem, habitualmente é considerada como um fenômeno dissociativo em que se manifestam conteudos do inconsciente do indivíduo. No entanto,estas ideias são baseadas em muitas opiniões e poucas pesquisas
  • A mediunidade é causa de doenças mentais?
    • AMA – Apesar de, historicamente, nos últimos 150 anos ter se acreditado nisto, não há evidências a este respeito. 
  • Quais os possíveis mecanismos neurofisiológicos da mediunidade?
    • AMA – Desconheço estudos a este respeito, tudo que eu dissesse seria meramente especulativo. 
  • Alguns colegas defendem que a glândula_pineal é o órgão sensorial da mediunidade. Sabemos que essa hipótese não é nova. O espírito de André_Luiz através do respeitado médium Francisco_Cândido_Xavier trouxe de novo a “lume”. Qual a sua opinião?
    • AMA – Há uma longa história de associação da pineal com o Espírito, isto vem desde Descartes. Do ponto de vista científico, desconheço qualquer estudo trazendo evidências da pineal se relacionar com mediunidade. Entretanto, sem dúvida é uma interessante hipótese a ser testada. 
  • Sendo médico e doutor em psiquiatria, o que é a mediunidade?
    • AMA – Penso que a mediunidade é uma manifestação de uma habilidade humana que tem estado presente na maioria das civilizações ao longo da história. A origem destas vivências em muitos casos, acredito, podem estar realmente no inconsciente dos médiuns. Entretanto, há um considerável número de casos em que esta explicação é insuficiente, a pontando para alguma fonte externa ao médium
  • Como relaciona psiquiatria, espiritualidade e mediunidade?
    • AMA – A psiquiatria deve estar interessada numa visão abrangente e multifacetada do ser humana, assim a espiritualidade deve ser levada em conta, como todas as demais dimensões da existência humana. Por fim, a mediunidade é uma vivência que pode nos revelar muito sobre o funcionamento da mente e sua relação com o corpo. Muitos de nossos trabalhos na área podem ser acessados na página www.hojenet.org no item “teses & artigos”. 
  • Como distingue em seus pacientes “mediunidade” com distúrbios meramente neuropsicológicos?
    • AMA – Esta pergunta não admite uma resposta simples. Faz-se necessária uma avaliação cuidadosa e ampla da pessoa, o que ela tem vivenciado, suas crenças e seu contexto social e cultural. Em linhas gerais, para uma certa vivência ser considerada indicativa de um transtorno mental, deve estar associada a sofrimento, falta de controle sobre sua ocorrência, gerar incapacitação, coexistir com outros sintomas de transtornos mentais e não ser aceita pelo grupo cultural ao qual pertence o indivíduo. 
  • Ao receber um paciente portador de faculdade mediúnica, como conduz o caso?
    • AMA – Trato o transtorno mental existente além de recomendar que o paciente continue com suas práticas religiosas. No entanto, se ele estiver com desequilíbrios mais graves, inicio o tratamento farmacológico e psicoterápico e solicito o afastamento das atividades mediúnicas. No entanto, recomendo que continue participando das demais atividades religiosas (palestras, orações, cultos, passes...)
  • O seu estudo reuniu a maior amostra de médiuns espíritas alguma vez investigada na área médica no mundo. A sua tese já teve repercussões no meio médico ou em algum centro de investigação universitário? Quais?
    • AMA – Tenho apresentado os resultados da tese em congressos científicos no Brasil e nos EUA, como por exemplo o Congresso Brasileiro de Psiquiatria e International Conference on Mediumship promovido pela Parapsychology Foundation.
  • Nesses congressos científicos, como os investigadores brasileiros e norte-americanos reagiram à sua investigação?
    • AMA – Muito bem, demonstrando bastante interesse. 
  • Como vê a doutrina espírita, codificada por Allan Kardec?
    • AMA – Como uma proposta bem fundamentada de se fazer uma investigação científica e com bases empíricas de fenômenos antes considerados metafísicos e fora do alcance da ciência. 
  • O que é o NEPER – Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo?
    • AMA – É um grupo de estudos interdisciplinar das relações entre religiosidade saúde. É composto por psiquiatras, neurologistas, historiadores, psicólogos, antropólogos, filósofos. Não está vinculado a nenhuma religião, se prende apenas à rigorosa investigação científica nesta área. 
  • Que mensagem gostaria de deixar aos médicos europeus?
    • AMA – Na Europa já existem iniciativas muito interessantes na área da espiritualidade, como a Fundação BIAL em Portugal, a Society for Psychical Research e muitos médicos britânicos que investigam o tema, bem como a disciplina de parapsicologia da Universidade de Edimburgo, além de iniciativas das Associações Médico-Espíritas. Que continuem se interessando e investigando cada vez mais as desafiadoras e fascinantes relações entre espiritualidade e ciência
        DADOS DA INVESTIGAÇÃO:
  • Total: 115 médiuns espíritas
    • Mulheres: 76,5%
    • Média de Idade: 48 anos
    • Desemprego: 2,7%
    • Curso superior: 46,5%
    • Média de anos no espiritismo: 16 anos
    • Possuíam mais de 3 tipos de mediunidade;
    • Incorporação: 72%
    • Psicofonia: 66%
    • Vidência: 63%
    • Audiência: 32%
    • Psicografia: 23%
    • Exerciam a mediunidade por semana: 7 a 14 vezes 
        PRINCIPAIS CONCLUSÕES:
  • 1- Os médiuns espíritas diferiam das características de portadores de transtornos de personalidade múltipla e possuíam uma alta média de sintomas de primeira ordem para esquizofrenia, mas estes não se relacionavam aos escores de outros sintomas psiquiátricos e não se relacionavam a problemas no trabalho, família ou estudos.
  • 2- A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia.
  • 3- A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de personalidade múltipla.
Texto: Luís de Almeida
DR. LUIS DE ALMEIDA-XV-CONGRESSO ESPIRITA ESPAÑOL-2007-João Cabral
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José Martins Filho
prof. titular, emérito da Unicamp
médico pediatra, membro da Academia Brasileira de Pediatria.
Rua antonio Lapa 430, Campinas, SP - BRASIL.. CEP 13025-241
tels(19) 32510511// 98206842

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A ABORDAGEM ESPÍRITA DA DEPRESSÃO



O que é, por que e como ela surge.
Médicos e renomados médiuns espíritas ensinam como vencer este mal.

Por Erika Silveira
Um estado de tristeza constante que persiste por mais de quinze dias consecutivos, queda de energia, vontade e interesse; alterações no apetite, sono e desejos sexuais, podem significar os primeiros sintomas de uma crise de depressão. É um problema que atinge um número cada vez maior de pessoas nos tempos atuais, mas como prevenir e combater este mal da vida moderna?

Nesta entrevista, o médico neuropsiquiatra e psicoterapeuta, dr. Franklin Antonio Ribeiro, dirigente do Grupo Espírita Hosana Krikor e membro do Núcleo de Estudos dos Problemas Espirituais e Religiosos (NEPER), do Instituto de Psiquiatria da USP, esclarece quais são seus principais agentes causadores e como a ciência e a doutrina espírita podem trabalhar juntas.

A depressão pode ocorrer em qualquer idade?

Acontece em todas as idades, inclusive na infância. Uma tese apresentada em um congresso de psicanálise em Roma, no ano de 1953, mostrou que a falta de carinho e atenção pode causar depressão. A experiência foi realizada com 165 meninos que conviveram com as mães durante pelo menos seis meses e depois se afastaram por algum motivo. No primeiro mês, os bebês começavam a chorar mais, se tornavam tristes e mantinham distanciamento das pessoas que se aproximavam. No segundo, já não tinham a mesma qualidade no ganho de peso e altura e no terceiro, se as mães não retornassem, passavam a adquirir infecções com maior facilidade. Alguns chegavam a falecer. No caso das mães voltarem, os bebês se curavam da depressão. Isso mostra que o amor é um elemento valioso para tratar o problema.

A depressão pode ocorrer também na adolescência, tendo como sintoma mais comum a irritabilidade, aliás, o número de jovens com depressão vem aumentando devido ao uso exagerado do álcool e das drogas. O álcool é o maior agente depressor de todos. Mexe com o sistema controlador do humor, levando o indivíduo a ter alterações de comportamento. À principio, o álcool desinibe, por isso a maioria das pessoas gosta de beber, só que se houver predisposição genética, pode ocorrer a dependência.

Já na terceira idade, ocorre alteração de memória. O esquecimento exagerado é um sinal no idoso.

Como a depressão é analisada do ponto de vista médico, humanístico e espiritual?

A depressão tem várias faces. Do ponto de vista humanístico, o amor, desde a infância, é fator primordial e começa dentro da família. Se há uma relação sincera entre os parceiros, a criança vai crescer dentro de um lar estruturado, mesmo com todas as dificuldades naturais de uma relação humana. O indivíduo aprende desde cedo a lidar com a insatisfação, com as crises, com o respeito, amizade, desprendimento e outros aspectos importantes nos relacionamentos.

Muitas vezes, se a pessoa está com a auto-estima baixa, sem autoconfiança, desanimada, desinteressada, sem prazer na vida e sente que alguém se interessa por ela, sua imunidade melhora muito. O ser humano precisa se sentir reconhecido. Sem isso, começa a sentir uma sensação de vazio e angústia.

O deprimido tem equívocos em relação ao que pensa sobre si mesmo. O indivíduo não se conforma com aquilo que está podendo ser e o que gostaria de se tornar.

Do ponto de vista médico, a depressão é uma falta de neurotransmissores no cérebro, que necessita de medicamento, ou seja, de um controle químico.

Pelo ângulo espiritual, a culpa, o remorso, a mágoa e o ressentimento levam a pessoa a estados depressivos, podendo causar o desenvolvimento de doenças psicossomáticas e até mesmo câncer. Portanto, o amor e o perdão que a doutrina espírita tanto nos ensina são sentimentos também preventivos.

Quais são os tipos de depressão?

Na depressão primária o indivíduo nasce com falta de neurotransmissores e com doses de remédio e amor a depressão pode ser evitada. Lembramos também que a depressão recebe os fatores genéticos. Estudos com irmãos gêmeos comprovam o fato.

