sábado, 1 de dezembro de 2012

Mãos que curam


Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar.

O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela Igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o Espiritismo, que pratica o chamado “passe”.

Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp.

Segundo o cientista, durante seumestrado foi investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que
ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos."

A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos. “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o
espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou.

As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas
relacionados a ansiedade e depressão.“O interessante é que este tipo de imposição oferece a sensação de relaxamento e plenitude. E além
de garantir mais energia e disposição”.

Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 camundongos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress.
O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre do ano passado. Mas a Unifesp está
prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do Reiki e práticas semelhantes.

Lembremos que Jesus ao curar sempre estendia as mãos. Religiões Populares Brasileiras também estende as mãos a mais de quatro séculos, descendentes do africanismo. Os egípcios, já usavam
esse método bem antes de Cristo. Outras Filosofias como diversas técnicas orientais também aceitam a imposição de mãos sobre o outro.

Atualmente Religiões protestantes também praticam. ( Tudo esta ai sendo provado, Filosofia, Ciência e Religião)

sábado, 17 de novembro de 2012

Estudo analisa cérebro de médiuns brasileiros em transe

Estudo analisa cérebro de médiuns brasileiros em transe

http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6308306-EI8147,00-Estudo+analisa+cerebro+de+mediuns+brasileiros+em+transe.html

17 de novembro de 2012 • 00h03 • atualizado às 02h40

Os cérebros de médiuns brasileiros mostraram transtornos de funcionamento durante sessões nas quais, em transe, escreviam mensagens supostamente ditadas por "espíritos", segundo um artigo divulgado nesta sexta-feira pela revista Public Library of Sciences.
A pesquisa foi feita por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Thomas Jefferson, da Filadélfia, para determinar os fluxos de sangue em diferentes regiões do cérebro durante os transes.
Os pesquisadores estudaram o comportamento de dez médiuns que, segundo o artigo, tinham entre 15 e 47 anos de psicografia, realizando-a até 18 vezes por mês.
Todos eles, indicou o estudo, eram destros, gozavam de boa saúde mental, não usavam psicotrópicos e indicaram que eram capazes de alcançar seu estado de transe durante a tarefa psicográfica.
Os pesquisadores usaram tomografia computadorizada por emissão de fótons únicos para a observação das áreas ativas e inativas durante a prática.
"Se sabe que as experiências espirituais afetam a atividade cerebral. Mas a resposta cerebral à mediunidade recebe pouca atenção científica e, a partir de agora, devem ser feitos novos estudos", sustentou Andrew Newberg, diretor de pesquisa do Myrna Brind Center of Integrative Medicine, que colaborou neste trabalho com o psicólogo clínico Júlio Peres, do Instituto de Psicologia da USP.
Os cientistas observaram que os médiuns mais experientes mostravam durante a psicografia níveis mais baixos de atividade no hipocampo esquerdo (sistema límbico), no giro temporal superior e no giro pré-central direito no lóbulo frontal.
As áreas do lóbulo frontal estão ligadas ao raciocínio, ao planejamento, à geração de linguagem, aos movimentos e à solução de problemas, pelo que os pesquisadores acreditam que durante a psicografia ocorre uma ausência de percepção de si mesmo e de consciência.
Por outro lado, os médiuns com menos experiência mostraram o oposto: níveis maiores de atividade nas mesmas áreas durante a psicografia, o que parece indicar um maior esforço para realizá-la. 
 Discutindo ética espírita entre profissionais diversos e principalmente os de saúde
 Clique, leia e deixe seu comentário para espíritas não só em Portugal

http://www.forumespirita.net/fe/accao-do-dia/valores-eticos/new/#new

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A diferença entre doença mental e mediunidade


A diferença entre doença mental e mediunidade
        Quando o médium diz que incorporou tal entidade espiritual, mas que ele, médium, continua sendo determinada pessoa, ele usou a crítica, julgou racionalmente o que aconteceu. Agora, um indivíduo que diz ser Napoleão Bonaparte? Aí ele perdeu a crítica da razão. Essa é a diferença. O que não quer dizer que o indivíduo que esteja em psicose não possa estar em transe também. A mediunidade se instala no indivíduo são, ou pode dar uma dimensão muito maior a uma doença. A mediunidade sempre vai dar um efeito superlativo. Se a pessoa alimenta bons sentimentos, ela cresce. Se ela tem uma doença, aquela doença pode ficar fora de controle.
Paula Calloni de Souza
Entrevista da revista Espiritismo & Ciência com o psiquiatra e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo, dr. Sérgio Felipe de Oliveira. Diretor-clínico do Instituto Pineal Mind, e diretorpresidente da AMESP (Associação Médico-Espírita de São Paulo), Sérgio Felipe de Oliveira é um dos maiores pesquisadores na área de Psicobiofísica da USP, e vem ganhando destaque nos meios de comunicação com suas pesquisas acerca do papel da glândula pineal em fenômenos ligados à mediunidade.