Na secundária, há fatores que podem desencadear a depressão como alguns medicamentos que afetam o humor, períodos pós-cirurgia, pós-parto, pré-menstruais, menopausa, entre outros.

O que fazer diante dos sintomas de uma depressão?

Primeiro procurar um médico psiquiatra para que não sejam tomados remédios ministrados de forma errada.. Cada paciente necessita de um antidepressivo específico. Se além do remédio, da terapia, dos cuidados com o sono, com a alimentação e das relações, o deprimido fizer um tratamento espiritual com passes magnéticos, água fluidificada e leitura do Evangelho, tanto melhor. O tratamento completo engloba o biológico, psicológico, social e espiritual.

Como prevenir?

Se o fator genético for muito forte, pode-se evitar os fatores psicológicos e espirituais. Psicologicamente, podemos ensinar a criança a lidar com a falta das coisas e das pessoas, estabelecendo limites. Educar é frustrar, porque a vida na Terra possui perda, dor, sofrimento e inevitavelmente passaremos por situações assim. Se formos educados desde cedo a enfrentar as situações, estaremos mais bem equipados. Se a cada sofrimento os pais derem um presente, ou de certa forma, satisfizerem o princípio do prazer o tempo inteiro, estarão criando seres inseguros, rebeldes, que aprenderão a ver na matéria a solução para seus problemas. Ao contrário disso, devem ensinar o princípio do perdão, da verdade, sinceridade, respeito, lealdade, companheirismo e diálogo.

A verdadeira prevenção está no autoconhecimento, no amor a si mesmo e ao próximo, tendo consciência de que os seres humanos são como são, e não da forma como gostaríamos que fossem. Só conseguimos compreender o outro, quando nos compreendemos, aprendendo a aceitar, a lidar com a insatisfação. Não há como prevenir depressão senão passarmos por nós mesmos. Deus está dentro de nós, então agradeça a Ele pela vida. Quando o temporal passa, surge um lindo sol.


A MEDITAÇÃO NO COMBATE À DEPRESSÃO

Apesar das técnicas de meditação serem ensinadas pelos orientais há séculos, estão sendo descobertas e utilizadas recentemente pelos ocidentais.

Humberto Pazian, autor do livro Meditação - Um Caminho para a Felicidade, relata em sua obra como os conceitos, técnicas e experiências na prática da meditação podem auxiliar as pessoas a se sentirem mais felizes e realizadas. “Se entendermos que uma perfeita interação entre corpo, mente e espírito, nos fará atingir a verdadeira felicidade e reconhecermos a meditação como um caminho para alcançá-la, só nos faltará um pouco de determinação para criarmos em nossas vidas uma pequena porta para que adentre a Grande Luz”, diz. Existem variados tipos e técnicas para meditarmos, como a meditação zen-budista, hindu etc. A seguir, Pazian esclarece alguns pontos básicos sobre meditação.

O que é meditação e seus principais benefícios?

Existem diversas explicações e sentidos, de acordo com cada escola ou organização de estudos. No meu modo de entender, gosto de dizer que meditar é “estar” com Deus e isso traz paz e harmonia.

Quanto tempo a pessoa necessita para praticar?

Apenas como exemplo, Jesus “estava com Deus” todo o tempo e a sua vida é conhecida de todos nós pela sua grandeza.

Como estamos ainda no início de nossa caminhada evolutiva, alguns minutos pela manhã e pela noite, diariamente, são um excelente começo.

Como a meditação pode ajudar no tratamento da depressão?

A depressão não acontece de um dia para o outro, pois é um processo lento que vai se alojando e desarmonizando nosso ser. A prática da meditação vai trazendo novamente a harmonia e a eliminação do estresse que existe nesses casos, além de servir também como método preventivo.

Existem técnicas certas para meditar?

É só começar a buscar a presença Divina em todo o momento possível e sem dúvida a maneira mais apropriada chegará até você.

Ensine um exercício simples que as pessoas possam praticar se estiverem se sentindo cansadas e desanimadas.

Se possível, a pessoa deve acordar um pouquinho mais cedo do que o habitual, procurar um cantinho sossegado e sentar-se calmamente. Esquecer de tudo; horários, obrigações, tristezas e alegrias e concentre-se na respiração; inspirando e expirando com tranqüilidade. Observe seus pensamentos, mas não se fixe neles. Após um breve período pense em Deus, procurem senti-lo com todo o amor que haja em seu coração e se deixe levar por essa sensação indescritível.

Quais têm sido os benéficos relatados pelas pessoas que leram o livro e passaram a praticar?

São inúmeros casos que nos chegam de pessoas que mudaram suas vidas em vários sentidos após a prática regular da meditação. No meu caso, por exemplo, posso assegurar que para realizar o trabalho espiritual que entendo como minha tarefa, a meditação tem sido fundamental. Não sei se seria possível sem ela.

Como utilizar a prece aliada à meditação no auxílio ao combate à depressão?

Orar pedindo, acreditando na melhora, meditar com amor e fazer por merecer a cura buscando no Evangelho o caminho a seguir.

Deixe-nos uma mensagem.

Num estado crônico de depressão é sempre importante procurar o auxílio de um profissional, seja médico ou terapeuta habilitado, além da ajuda espiritual. Porque como foi dito, o quadro depressivo não surge de um momento para o outro e a meditação - que é o nosso desejo de “estarmos com Deus” - tem sido um excelente método preventivo, não só contra a depressão, mas contra todos os males que surgem ou atingem nossos espíritos.


DEPRESSÃO

Joanna de angelis / Divaldo Pereira Franco
Mensagem extraída da obra Receitas de Paz


A depressão tem a sua gênese no espírito, que reencarna com alta dose de culpa, quando renteando no processo da evolução sob fatores negativos que lhe assinalam a marcha e de que não se resolveu por liberar-se em definitivo. Com a consciência culpada, sofrendo os gravames que lhe dilaceram a alegria íntima, imprime nas células os elementos que as desconectam, propiciando, em largo prazo, o desencadeamento dessa psicose que domina uma centena de milhões de criaturas na atualidade. Se desejarmos examinar as causas psicológicas, genéticas e orgânicas, bem estudadas pelas ciências que se encarregam de penetrar o problema, temos que levar em conta o espírito imortal, gerador dos quadros emocionais e físicos de que necessita, para crescer na direção de Deus.

A depressão instala-se, a pouco e pouco, porque as correntes psíquicas desconexas que a desencadeiam, desarticulam, vagarosamente, o equilíbrio mental.

Quando irrompe, exteriorizando-se, dominadora, suas raízes estão fixadas nos painéis da alma rebelde ou receosa de prosseguir nos compromissos redentores abraçados. Face as suas cáusticas manifestações, a terapia de emergência faz-se omprescindível, embora, os métodos acadêmicos vigente, pura e simplesmente, não sejam suficientes para erradicá-la. Permanecendo as ocorrências psicossociais, sócio-econômicas, psico-afetivas, que produzem a ansiedade, certamente se repetirão os distúrbios no comportamento do indivíduo conduzindo a novos estados depressivos.

Abre-te ao amor e combaterás as ocorrências depressivas, movimentando-te em paz na área da afetividade com o pensamento em Deus.

Evita a hora vazia e resguarda-te da sofreguidão pelo excesso de trabalho. Adestra-te, mentalmente, na resignação diante do que te ocorra de desagradável e não possas mudar.

Quando sitiado pela idéia depressiva alarga o campo de raciocínio e combate o pensamento pessimista. Açodado pelas reminiscências perniciosas, de contornos imprecisos, sobrepõe as aspirações da luta e age, vencendo o cansaço.

Quem se habilita na ação bem conduzida e dirige o raciocínio com equilíbrio, não tomba nas redes bem urdidas da depressão. Toda vez que uma idéia prejudicial intentar espraiar-se nas telas do pensamento obnubilando-te a razão, recorre à prece e a polivalência de conceitos, impedindo-lhe a fixação.

Agradecendo a Deus a benção do renascimento na carne, conscientiza-te da sua utilidade e significação superior, combatendo os receios do passado espiritual, os mecanis mos inconscientes de culpa, e produze com alegria. Recebendo ou não tratamento especializado sob a orientação de algum facultativo, aprofunda a terapia espiritual e reage, compreendendo que todos os males que infelicitam o homem procedem do espírito que ele é, no qual se encontram estruturadas as conquistas e as quedas, no largo mecanismo da evolução inevitável.



TRISTEZA
Irmão José / Carlos A. Baccelli
Mensagem extraída do livro Lições da Vida


Não permitamos que a triste nos mergulhe na depressão.

A apatia é abismo profundo do sairemos apenas à custa de muito esforço.

Não nos entreguemos, inermes, aos problemas que nos rodeiam, ensimesmados na tristeza.

Os que se rendem ao desanimo transformam-se em pacientes psiquiátricos, vitimados por estranha anemia de ordem moral.

Quando sentirmos que a tristeza insiste em se demorar conosco, ocupemos as nossas mãos e a nossa mente no serviço do bem. deixemos a poltrona do comodismo e desintoxiquemo-nos no suor da caridade.

Se abatidos espiritualmente no reconhecimento das próprias imperfeições, sintamo-nos incentivados à luta, ao invés de admitirmos a derrota.

Reajamos contra a melancolia, sacudindo o seu jugo de nossos ombros.

Reparemos que em nossos caminhos, de fato, “as bênçãos são muito mais numerosas do que as dores”. Observemos os exemplos de quantos se encontram lutando com limitações maiores que as nossas, sem que lhes escutemos uma reclamação sequer. No livro dos Provérbios, cap. 17, v. 22, está escrito: “O coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos”.

(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 24, paginas 06-10)

Nostalgia e Depressão



As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão. 
O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre. 
Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a 
liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia. 
A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser. lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual. 
Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional. 
A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico. 
Esse deperecimento emocional, fez-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos. 
A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional. 
Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz, sendo 
utilizado com precisão na função que lhe diz respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve. 
Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e enarmonias perturbadoras na conduta psicológica. 
No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido 
existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da vida. 
À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade. 
Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo. 
Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia, ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma. Todavia, quando tais ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos. 
A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente. 
O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de 
exteriorização. 
Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos, ciúmes, ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga emocional perturbadora. 
Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão. 
É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo 
superando o estado depressivo. 
Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgraças próprias ou alheias, um falso estoicismo contribuem para que o fechar-se em si mesmo, se transforme em um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos outros. 
Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma explosão de lágrimas, todavia, se não estiver interessado profundamente em desembaraçar-se da couraça retentiva, fechando-se outra vez para prosseguir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e as ocorrências desagradáveis, permanecerá ilhado no transtorno depressivo. 
Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm. 
Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de determinação e desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular, e podem ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos... 
Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou feminina, determinando-se por não continuar a existência. A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a estado depressivo com indução ao suicídio. 
Esse sentimento de fracasso, de impossibilidade de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão ou 
rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e, quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido. 
Nesse capítulo, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o processo depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótico, direcionando o paciente para a etapa trágica da autodestruição. 
Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos. 
O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu 
processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da idéia depressiva, da autocompaixão, 
facultando campo para a renovação mental e a ação construtora. 
Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força. 
Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética (Reich, commo também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis. 
A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para tanto, ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorrendo, geram mais 
complexidades e dificuldades de recuperação. 
Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional. 
O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais. 

Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco

CONTRIBUIÇÃO ESPÍRITA AO TRANSTORNO BIPOLAR



(matéria publicada na Folha Espírita em agosto de 2006)
Dr. Luiz Antônio de Paiva é médico psiquiatra e vice-presidente da Associação Médico-Espírita de Goiás

O transtorno bipolar é uma doença funcional do cérebro relacionada aos neurotransmissores cerebrais, que provoca oscilações imprevisíveis do humor, que vai da depressão aos estados mais elevados, chamados de hipomania ou mania.
Afetando em torno de 1% da população, distribuído igualmente entre homens e mulheres, o TB (transtorno bipolar) permanece como crônico em 1/3 dos acometidos, perdurando por toda vida. Surge geralmente na terceira década de vida e os sintomas depressivos predominam na maior parte do tempo.
Conquanto receba o nome de transtorno bipolar do humor, ele tem subespécies em que só se manifesta a mania ou a depressão ou estados mistos de mania e depressão, em que predomina a irritabilidade. Comumente, quando se apresenta com o predomínio dos sintomas depressivos é mal diagnosticado como depressão maior e tratado erroneamente com antidepressivos somente, o que piora o quadro.
Por isso, o diagnóstico deve ser feito por profissional qualificado, após exame clínico acurado e colhida história detalhada da enfermidade e sua evolução.
Sabe-se que o transtorno funcional dos neurotransmissores como noradrenalina, serotonina e dopamina desempenham papel fundamental na doença, e estudos mostram uma base genética também, pois incide mais freqüentemente em algumas famílias.
Conquanto existam os fatores predisponentes, há também as situações desencadeantes, geralmente associadas ao estresse ambiental ou uso e abuso de substâncias psicotrópicas, legais e ilegais.
Pelo que você pode observar, até agora analisamos apenas os fatores biológicos e ambientais, ficando uma lacuna nos aspectos psíquicos e espirituais. Há fatores intrapsíquicos, como a estrutura de personalidade, que joga como um fator de facilitação para a emersão do estado patológico.
Aqui, de igual forma, torna-se impossível separar os fatores espirituais, cármicos, dos fatores psíquicos, pois ambos procedem de uma mesma fonte, qual seja, o espírito imortal.
Torna-se vital avaliarmos o papel que desempenha o cérebro e o corpo físico como um todo no processo da evolução espiritual. O cérebro e o sistema endócrino-humoral são um grande sistema cibernético ou computadorizado, de natureza analógica e não digital, isto é, responde às gradações de forma gradual e não pelo tudo ou nada. Isso faculta ao cérebro ser um meio modulador dos impulsos mentais advindos do espírito, atenuando-os ou potencializando-os, conforme as necessidades adaptativas ou educativas da interação espírito-matéria.
Assim sendo, as tendências patológicas agem como um alarme, fazendo o espírito automodular-se nas tendências e paixões. É a própria Lei de Causa e Efeito a serviço da educação, finalidade maior de sua existência no grande plano pedagógico de Deus.
À guisa de metáfora, seria como um mau motorista que, notório abusador dos recursos do veículo, desgastando-o prematuramente no descontrole da velocidade e nas frenagens, arriscando-se e levando riscos aos outros, recebesse como parte do seu processo reeducativo um veículo com deficiência nos freios, obrigando-o a restringir a velocidade e a utilizar marchas adequadas, de modo a lhe permitir o devido controle no direcionamento veicular.
Assim, podemos melhor compreender a injunção cármica dos transtornos mentais como um todo, que servem de recursos retificadores dos trânsfugas espirituais que, destarte, corrigem em si mesmos os desvios das paixões alucinantes, do suicídio direto e indireto, dos abusos da inteligência e de outras formas de viciação e alienação do espírito.
No âmbito do tratamento, embora a própria enfermidade seja em si mesma uma forma de cura da causa original do problema, a providência divina concedeu à medicina humana os meios paliativos e mesmo efetivos de controlar, digamos, o descontrole. No caso do transtorno bipolar temos uma imensa gama de substâncias chamadas de estabilizadores do humor que se utilizam no tratamento de crise e no de longo prazo dessa devastadora doença.
Sob o ponto de vista espiritual, strictu sensu, a reforma íntima, a vigilância e a oração, o propósito no bem, as ações beneficentes constituem-se na melhor profilaxia e tratamento. Não raro, os portadores de TB trazem um séquito de cobradores do passado que podem vir a ser soezes obsessores, complicando um quadro já em si complexo e difícil. O transtorno bipolar do humor parece ser um facilitador da manifestação de faculdades mediúnicas, o que junto às afinidades espirituais do passado e os seus compromissos, vulnerabilizam sobremaneira o enfermo, que se torna assim presa fácil de múltiplos fatores alienantes. É desnecessário dizer que a utilização da terapêutica espírita é de grande valia, se acompanhada do devido esforço regenerativo por parte do doente.

PSICOSE E REENCARNAÇÃO

Cartões de crédito cancelados, cheques sem fundo a serem cobertos, explicações devidas no trabalho, desculpas a serem pedidas, lembranças intermitentes ( O que foi que eu fiz? ), amizades cortadas ou esvaziadas, um casamento terminado. E sempre: Quando isso vai acontecer de novo?. Quais dos meus sentimentos são reais? Qual dos meus 'eus' sou eu? O selvagem, o impulsivo, o caótico, o vigoroso e o amalucado? Ou o tímido, retraído, desesperado, suicida, cansado e fadado ao insucesso?"

O relato é de Kay Redfield, dentre Episódios da Doença Maníaco-Depressiva catedrático de Medicina em universidades norte-americanas e autoridade mundial nos Transtornos Afetivos. 

Quando buscamos uma compreensão clara das doenças mentais, esbarramos num cipoal de definições de difícil consenso que reportam-nos à fala de Viana de Carvalho: 

"Em face da complexidade e multiplicidade de tais desvios; uma classificação exata dos fenômenos psicóticos é sempre difícil ... "
E o doente mental? Seguramente, como todos nós, é um transgressor das Leis Divinas, "doido", padecente de "dores mentais superlativas". 

No presente trabalho, visamos à integração dos conhecimentos científicos às valiosas contribuições da Doutrina Espírita, buscando uma visão mais dilatada do caminho complexo das "psicoses". 

"Transtornos" que são efeitos de causas incitas nesta e noutras existências, concluímos que a Lei de Ação e Reação age em sintonia com as Leis de Justiça que regem a vida universal, expressando-se na sua sintomatologia complexa e múltipla. 

A reencarnação lança novas luzes à nosologia e ao diagnóstico das doenças mentais, em especial dos "transtornos psicóticos", e as terapêuticas convencionais, aliadas à abordagem espírita, ampliam as possibilidades de tratamento das doenças mentais mais severas, limitantes e freqüentemente incapacitantes, dos relacionamentos interpessoais, da vida proofissional e das relações sociais. 

1 - CONCEITUAÇÃO DAS PSICOSES 

·"Doenças mentais de desestruturação profunda do pensaamento, podendo levar a alterações afetivas, cognitivas, de sennso-percepção, do juízo crítico da realidade, dispondo à perturrbação nas relações interpessoais e do comportamento". Oaspers)
·"0 significado tradicional do termo 'psicótico' enfatiza a perda do teste da realidade e o prejuízo do funcionamento mental - manifestado por delírios, alucinações, confusão e preejuízo da memória, desenvolvendo-se durante os últimos 30 anos, na utilização psiquiátrica comum, como sinônimo de graave prejuízo no funcionamento social e pessoal, com retraimennto social e incapacidade para desempenhar papéis ocupacionais domésticos e habituais. O grau de regressão do ego é usado também como critério para a 'doença psic6tica' C .. ) Devido a seus múltiplos significados, o termo perdeu a sua precisão clíínica nas pesquisas atuais". (Do livro: Porque Adoecemos, pág. 86, P edição). 

2 - A VISÃO ESPÍRITA 

Segundo o dr. Jorge Andréa, em Visão Espírita das Distonias Mentais: "As psicoses representariam os mais severos quadros das doenças mentais, com multiplicidade sintomática, quase sempre associadas em compilações psicológicas, de modo a traduzir graves e profundas lesões psíquicas(. .. ) São autênticas doenças da alma ou Espírito, em severas respostas cármicas, quase sempre demarcando toda a jornada carnaIC .. ) Os sintoomas, por não terem o devido esgotamento no campo do exausstor físico (personalidade), perduram e refletem-se em outra reencarnatóriaC .. ) Percebemos que estas energias mórbidas que necessitam obviamente de drenagem adequadas, exigem o conncurso de várias reencarnações para o seu escoadouro.

O doente mental sob a ótica espírita é seguramente um transgressor dos códigos çlas Leis Divinas e as desarmonias que se expressam nos sintomas psicóticos são respostas cármicas, efeitos de causas pregressas que exigem reabilitação compulsória. .