Influência da mediunidade na saúde


Influência da mediunidade na saúde
  • faculdade mediúnica não é indício de um estado patológico qualquer, porém, às vezes anômalo.  Há médiuns de saúde robusta; os doentes o são por outras causas.
  • O exercício muito prolongado de qualquer faculdade acarreta fadiga; a mediunidade está no mesmo caso, principalmente a que se aplica aos efeitos_físicos, ela necessariamente ocasiona um dispêndio de fluido, que traz a fadiga, mas que se repara pelo repouso.
  • Pode o exercício da mediunidade ter, de si mesmo, inconveniente, do ponto de vista higiênico, abstração, feita do abuso. Há casos em que é prudente, necessária mesmo, a abstenção, ou, pelo menos, o exercício moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium. Aliás, em geral; o médium o sente e, desde que experimente fadiga, deve abster-se. Há pessoas para quem esse exercício seja mais inconveniente do que para outras, algumas relativamente às quais se devem evitar todas as causas de sobreexcitação e o exercício da mediunidade é uma delas.

O Dom da Mediunidade


O Dom da Mediunidade
Mediunidade é um dom ?
Fabiana Ganci Fares
(Entrevista concedida à Folha Espírita, maio de 2007)
A FE Editora Jornalística lança, neste mês, o livro O Dom da Mediunidade – Um sentido novo para a vida humana, um novo sentido para a humanidade. Da autora Marlene Nobre, presidente das Associações Médico-Espíritas do Brasil e Internacional, o livro reúne os estudos sobre mediunidade contidos nos 14 livros da coleção de André Luiz. Assim como em A Obsessão e suas MáscarasO Dom da Mediunidade segue a mesma linha, para um dia ser estudado nas universidades. Entre outros, são examinados os fenômenos anímicos e espiríticos: exteriorização da sensibilidade, desdobramento e bicorporeidade, materialização, curas, vidência, audiência, psicografia, psicofonia e psicometria.


Folha Espírita – Qual foi a sua intenção ao escolher o título do livro?
Marlene Nobre – A mediunidade é um dom concedido por Deus a todas as criaturas humanas, como o dom ou a faculdade de respirar. Conforme instrução do mentor Alexandre, no livro de André Luiz Missionários da Luz, pela psicografia de Chico Xavier, esse dom significa um sentido novo da criatura humana, expresso através da atividade da glândula pineal. Por sua vez, esse sentido novo, que é a mediunidade, dá um novo significado à existência humana, uma nova perspectiva de evolução para a humanidade.
FE – Como a obra é constituída?
Marlene – O livro é constituído de três partes: Introdução Geral; Fenômenos Anímicos; e Fenômenos Espiríticos: de Efeitos Físicos e Efeitos Intelectuais. Na Introdução Geral, analisamos a definição de mediunidade e seus sintomas, o que é ser médium ostensivo e atuar no sentido mais amplo do termo, o papel da glândula pineal, a importância da aura e do pensamento, e, sobretudo, destacamos o mecanismo da exteriorização da sensibilidade, algo pouco referido, mas que é muito importante nos estudos sobre mediunidade. Procuramos, nas duas outras partes, classificar a mediunidade em dois grandes grupos: o dos Anímicos e o dos Espiríticos, mostrando como é difícil essa tentativa de classificação. Enfim, focalizamos os efeitos físicos e intelectuais desses fenômenos.
FE – Por que reunir, em uma única obra, os textos sobre mediunidade relatados por André Luiz em seus livros?
Marlene – Tal como fiz em A Obsessão e suas Máscaras, reuni aqui tudo quanto estudei sobre mediunidade nos 14 livros de André Luiz. Fiz isso no estudo da obsessão, repeti agora no da mediunidade e continuarei a fazê-lo relativamente a outros temas, dada a importância das revelações contidas nessa extraordinária coleção. Acredito, da mesma forma que Hernani Guimarães Andrade, que um dia ela será estudada nas universidades, daí a necessidade de nos prepararmos, desde já, para isso.
FE – O que é mediunidade? Qual a importância de conhecê-la nos dias de hoje?
Marlene – Mediunidade é o sentido novo concedido ao ser humano que lhe possibilita a ampliação e a perfectibilidade dos sentidos, aumentando a sua capacidade de comunicação e expressão, quer seja com os outros espíritos encarnados ou com os desencarnados. Passados tantos milênios, é preciso que, finalmente, deixemos de lado os tabus e preconceitos e aceitemos a mediunidade como uma faculdade inerente ao ser humano.
FE – De que maneira percebemos atitudes ou comportamentos em nosso dia-a-dia, fora da comunidade espírita, cuja causa, ou razão de ser, é oriunda de uma manifestação espiritual atuando sobre o corpo físico através da mediunidade?
Marlene – Para começar – e não é pouco –, todos os crimes e violências do dia-a-dia são ações perversas planejadas por espíritos encarnados em sintonia com os desencarnados. O ser humano não age isoladamente, mas em condomínio. Através dos pensamentos que cultiva, entra em conluio com desencarnados que pensam e agem como ele. E a ação fica superlativa. Além disso, dou os sintomas da mediunidade no livro. Seria bom verificarmos de que maneira podemos estar sendo instrumentos do bem ou do mal em relação a nós e aos outros.
FE – Mediunidade é doença? Qual a cura para ela?
Marlene – Mediunidade não é doença. O médium não tem possibilidade de se livrar dela, porque a faculdade lhe foi concedida, a seu próprio pedido, antes da encarnação, para favorecer-lhe a evolução espiritual. O que ele precisa é ficar atento ao uso, à aplicação que faz dela. A obsessão, sim, é doença espiritual, porque se trata da mediunidade patológica ou torturada, que deve ser tratada com empenho, paciência e dedicação.
FE – Como perceber se um pensamento ou atitude é nosso ou sugerido por outra inteligência que não a nossa?
Marlene – Na maioria das vezes, não distinguimos se é nosso ou não, principalmente se não temos muita experiência no trato com as questões espirituais, por isso recolhemos as “respostas” dos invisíveis, misturadas ao emaranhado dos nossos próprios pensamentos. No entanto, não há quem não possa distinguir entre a sugestão de uma ação boa ou má. A atitude final cabe à criatura encarnada, porque, afinal de contas, a decisão é sempre do espírito morador. Utilizamos o nosso livre-arbítrio, responderemos, portanto, por nossas ações.
FE – Quando percebemos que o pensamento não é nosso, o que fazer?
Marlene – Se conseguimos distinguir, devemos orar quando o pensamento não é bom, pedindo a Deus pelo espírito equivocado e por nós mesmos para não cairmos na tentação do erro. Quando é bom, devemos agradecer.
FE – Quais são os inconvenientes em nossa vida de uma mediunidade não orientada? E as pessoas de religiões que não aceitam a mediunidade e são médiuns? 
Marlene – Quando a mediunidade não é canalizada no auxílio à humanidade de forma generosa e desinteressada, podem surgir, como fruto da má ou da não utilização, doenças corpóreas e transtornos mentais. Aos que têm outra religião, constitui nosso dever dizer do que se trata, dar o diagnóstico e deixar a decisão por conta deles.
FE – Quais os benefícios em nossa vida de uma mediunidade bem orientada?
Marlene – Tomemos como exemplo o maior médium de todos os tempos – Chico Xavier: os frutos benéficos foram e continuam a ser extraordinários. Não podemos esquecer, todavia, que tudo foi possível graças à sua doação pessoal em abnegação, renúncia e bondade.
FE – De que maneira direcionar a mediunidade de modo a obter esses benefícios?
Marlene – Mediunidade bem direcionada é sinônimo de médium disposto a servir à humanidade de forma gratuita e honesta, dentro do espírito de renúncia e humildade, exemplificado por Jesus. Os benefícios, em geral, são de ordem espiritual, por isso nem sempre os médiuns persistem. Muitos desistem ante as lutas grandes e ásperas que têm de travar no mundo conturbado que habitamos.