3 - CLASSIFICAÇÃO DOS QUADROS PSICÓTICOS

No livro Porque Adoecemos, o psiquiatra Roberto Lúcio Vieira de Souza propõe um quadro baseado no DMS - III (Maanual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, da Associação Psiquiátrica Americana, ao qual introduzimos alguumas adaptações, baseadas no CID-10 - classificação de transstornos mentais e de comportamento). O termo "transtorno" exxclui o uso de "doença" ou "enfermidade" e é usada aqui para indicar um conjunto de sintomas clinicamente associados, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais
.
Assim, a tradicional dicotomia neurótico - psicótico, que sustentava a antiga classificação das "perturbações mentais" desaparece. 

Transtornos Orgânicos Psicóticos: 

• Transtornos orgânicos psicóticos senis e pré-senis (demênncia). Ex.: Doença de Alzheimer (pode ter início precoce; maior incidência dos 65 aos 70 anos) . 

• Transtornos psicóticos decorrentes do uso do álcool. .Transtornos psic6ticos decorrentes do uso de outras subsstâncias psicoativas (drogas: opióides, canabióides, cocaína, aluucinógenos etc.). 

• Transtornos orgânicos psicóticos transitórios (distúrbios metabólicos, hipertireoidismo, febres, infecções). 

• Transtornos psic6ticos decorrentes de doenças, lesões e disfunções cerebrais ("crônicas": Lesões do SNC, 'ICE, disfunções cerebrais várias etc.). 

• Transtornos psicóticos orgânicos ou sintomáticos não esspecificados. 

• Transtornos psicóticos não atribuídos a condições físicas catalogadas anteriormente. 

• Esquizofrenia (paranóia: delirante; hebefrênica - início entre 15 e 17 anos; catatônica - alterações psicomotoras; simmples).
• Transtornos de humor (Episódio-maníaco, Episódio Depressivo, Transtorno Bipolar). 

• Transtornos delirantes (exclui Esquizofrenia paranóide, quadros orgânicos ou transtornos de humor). 

- Persecutórios: Ex.: Todos riem à sua custa; é uma vítima de tramas etc. 

- Hipocondríacos: seu corpo exala mal cheiro. 

- Grandeza, Megalomaníacos: Ex.: Deus lhe ensinou a cura do câncer. 

Diferem da Esquizofrenia paranóide porque, excetuando os delírios, o seu pensamento permanece sistematizado e lógico.
• Transtornos psicóticos com origem específica na infância (no CID 10 em Transtornos do Desenvolvimento Psicológico). Ex.: Autismo infantil; psicoses infantis, algumas síndromes, demência infantil. 

(Baseado em: Porque Adoecemos e CID 10 - Classificação dos Transtornos Mentais de Comportamento). 

4 - ABORDAGEM ESPÍRITA DOS TRANSTORNOS PSICÓTICOS 

Quando abordamos a nosologia sob o enfoque da Doutrina Espírita, lidamos com hipóteses sustentadas pela visão científica, pelas observações clínicas e, ainda, pela valiosa contribuição dos autores espirituais. Não queremos fechar a questão, mas antes abrir o nosso campo de observação, buscando auxiliarmos mais seguramente e, sustentados no paradigma espírita, ampliarmos nossa compreensão para melhor auxiliarmos. 

Os sintomas delirantes são explicados por Manoel Philomeno de Miranda, "sugerindo-nos" uma nosologia sob o enfoque espiritual: "O delito, que fica ignorado das demais pessoas, é conhecido do delinqüente, que o vitaliza com permanentes construções psíquicas, nas quais mais o oculta, destruindo a polivalência das idéias, que terminam por sintetizar-se numa fixação mórbida, que lentamente empareda o seu autor. Passam desconhecidos pelo mundo, esses gravames, que o eu consciente sepulta nos depósitos de memória profunda, ali permanecendo em gérmen, que irradia ondas destruidoras, envolvendo o criminoso ( ... ) 

Irrompem como 'depressões graves' ou como 'complexos de culpa', com fundamento real para eles mesmos, que se tornam desconfiados, acreditando-se perseguidos e fazendo quadros de torpes alienações, caindo nas malhas da loucura, ou nos abismos do suicídio, artifícios que buscam para aniquilar os dramas tormentosos que os esfacelam interiormente. As cenas hediondas que fixaram, retornam, implacáveis, cada vez mais nítidas, sem que quaisquer novas paisagens se lhes sobreponham ... " (Loucura e Obsessão, pág. 84) 

O autor espiritual, ampliando a compreensão da doença mental, deixa-nos aberto o caminho para adentrarmos nos profundos meandros dessas distonias. 

Outra hipótese sugestiva para a compreensão dos quadros psicóticos, nos é trazida pelo psiquiatra Jaider Rodrigues de Paulo em Porque Adoecemos e por achá-la lógica e esclarecedora passamos a examiná-la. 

A - Psicoses orgânicas e sintomáticas - organomentais: 

- Crescimento de uma lesão orgânica no cérebro resultando em massa tumoral; atrofia da massa encefálica com alterações do SNC, os TCE. (traumatismos crânio-encefálico); qualquer perturbação do SNC por lesão levando a alterações mentais. 

Não havendo negligência do indivíduo (imprudência), conduta irresponsável sugere que é problema cármico. 

- Impregnação do SNC por substâncias tóxicas (drogas, venenos, outros). Geralmente desaparecem os sintomas cessando a causa desencadeante. 

Se permanecem após a cessação da causa ou após curto período de utilização, há provável adoecimento por predisposição mórbida. (Ex.: Psicoses esquizofrênicas desencadeadas por drogas). 

- Oligofrenia - deficiência mental- com comprometimentos da massa encefálica. 

Pessoas inteligentes que lesaram seu patrimônio mental pelo mal uso dos atributos psíquicos. 

B - Psicoses senis - demências. 

Os de conduta exemplar, de vida regular, sem excessos, trata-se do provável fim de débito cármico.
Os usuários de drogas, alcoolistas e excessos de toda ordem, débito cármico em andamento.
C - Psicoses onde não predomina organicidade:
"Aqui o agente causal está no Perispírito, pois o corpo físico é modelado por ele ( ... ) A lesão encontra-se em outras dimensões da vida,. .. ) em elementos mais profundos, em especial no corpo mental ( ... ) "
- Esquizofrenia - segundo o dr. Jaider, o esquizofrênico genuíno deve portar lesão no corpo mental, de maneira que mesmo no plano espiritual esteja esquizofrenizado.
O dr. Bezerra de Menezes faz as seguintes considerações sobre a esquizofrenia:
"O esquizofrênico ( ... ) não tem destruída a afetividade, nem os sentimentos; somente os mesmos sofrem dificuldades para ser exteriorizados, em razão dos profundos conflitos conscienciais, que são resíduos das culpas passadas. E porque o Espírito se sente devedor, não se esforça pela recuperação, ou teme-a, a fim de não enfrentar os desafetos, o que lhe parece a pior maneira de sofrer do que aquela em que se encontra. Nesses casos, pode-se dizer, ( ... ) que a esquizofrenia se encontra no paciente, de forma latente, pois que, acentuamos, é-lhe imposta desde antes da concepção fetal."
"Rigidez, desagregação do pensamento, idéias delirantes, incoerência, são algumas alterações do comportamento esquizofrênico, originadas nos recessos do Espírito que, mediiante a aparelhagem fragmentada, se expressa em descontrole, avançando para a demência, passando antes pela fase das alucinações, quando reencontra os seus perseguidores espirituais que ora vêm ao desforço. Sejam, portanto, quais forem os fatores que propiciam a instalação da esquizofrenia, ( ... ) o que desejamos é demonstrar que o Espírito culpado é o responsável pela alienação que padece no corpo, sendo as suas causas atuais conseqüências diretas ou não do passado."
"Afetando o equilíbrio da energia espiritual que constitui o ser eterno, a consciência individual imprime, nas engrenagens do perispírito, os remorsos e turbações, os recalques e conflitos que perturbarão os centros do sistema nervoso e cerebral, (. .. ) mediante altas cargas de emoção descontrolada, que lhe danificam o complexo orgânico e emocional."
"Noutras vezes, desejando fugir à sanha dos inimigos, o Espírito busca o corpo como um refúgio, no qual se esconde, bloqueando os centros da lucidez e da afetividade, que respondem como indiferença e insensibilidade no paciente de tal natureza." (FRANCO, Divaldo P; MlRANDA, Manuel P. Loucuras e Obsessão)
- O esquizofrênico não tem destruída a afetividade e nem os sentimentos. Tem a dificuldade de exteriorizá-los devido a conflitos conscienciais, resíduos das culpas passadas (esquizofrenia latente) .
- Rigidez, desagregação do pensamento, idéias delirantes, incoerência têm origem nos recessos do Espírito.
- Alucinações reencontro com os perseguidores espirituais. "O Espírito culpado é o responsável pela alienação que padece."
- Fuga da sanha dos inimigos (o corpo é utilizado como um refúgio). Bloqueia os centros da lucidez e afetividade; reage com indiferença e insensibilidade.
- Psicopatas (distúrbios de caráter): imediatistas, primitivos nas emoções, rebeldia que se expressa na revolta, cruéis, irresponsáveis, com pouca consciência moral reflexiva; egoísmo extravagante. (André Luiz em No Mundo Maior: Perversidade é Loucura. Em Mecanismos da Mediunidade: " ... esses indivíduos vêm diretamente do Umbral para a reencarnação")
- Psicoses leves ou limítrofes: Apresentam distúrbios compatíveis com quadro psicótico, mas guardam certa lucidez. Podem estar em fase final de desequilíbrio do corpo mental ou no início de desestruturação da mente.
- Autistas: O dr. Bezerra em Loucura e Obsessão elucida: " ... Espíritos há que buscaram, na alienação mental através do autismo, fugir às suas vítimas e apagar as lembranças que os acicatam, produzindo um mundo interior agitado ante uma exteriorização apática, quase sem vida. O modelador biológico imprime, automaticamente, nas delicadas engrenagens do cérebro e do sistema nervoso, o de que necessita para progredir: asas para a liberdade ou presídio para a reeducação".
Alienação mental indica fuga das vítimas do passado culposo. A exteriorização é apática, quase sem vida.
- Obsessão: No livro: A Loucura sob Novo Prisma, esclarece-nos o dr. Bezerra acerca de loucura por obsessão espirítica: " ... Embora a loucura por obsessão não dependa de lesão cerebral, pode esta lesão vir a dar-se por causa da obsessão ( ... ). A lesão não é causa, mas pode vir a ser efeito. A ação fluídica do obsessor sobre o cérebro, se não for removida a tempo, dará necessariamente, em resultado, o sofrimento orgânico daquela víscera, mais profundo, quanto mais tempo estiver sob a influência deletéria daqueles fluidos".
5 - TRATAMENTO E CONCLUSÕES
"As exulcerações da alma são de gênese profunda, em conseqüências doridas no seu processo de cicatrização( ... ) Cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrrancadas em algumas palavras e induções psicológicas de breve duração ( ... ) Além dos muitos cuidados exigíveis, o tempo é fator de alto significado, para os resultados salutares que se desejem alcançar."
É importante observar que o diagnóstico bem direcionado é fundamental à orientação das medidas terapêuticas adequadas. Inúmeras condições orgânicas podem simular sintomas psicóticos. O hiper e o hipotiroidismo, por exemplo, podem gerar sintomas semelhantes aos transtornos do humor.
As terapêuticas utilizadas nos transtornos psicóticos situam-se em diferentes níveis de profundidade quanto à sua atuação:

• Medicamentosas: louvamos os esforços médicos na terapêutica medicamentosa que, em muitos casos, alivia os sintomas, mas não pode acessar as causas reais, que residem na consciência culpada. Todavia, alivia a constrição mental, oferecendo ao indivíduo condições de "pensar e sentir-se desembaraçado".
• Psicoterapias: individual, familiar, grupal e terapia ocupacional - sempre que possível auxiliar o doente mental a recuperar os princípios nobres, os estímulos à mudança e à auto-corrigenda.
• Terapêutica espírita: somente uma terapêutica de profundidade é capaz de acessar pacientemente as delicadas tessituras do modelo organizador biológico, restaurando o seu equilíbrio danificado, que se expressa nos transtornos mentais de natureza orgânica, não-orgânica e obsessiva, a terapêutica do Espírito eterno.
6 - CONCLUSÃO
A vontade, a gerente esclarecedora e vigilante da vida menntal, a grande propulsora, a força motriz do Universo, é a impulsionadora à autocura. Acionando-a, rumamos à saúde plena.
Jesus convida-nos a sair das nossas "paralisias" e caminhar ao encontro da saúde integral na figura simbólica do paralítico do lago de Betesta. Ele diz: "Vai, toma da tua cama e anda ... " Concluindo com Calderaro, em No Mundo Maior: "Em nossso campo de observação mais clara, podemos adir que todo desequilíbrio promana do afastamento da Lei".
Rosemeire Simões - Saúde e Espiritismo=A.M.E.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR – Aspectos orgânicos e espirituais”


Iso Jorge Teixeira
isojorge@globo.com

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No dia 04 de junho/2005, proferimos uma palestra na internet, Sala Filosofia Espírita, do Paltalk, a convite e sob a coordenação do confrade RAYMUNDO MOURA, com o tema “TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR – Aspectos orgânicos e espirituais” ... Naquela oportunidade recebemos inúmeras perguntas, e tentaremos reproduzi-las aqui com as nossas respostas. Antes porém, vamos à nossa palestra um pouco modificada, pois não a gravamos...

Vamos tentar expor aqui numa linguagem acessível também aos não-médicos, espíritas, um tema sobre o qual tem havido muita distorção, tanto no meio espírita quanto fora dele – o TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR (TAB)...

VISÃO RÁPIDA DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE TAB


No século 4 a.C., HIPÓCRATES, o pai da Medicina, descreveu a MELANCOLIA e a MANIA, separadamente... A Melancolia seria, segundo ele, decorrente do excesso de humor negro, de “bílis negra”, distribuída no organismo, daí o estado de espírito pessimista, o humor triste e a lentidão psíquica e motora. E a MANIA em sua acepção literal seria IMPULSO, para ele, uma “loucura alegre, agitada e pitoresca” .
Por volta do final do século 19, o psiquiatra EMIL KRAEPELIN juntou a Melancolia e a Mania num único quadro nosológico, chamado loucura maníaco-depressiva ou PSICOSE MANÍACO-DEPRESSIVA (PMD). Para KRAEPELIN, a PMD seria um quadro cuja evolução caracterizar-se-ia por FASES – ora a fase de exaltação do humor (maníaca), ora a fase de depressão do humor (depressiva) – e entre cada fase haveria o chamado “intervalo lúcido”, isto é, o paciente voltaria à normalidade após cada fase. A duração de cada fase é variável, em média de 4(quatro) meses...
Em meados do século 20, com a descoberta de substâncias antidepressivas e antimaníacas, modificou-se um pouco a terminologia, embora pouco ou quase nada se acrescentou ao conceito.  Não obstante, o conceito de DEPRESSÃO ampliou-se muito, a nosso ver, propiciado pela venda cada vez maior de medicamentos. Optou-se, assim, pelo conceito de “transtorno”, muito mais vago e amplo do que “PSICOSE”, assim o conceito de PMD foi substituído pelo conceito de Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), mantendo-se praticamente a mesma descrição clínica, embora outras entidades foram catalogadas como transtornos: a CICLOTIMIA e a DISTIMIA, sobre as quais não entraremos em detalhe pois escapam ao objetivo PRÁTICO desta nossa palestra, especialmente para  espíritas...

CAUSAS DO TAB


            O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é explicado como tendo causas CONSTITUCIONAIS, GENÉTICAS, BIOQUÍMICAS e PSICOLÓGICAS. Assim, o TAB é mais freqüente no sexo feminino, no biótipo pícnico (pessoas com face arredondada ou em forma de escudo pentagonal, com importante desenvolvimento do tecido adiposo, gorduroso, enfim, pessoas com a conformação corporal “atarracada”). Haveria uma alteração funcional dos níveis de SEROTONINA na terminação nervosa, isto é, na sinapse neuronal haveria pouca serotonina fisiologicamente ativa e isto é confirmado pela ação dos antidepressivos que agem fundamentalmente nos níveis das aminas cerebrais... Do ponto de vista psicológico, FREUD fez um trabalho importante ao distinguir a “Melancolia” do “Luto”, em 1913, isto é, demonstrou que na Depressão há perda importante da auto-estima, levando freqüentemente aos suicídios tentados ou consumados, o que não ocorreria no Luto, isto é, na Tristeza normal.
Já a psicanalista MELANIE KLEIN extrapolou ao conceber que haveria, no bebê, uma posição depressiva, em que o bebê não se distinguiria do seio materno, projetando “fantasias inconscientes” para o seio: ora seio bom, ora seio mau e assim, mercê dessas fantasias paranóides, o Ego do bebê sairia da POSIÇÃO ESQUIZOPARANÓIDE, esvaziando-se, para a POSIÇÃO DEPRESSIVA. Na vida adulta, o individuo “regrediria” a esta fase do desenvolvimento da libido. Já a MANIA seria explicada por M. KLEIN como uma “defesa do Ego contra a depressão”, o que seria verdadeiro na mania REATIVA e não na MANIA do TAB.
            A nosso ver, a interpretação psicanalítica kleiniana tanto da Depressão quanto da Mania seriam artificiosas, pois se já é difícil conceber-se o INCONSCIENTE infantil, como uma dimensão ôntica de um bebê, imagine-se uma “fantasia inconsciente”! Além disso, na Mania não há um “sorrir pra não chorar” – a euforia do maníaco não denota ao observador um disfarce, uma defesa contra a depressão, especialmente, nos casos de evolução sempre com fases maníacas...

TAB e OBSESSÃO

            O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), do ponto de vista espírita, seria um COMPROMISSO REENCARNATÓRIO de reajuste e evolução do Espírito, a nosso ver. Não concordamos com a tese de alguns confrades que dizem ser a Depressão uma OBSESSÃO. A maioria que assim afirma, desconhece o que seja verdadeiramente a DEPRESSÃO, assim o Dr. IZAIAS CLARO, que não é médico, escreveu um livro sobre o assunto ("Depressão – Causas, conseqüências e tratamento", Casa Edit. O Clarim, 6 ed., Matão – SP, Nov. / 99) e disse, dentre outras, a seguinte tolice: “O ressentimento é uma das causas mais freqüentes de depressão” (op. cit. p. 78), ou seja, ele demonstra desconhecer o que seja “ressentimento” e, muito menos, o que seja “depressão” e, menos ainda, o que seja “causa” de Transtorno mental!... Aí está o grande problema dos que não são médicos escreverem sobre assunto médico...

TAB – OS LEITORES E OS INTERNAUTAS PERGUNTAM
E NÓS RESPONDEMOS
           
Vamos , então, aproveitar trechos de um artigo que escrevemos no JORNAL ESPÍRITA, órgão da FEESP, em setembro/2000, Coluna SAÚDE MENTAL, p. 7, respondendo a uma leitora, Sra. ROSE RIBAS que, aliás, estava presente em nossa palestra na Sala FILOSOFIA ESPÍRITA, em 04 de junho/2005 e, a seguir, resumir as principais perguntas dos internautas e as nossas respostas. Aliás, estiveram presentes, em média 25 participantes “on line”...

Assim, recebemos mail , datado  de 22/02/00, que dizia:
          "Dr. Iso, li seu artigo no Jornal Espírita (fev. 00), o qual achei muito instrutivo. Vemos atualmente um número enorme de pessoas com depressão e na casa espírita em que trabalhamos, inúmeros são os pedidos para indicação de leituras e informações sobre depressão. Solicito ao Sr. a indicação de obras referentes ao assunto e de preferência que tratem do problema também pelo lado espiritual. Antecipadamente peço desculpas pela ousadia de importuná-lo. Mas agradeço sua colaboração. Parabéns pelos artigos, necessitamos estudar mais e mais a alma humana para enfrentarmos os problemas do dia a dia, e quiçá auxiliar aqueles que nos procuram, e é com essa qualidade de informações / estudo de seus artigos que nos habilitaremos a viver melhor. Só temos que agradecer e estimular aqueles que o fazem com tanta dedicação. Deus nos ampare sempre. Obrigada. Rose."

Após  resposta preliminar na qual alegávamos que o tema Depressão” era muito amplo e que não concordávamos com muita coisa escrita sobre o assunto, exemplificamos com o livro "Depressão – Causas, conseqüências e tratamento", de IZAIAS CLARO (op. cit.), escrito de forma inteligente por um advogado do Ministério Público, espírita, mas com equívocos conceituais, a nosso ver; e exemplificamos com uma obra correlata da médium IVONNE AMARAL PEREIRA, intitulada "Memórias de um suicida", FEB, que a rigor não se trata de uma obra sobre depressão.... Pedimos, então, que a leitora complementasse a sua pergunta e que fosse mais específica e fornecesse seus dados pessoais completos para que pudéssemos responder à(s) sua(s) pergunta(s)...  No dia 09/03/00 ela me respondeu:
                 "Sr. Iso, quero desculpar-me de não ter enviado meu nome completo e a cidade de origem.
                 Rose Mari Ribas — Ponta Porã - MS  
                 Moro no MS e trabalho na Sociedade Espírita Nosso Lar, mas freqüentemente tenho ficado 15 dias por mês em São Paulo, onde sou freqüentadora da Federação. O livro da Ivone A . Pereira eu já li e reli, é uma obra para estudo muito importante. Mas concordo plenamente que não é específica sobre depressão. Creio que a informação deva ser simples como: [a seguir a leitora enumera suas perguntas].
                 "Entre tantas perguntas que nos são feitas, (talvez no momento não recorde todas) são essas que costumamos receber no centro espírita, e creio seja de muita importância artigos no jornal que possam instruir a nós espíritas e os que nos procuram. São questionamentos simples para esse mal que tanto tem entristecido os lares.
                 Sr. Iso, agradeço sua atenção pela resposta. Certamente minha ignorância irá lhe incomodar com outros temas sobre a alma humana; mas busco orientação além das obras de Allan Kardec e Chico Xavier, de pessoas como o Sr. que podem através da imprensa levar aos leitores ensinamentos médico / espíritas. Dispenso o Sra., fique à vontade. 
                 Que Deus o ilumine sempre.
                 Rose." 
                 Inicialmente, gostaria de ressaltar que as perguntas dos leitores não constituem "incômodo" algum, esta Coluna se propôs à interatividade com o leitor... Agradecemos as referências elogiosas à Coluna SAÚDE MENTAL, do Jornal Espírita.
                 Prezada Rose, as suas perguntas são atualíssimas, embora a depressão seja uma doença que vem afetando as pessoas milenariamente, basta que se tenha em conta que HIPÓCRATES, o pai da Medicina, descreveu a melancolia, no século IV a .C.. Hoje, com o inegável avanço da Psicofarmacologia, o termo depressão vem sendo utilizado de maneira abusiva e a nomenclatura, atual, muitas vezes, mistura quadros neuróticos, psicóticos, transtornos de personalidade, sob a rubrica única de depressão. Chegou-se, hoje, a tal ponto a banalização do termo, que se diz, popularmente: — Estou na fossa! Ou, mais recentemente: — Ah! Eu estou deprê ! E você também está deprê? (cf. IZAIAS CLARO – op. cit.., p.26)...
Mas, passemos às perguntas da leitora e às respostas:

1-  "Que é depressão?" Resposta: A depressão é uma síndrome (isto é, um conjunto de sintomas e/ou sinais que correm juntos, podendo  ser provocada por várias doenças) que se caracteriza fundamentalmente por três sintomas: tristeza, inibição psicomotora e inibição do fluxo do pensamento.
Em função desses três sintomas, o paciente pode apresentar e, freqüentemente, apresenta idéias de suicídio. Muitas vezes o paciente deprimido não tenta o suicídio, porque sua inibição psicomotora é de tal ordem que não tem nem iniciativa motora para consumar o ato.
O paciente deprimido pode chegar, em função daquela tríade de sintomas, a idéias niilistas (o paciente acredita que nada existe, inclusive que não possui corpo) e ao delírio de eternidade, isto é, que nada existe e aquela situação duraria eternamente; o paciente permanece em extrema ansiedade. Certa vez, examinamos uma paciente, muito inquieta e ansiosa, que dizia apalpando o próprio corpo:  ¾  Dr., eu sou um fantasma? !
Ela apresentava os sintomas que acabamos de descrever, tratava-se da síndrome de COTARD, talvez o quadro mais grave de depressão.
Além disso, o paciente pode desenvolver idéias deliróides de ruína; por exemplo, uma pessoa rica que se sente arruinada financeiramente, sem apoio na realidade; pode desenvolver idéias deliróides de culpa, a pessoa pode se sentir culpada por fatos em que não contribuiu com a mínima parcela; pode desenvolver idéias deliróides hipocondríacas, em que acredita que seu corpo está em putrefação, chegando a dizer que os urubus estão em volta da casa para rapinarem seu corpo.
É preciso salientar que a tristeza do deprimido é diferente da tristeza normal. Quando estamos tristes, o nosso pensamento fica mais lento e a nossa psicomotricidade também. Contudo, não chegamos a perder a nossa auto-estima a ponto de pensarmos em suicídio e executá-lo se não formos impedidos... Em essência, a qualidade da tristeza do deprimido é totalmente diferente da tristeza normal...
2- "Quais os tipos de depressão?" Resposta: Podemos , resumidamente, classificar os tipos de depressão em:
          a)- Depressão no Transtorno afetivo bipolar (antiga psicose maníaco-depressiva), também chamada depressão maior;  b)- Episódio depressivo (único); c)- Transtorno depressivo recorrente- com intervalos de normalidade  entre as fases depressivas; d- Depressão secundária a transtorno orgânico (secundária a sífilis, arteriosclerose cerebral, tumor cerebral, etc.; 5)- Transtornos persistentes do humor: ciclotimia e distimia.
A ciclotimia, a nosso ver, implicaria em uma alteração da personalidade, com depressão leve e crônica. E as distimias  corresponderiam a um transtorno neurótico da personalidade, também depressão leve e crônica.
           Embora a Classificação Internacional das Doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS) tenda a abandonar a palavra neurose, creio que ela é útil em termos classificatórios e terapêuticos, como afirmava o nosso mestre da Psiquiatria brasileira NOBRE DE MELO: "é essencial a possibilidade de identificar, tão precocemente quanto possível, o estado depressivo, sua natureza etiopatogênica  e  as  peculiaridades pessoais — orgânicas, socioculturais, ambientais, etc ... — que são de valência variável de um para outro caso." (A . L. NOBRE DE MELO. Análise e tratamento das depressões .In Revista PSIQUIATRIA ATUAL, set./72., p. 52 – 56).

 Quando identificamos que uma pessoa está com depressão?" Resposta: A depressão é, a nosso ver, sempre patológica; por isso, a identificação deve ser feita por um médico psiquiatra. Se surgir uma pessoa na Sociedade Espírita Nosso Lar, suspeita de depressão, caríssima Rose Mari, encaminhe-a para um médico, de preferência um psiquiatra - espírita, pois este deverá ter uma visão mais abrangente da doença.

          A suspeita de depressão deve obedecer àquela tríade de sintomas relatados acima, ao lado de pessimismo intenso, insônia ou hiperssonia, desalento, anedonia (falta de prazer para quase tudo), etc.

Mesmo nas depressões leves é importante estabelecer-se o diagnóstico diferencial...
                
4-  "Quando devemos  buscar ajuda médica para essa pessoa?" Resposta: Sempre deve ser buscada a ajuda médica nos casos suspeitos de depressão. Afinal, além de a depressão ser patológica, há vários casos de depressão que tem de ser diferenciadas, como alertava o prof. NOBRE DE MELO (op. cit.),  e o diagnóstico diferencial é uma atribuição médica.
A leitora poderia contra-argumentar: e se a "depressão" for conseqüente à ação de um obsessor (como é freqüente a idéia no movimento espírita) ? 
Não há dúvida da eventualidade de um obsessor atuar sobre um Espírito e levá-lo a ter idéias pessimistas diante da vida. Entretanto, repetimos, não devemos confundir tristeza com depressão.
Toda depressão inclui tristeza, mas a recíproca não é verdadeira.

  

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5- "E quando o doente diz que não está com depressão?" Resposta: O paciente verdadeiramente deprimido não precisa dizer que assim esteja, pois a sua fisionomia é típica, assim como a sua psicomotricidade lenta e pensamento lentificado. As rugas do paciente se pronunciam e há uma prega sobre os olhos do paciente chamada prega de Veraguth, formando o chamado ômega melancólico.
          Muitos pacientes com a chamada psicose maníaco – depressiva (atual transtorno afetivo bipolar) não possuem perfeita noção do seu estado mórbido e nem buscam tratamento, embora a depressão possa apresentar feitio neurótico; neste caso, o fundamental não é a depressão e sim o conflito neurótico.
          Pacientes esquizofrênicos não se julgam doentes e muitas vezes são confundidos com deprimidos...

          6- "Criança tem depressão?" Resposta: Sua pergunta, caríssima leitora, é bem oportuna. Muitos psiquiatras da infância e adolescência, admitem a depressão infantil e infanto-juvenil. Como disse, inicialmente, há uma banalização do termo depressão. Se a criança fica revoltada ou chateada, diz-se que ela está "deprimida"; se a criança é chorona, diz-se que ela está "deprimida"; se a criança tenta o suicídio, diz-se que está "deprimida"... Há uma infinidade de fatores que levam a criança a ficar revoltada, chateada, chorona e que a levam a tentar o suicídio, assim como o adulto (aliás na 2 ª. parte do livro "O Céu e o Inferno – A Justiça Divina segundo espiritismo", de ALLAN KARDEC são citadas inúmeras causas de suicídios consumados, que não têm nenhuma correlação com a depressão) .
Acreditamos em que a depressão implica em uma alteração fundamental do ser – no – mundo, numa alteração da temporalidade: o deprimido não se projeta no futuro e retroage a sua temporalidade, ficando a ruminar o passado. Ora, uma criança não possui diferenciabilidade psíquica para ter uma postura filosófica, ôntica, diante do mundo, existencialmente falando... Por isso, discordo dos colegas que fazem diagnóstico de depressão na infância.

7- "Como devem os familiares tratar dessa pessoa?" Resposta: A participação dos familiares é importantíssima no entendimento do deprimido. Muitas vezes, os familiares julgam o paciente como uma pessoa preguiçosa, que só gosta de ficar na cama, que não gosta de trabalhar... Ora, durante o período de depressão o paciente está incapacitado para o trabalho, para os estudos, para quase tudo...
Há familiares que afirmam faltar “força de vontade” ao paciente, como se a depressão fosse um vício. Não, a diminuição ou anulação da vontade é uma conseqüência e não causa  da depressão.
O papel dos familiares, fundamental, é de compreensão para uma pessoa que está doente e, como tal, deve ser tratada.
Não há dúvida de que em determinadas depressões neuróticas ou por transtornos da personalidade há um benefício secundário na doença, entretanto, ainda aqui devemos reforçar o ego do paciente, não há fraude nos sintomas, há um ego fragilizado que precisa de reforço.

8- "Quando as crises depressivas acontecem com certa freqüência, mesmo tomando medicamentos, o que está errado?" Resposta: Sem dúvida, há fases depressivas refratárias a determinados medicamentos. No entanto, a maioria das depressões resolvem com o uso de antidepressivos e psicoterapia.
As depressões neuróticas, embora menos graves, são mais difíceis de tratar-se devido a alterações da personalidade e exigem uma psicoterapia mais prolongada.
A leitora pergunta o que estaria errado... Muitas vezes o diagnóstico está mal formulado (por exemplo, confunde-se, às vezes, rigidez afetiva esquizofrênica com tristeza da depressão).
Outra eventualidade a se considerar é a de que a prevenção do transtorno afetivo bipolar (antiga psicose maníaco – depressiva) pode ser feita com medicamentos e nem todos os casos respondem bem e em alguns pacientes pode haver intolerância medicamentosa, com graves efeitos colaterais...
O transtorno afetivo bipolar, por exemplo, tem uma característica evolutiva: as fases são recorrentes, com "intervalos lúcidos"; neste caso, nada está errado, trata-se de que o conhecimento da doença ainda não é completo, no estado atual de nossos conhecimentos. É preciso não sofismar diante desta lacuna no conhecimento da doença, como bem lembrava KARDEC: "Não há revelação que se possa sobrepor à autoridade dos fatos." ( A Gênese- Os milagres e as predições segundo o espiritismo. Cap. IV. Item 8).

9- "Quais os hábitos que devem ser mudados para auxiliar o tratamento" Resposta: O psiquiatra suíço ROLAND KUHN propôs, certa vez, a utilização subsidiária de psicodança para o tratamento da depressão. Mas, como fazer dançar uma pessoa com tristeza profunda, lenta na sua psicomotricidade?!...
Do ponto de vista espiritual podemos utilizar a prece e os passes e fortificar o ego dessas pessoas, mostrando a importância da vida atual e futura e a busca de um sentido para a vida, do ponto de vista analítico-existencial, preconizada por VICTOR E. FRANKL, LUDWIG BINSWANGER e outros.
Obviamente, não é útil para uma pessoa deprimida permanecer deitada a maior parte do dia e toda a noite, no entanto, não podemos forçar o doente a fazer aquilo que ele não tem ânimo para fazer...
      
10- "O tratamento médico e espiritual é demorado?" Resposta: Em alguns casos, em média em 2(dois) meses, conseguimos debelar uma fase depressiva com medicamentos e psicoterapia. No entanto, quando há um transtorno da personalidade depressiva, o que hoje se chama distimia, o tratamento é demorado e pode durar anos, exatamente pelo transtorno da personalidade; assim como nas depressões neuróticas.
Do ponto de vista espiritual devemos abrir perspectivas futuras para o deprimido e, do ponto de vista espírita estrito, repetimos, os passes e as preces são extremamente úteis. É importante ressaltar-se que os pacientes em depressão, são uma prova muitas vezes dolorosa para toda a  família, que tem de ser ultrapassada com resignação.
O tratamento espiritual pode ser demorado, dependendo das condições evolutivas do Espírito do paciente e do resgate que tenha de saldar nessa existência; isto é, do tempo necessário ao seu melhoramento. Enfim, cada caso é individualíssimo...
Vale aqui, também, a lição extraída por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER / EMMANUEL em torno da substância religiosa de O Céu e o Inferno – A Justiça divina segundo o Espiritismo: "Trazes hoje o cérebro hebetado, dificultando-te as expressões. Mas isso acontece porque, ontem, mergulhavas a própria cabeça em clima de trevas." (op. cit., p. 63. Na Luz da Reencarnação. Reunião pública de 21/04/61 - 1 ª. Parte, Cap. VII, item 17. In Justiça Divina. FEB, 6 ed., 1987).

11- "Na crise depressiva nos parece que o egoísmo é latente, certo ou errado?" Resposta: Caríssima Rose Mari, no caso da distimia ou da neurose, parece-me que a Srta. está certa. Quanto aos casos mais graves de depressão, o egoísmo pode ser de existência pregressa e talvez, por isso, a confreira entreveja um “egoísmo latente”. Certamente, uma pessoa que muitas vezes é levada ao suicídio não é uma pessoa altruísta, embora a doença comprometa o seu livre – arbítrio. Se o Espírito do deprimido resistisse às suas más - inclinações, se fosse resignado, se fosse altruísta, não cometeria o suicídio.

12- "Por que algumas pessoas ficam até sem força física, até para fazer as coisas essenciais, como tomar banho?" Resposta: Bem, até hoje temos muitos conhecimentos adquiridos sobre os determinantes da depressão, no entanto, não sabemos a(s) verdadeira(s) causa(s); se soubéssemos, a pessoa ficaria curada definitivamente... O problema fundamental é exatamente este: uma diminuição do tônus vital. Um autor espanhol, chamado J.J. LÓPEZ - IBOR, até denominava a depressão como "enfermidade do ânimo".
Por que ocorreria essa falta de força física? Segundo alguns autores haveria uma diminuição funcional das monoaminas cerebrais, principalmente a serotonina. Os sentimentos vitais, no sentido emprestado pelo filósofo MAX SCHELER, estariam diminuídos, alterados corporalmente. Por que isso acontece, ainda é uma incógnita...
É exatamente esse tônus vital diminuído o que caracteriza a depressão e a diferencia clinicamente da tristeza normal.
A propósito, disse KARDEC: "as descobertas da Ciência, longe de rebaixarem, glorificam a Deus. Elas somente destroem o que os homens construíram sobre as idéias falsas que hão feito de Deus." (cf. p. 44. ALLAN KARDEC.  A Gênese- os milagres e as predições segundo o espiritismo, Item 55. FEB, 25 ed., 1982).
Atualmente, esses são alguns conhecimentos de que dispomos sobre a depressão, mas, como disse inicialmente, o assunto é bem amplo, estou aberto para novas perguntas... Gostaríamos de finalizar com as seguintes palavras de FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER / EMMANUEL: "O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que saneamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória." (p. 114. Doenças da alma. Reunião pública de 07/08/61, 1 ª. Parte, Cap. VII, item 7, in JUSTIÇA  DIVINA, op. cit.).
Que a Misericórdia Divina possa amparar essas pessoas para o resgate completo dos seus débitos para retomada de sua escalada evolutiva!...”

Pois bem , nas perguntas do dia 04 de junho/2005, muitas delas estão respondidas, acima, e não as repetiremos, até porque muitos dos confrades que fizeram suas perguntas não as enviaram para mim, como solicitamos, inclusive os nomes deles não estão completos. Vamos, então, responder algumas das referidas perguntas feitas na Sala FILOSOFIA ESPÍRITA...

1- “Segue a questão enviada durante a palestra (Paltalk) - Sala Filosofia Espírita na data de 04/06/05: observada a lei de causa e efeito (a cada um segundo suas obras), tais transtornos podem ter causas em encarnações anteriores?”
ALEXANDRE LUDOVICO.

            Acreditamos que sim, confrade ALEXANDRE, a maioria das doenças são COMPROMISSOS REENCARNATÓRIOS, como dissemos; não obstante, há doenças causadas por nossa incúria, ainda nesta encarnação... Por exemplo, sou tabagista inveterado. É óbvio que terei, como conseqüências, alterações pulmonares e cardiovasculares. Mas, não aceitamos a tese de que levarei meu perispírito danificado para a erraticidade por isto. Não há imoralidade nenhuma no vício, embora este implique em uma vontade impotente, que será “punida”... “Pagarei” sim, aqui na Terra, DEUS é Misericordioso não “pune” duas vezes a mesma falta...

2– “Dr. Iso, muito legal os esclarecimentos. Gostaria de ver em seus artigos, explicações sobre a visão espírita das doenças psiquiátricas. Parkinson, esquizofrenias, síndrome do pânico, e outras. Qualquer destas mais comuns que aparecem no Atendimento Fraterno, e não sabemos diferenciar. Normalmente pouco tem a haver com a obsessão. Em geral temos que indicar o tratamento médico necessário. Que dicas o Sr. teria para os atendentes fraternos fazer nestes casos estranhos para não confundir com obsessão ? Seriam pelas reincidências ? tempo, duração e características específicas das doenças.
Somos leigos, então precisamos de esclarecimentos gerais apenas. Grato,
Abraços
3- “Dr. Iso, porque a dor crônica, gera a depressão ? O problema é químico ?
SÉRGIO TOLOMEI
           
            Oportunamente tentaremos atender seus anseios em relação a artigos sobre outras doenças, confrade TOLOMEI...
Para que o atendente fraterno de um Centro Espírita não confunda com obsessão um TAB, deve fazer um pequeno HISTÓRICO do caso (ANAMNESE) com a família ou o próprio paciente e observar a pessoa - se o humor dela está triste e se a motórica e o pensamento não estão lentificados e o tempo em que a pessoa está apresentando tais sintomas. Em caso de dúvida, encaminhe o paciente para atendimento médico-psiquiuátrico e aplique passes e realize preces, sinceras obviamente...
            Não é a dor que gera depressão, é o contrário. Aliás, recentemente, está sendo diagnosticada uma dor crônica, chamada FIBROMIALGIA, de origem desconhecida, mas freqüentemente associada à Depressão. Possivelmente, esta dor seja decorrente de um problema químico, pela sua persistência e intensidade, certamente não é psicológica, mas até hoje não se conhece a etiopatogenia da FIBROMIALGIA...

4- Gostaria de fazer uma pergunta: os medicamentos psicotrópicos podem  interferir na terapia espiritual?
BAIXINHO

Não há nenhuma relação entre a atuação de um medicamento e a sua INTERFERÊNCIA na  “terapia” espiritual, nem mesmo através de medicamentos HOMEOPÁTICOS. A propósito, disse KARDEC: “(...) Não se pode agir sobre o ser espiritual senão por meios espirituais; a utilidade dos meios materiais, se fosse constatado o efeito acima, talvez fosse de dominar mais facilmente o espírito, de o tornar mais flexível, mais dócil e mais acessível às influências morais; (...)” [“A Homeopatia nas moléstias morais” - REVISTA ESPÍRITA – Jornal de estudos psicológicos, 1867, trad. JÚLIO ABREU FILHO, EDICEL, p. 71].
Vários confrades, sem nenhuma base científica, dizem que determinados psicotrópicos atuariam no perispírito, criando uma barreira para o obsessor... Esta tolice pode ser facilmente contraditada pela frase, acima, de KARDEC. No entanto, a recíproca não é verdadeira, isto é, podemos atuar, sim, através de meios espirituais sobre doenças físicas e a prática demonstra inúmeros casos neste sentido...


5- “Nas minhas várias conferências pela Europa e contactando os naturais, bem como 2 visitas ao Brasil, verifico que a maior parte dos espíritas, são "doentes".O que o dr. Iso pensa dessa minha opinião que é compartilhado tb por médicos.
6- O que o Dr. Iso pensa dos psicólogos? Será que a psicologia é uma ciência? Ou não passam de "contadores de historias" como faziam os padres no tempo de meus pais e meus avós?
7- Saindo um pouco do tema gostaria de saber o que o Dr. Iso pensa acerca da tão falada "Glândula Pineal" colocada por Descartes e que colegas seus, nomeadamente de S. Paulo, se agarram como se fosse algo de extraordinário assim?”
LUÍS DE ALMEIDA – Porto – Portugal

Em primeiro lugar gostaríamos de agradecer ao Dr. LUÍS DE ALMEIDA, eminente Dr. em Astrofísica, pela presença, é uma honra tê-lo aqui. Bem, caríssimo amigo, não compartilho essa opinião, os espíritas não adoecem mais do que quaisquer outras pessoas. Muitas vezes aparecem no conteúdo do pensamento de alguns doentes psiquiátricos a sua crença, nada mais do que isso. Assim, cada um adoece com o que tem. Um delirante, por exemplo, terá o conteúdo do seu delírio alimentado por suas crenças...
A propósito, KARDEC respondeu a esta idéia quando acusaram o Espiritismo de enlouquecer as pessoas, no artigo intitulado ESTATÍSTICA DO ESPIRITISMO (REVISTA ESPÍRITA – Jornal de estudos psicológicos, fevereiro/1869)...

Acredito, sim, que a Psicologia é científica... Quanto aos psicólogos, poderíamos dizer que a maioria deles está contaminada pela Psicanálise e, aí sim, são contadores ou contadoras de estórias. Aliás, a muitas psicólogas deste tipo costumo chamar chistosamente de “pepsicólogas”... O grande problema entre muitos psicólogos é que eles desejam fazer “terapia” e para fazer-se terapia seria  necessário exigir-se conhecimento médico, mas tal não ocorre no Brasil, por exemplo... Há um campo muito vasto de atuação dos psicólogos, mas que a maioria não entra, justamente, pela formação psicanalítica que é dada na maioria das Faculdades brasileiras.
Bem, a “glândula pineal” é um órgão em involução. A nosso ver, não tem nenhuma correlação entre ela e a alma e, muito menos, em relação à mediunidade. A esse respeito já escrevemos dois artigos (na revista UNIVERSO ESPÍRITA e em vários sites da Internet). Agora mesmo, estou concluindo um terceiro artigo que fala nela, que deverá ser (que foi) publicado no Portal PANORAMA ESPÍRITA (cf. nosso artigo publicado recentemente: “Glândula Pineal e “cientificismo” esotérico – espiritual - Curas Espirituais, Indeterminação Quântica e Determinismo científico”).

8- “A depressão vem sempre acompanhada por uma anomalia Bioquímica , ou pode ser só de ordem psicológica ? Ou seja , se for diagnosticada uma depressão o paciente obrigatoriamente terá que tomar medicamento ? Existem outros tratamentos mais leves ?”
QUÂNTICO
            A depressão pode ter causas meramente psicológicas, como já o dissemos, por exemplo, na Depressão Reativa, mas esta não tem nenhuma relação com a Depressão do TAB. Mas, mesmo nesta os medicamentos antidepressivos são úteis, como complemento do tratamento. O tratamento antidepressivo não é “pesado”, obviamente, existem efeitos colaterais das drogas antidepressivas, mas são facilmente manejáveis.

9- Como se encontra o Espírito, onde vai, durante uma anestesia geral?
NINA HERZ.

Bem, a pergunta afasta-se um pouco do nosso tema, mas diremos resumidamente, que na ANESTESIA GERAL, como em todas as condições em que há um rebaixamento do ESTADO-DE-CONSCIÊNCIA, o Espírito se liberta parcialmente da “prisão da carne” e isto fica mais nítido no ÊXTASE – o maior grau de liberdade do Espírito - que aliás foi tema de artigo nosso no jornal O SEMEADOR (órgão da FEESP) e em sites da Internet - , assim como nos casos de sono e sonhos, sonambulismo artificial (hipnose), sonambulismo natural, catalepsia, etc...Enfim, em todos os casos em que há uma alteração do estado-de-consciência o Espírito EMANCIPA-SE; obviamente, essa emancipação não é total, pois esta só ocorre quando desencarnamos.
A propósito, ADOLFO BEZERRA DE MENEZES, encarnado,  em seu excelente livro “A LOUCURA SOB NOVO PRISMA - Estudo Psíquico-fisiológico” cita inúmeros exemplos sobre o assunto, por exemplo, diz ele no item DEMONSTRAÇÃO EXPERIMENTAL DA EXISTÊNCIA DA ALMA:
“As provas diretas da existência, no homem, de um princípio distinto do corpo, podem ser divididas em duas ordens: a das que resultam da dedução, e as que afetam os sentidos.
As primeiras são um meio termo entre as racionais e as verdadeiramente experimentais, e consistem nas manifestações anímicas, por ANESTESIA e por sono magnético.
ANESTESIA e sonambulismo, pois que PRODUZEM IDÊNTICOS EFEITOS, DEVEM OPERAR DO MESMO MODO sobre o organismo; E ASSIM É. (...)” - grifos nossos – (op. cit., FEB, Rio de Janeiro, 2 ed., p. 35).
Portanto, caríssima Sra. NINA, é o corpo o anestesiado e não o espírito. Este vai procurar seus afins quando o corpo está anestesiado...

10- Em 09 de junho/2005 o nosso querido confrade, Webmaster do Portal TERRA ESPIRITUAL, que não pode comparecer à nossa palestra, estimulado por nós, perguntou: “Ontem tive oportunidade de conversar com uma pessoa cuja família possui 2 casos de transtorno bipolar e ela comentava que a psiquiatria não tinha solução para o problema, apenas paliativos, então minha pergunta é: Qual é efetivamente a possibilidade da medicina propiciar a cura para esta problemática e como a Doutrina Espírita pode contribuir para a cura do paciente.Um grande abraço “–  EDILSON BOTTO.
            Bem, caríssimo BOTTO, o TAB pode ser controlado através de antidepressivos e existem medicamentos preventivos das crises, das fases, como é o caso do Carbonato de LÍTIO, por exemplo. Entretanto, o problema do TAB é a RECIDIVA das crises e os medicamentos preventivos não atuam em 100% dos casos, obviamente. A atuação do LÍTIO na prevenção do TAB é muito boa e, a propósito, uma Sra. portuguesa escreveu um acróstico muito interessante sobre o Lítio:
Lítio

Bem e Mal,
Inconstância do meu ser !
Porque não me consigo controlar ?
Onde paira esse saber ?
Lítio, vem me controlar
A ânsia de viver e o desejo de morrer,
Rir e chorar sem motivos pró fazer !

(Poema de Andreia Casimiro - Portugal). Fonte: http://agorafobiadepressao.planetaclix.pt/

            Do ponto de vista espiritual, já o dissemos: PASSES e PRECE...

EPÍLOGO
Queremos agradecer a presença de todos em nossa palestra na Sala Filosofia Espírita, ao confrade RAYMUNDO pelo convite e lamentar os conflitos ocorridos há tempos atrás, que me impediu, ao prof. IMBASSAHY e sua esposa, Dna. CARMEM, de darmos prosseguimento ao estudo que vínhamos fazendo sobre o livro O CÉU E O INFERNO, estudo este muito interessante e original, mas os inimigos do Espiritismo, encarnados e desencarnados, atuam sempre para destruir, especialmente por inveja; e, parece-me, foi o que aconteceu, no PALTALK, na Sala Filosofia Espírita... Mas, deixemos isso para trás, agradeçamos a tranqüilidade com que este estudo se desenrolou.
Queremos agradecer as perguntas que nos foram formuladas, a todos respondidas, assim citaremos os seguintes confrades e confreiras que não me enviaram os seus nomes verdadeiros, mas cuja participação foi importante, cremos nisso: olinc; Vera Cohim; 35cristal; HHARTMAN; ppucci; Jade-ES2; Anuvem; além dos já citados, acima.