Estudo diferencia manifestação mediúnica de doença mental


Ana Cláudia Barros
 
Segundo professor, estudo avalia somente médiuns ligados ao espiritismo /
Foto: IstoÉ
Qual a fronteira que separa uma experiência mediúnica de um quadro de transtorno mental? O que diferencia um de outro? Ouvir vozes, ter visões indicam, necessariamente, uma manifestação patológica? Foram justamente essas indagações que motivaram um estudo desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
A pesquisa, que começou a ser realizada no ano passado, tem previsão de conclusão em 2011. Ela é, na verdade, um desdobramento de outra investigação, iniciada em 2001, na Universidade de São Paulo (USP), com o doutorado do professor Alexander Moreira-Almeida. Diretor do Nupes, Almeida é o orientador do trabalho atual.
-Na primeira pesquisa, investigamos 115 médiuns. Pegávamos gente que já trabalhava como médium em grupos espíritas há bastante tempo - explica. De acordo com o professor, foi encontrada uma baixa prevalência de transtornos mentais, menor do que na população em geral, entre os integrandes do grupo estudado.
Nesse segundo momento, estão sendo analisadas pessoas que foram recém -identificadas como médiuns.
-O objetivo das entrevistas é avaliar a presença de transtornos mentais, avaliar características da personalidade, ou seja, avaliar vários traços do funcionamento mental e social, para poder tentar traçar um panorama desse grupo e ajudar pesquisadores e clínicos com dados mais concretos nessa diferenciação.
Confira a entrevista
Terra Magazine - Qual a ideia central do estudo? 
Alexander Moreira-Almeida - 
A ideia basicamente é a seguinte: mediunidade, quando a pessoa se considera estar em contato com alguma força não física, extramaterial ou alguma coisa do gênero. O fato é que esse tipo de experiência apresenta características, como, por exemplo, a pessoa têm visões, ouve coisas que outras pessoas não ouvem, têm a sensação de que há algo influenciando o corpo dela. Esse tipo de vivência é bastante comum na esquizofrenia e em outros quadros psicóticos. 
Há uma discussão muito grande sobre qual a relação de uma coisa com a outra. Será que esses quadros chamados mediúnicos seriam, na realidade, quadros psicóticos, esquizofrênicos?
Foi isso que motivou a pesquisa: diferenciar manifestações ditas mediúnicas de quadros de transtornos mentais? 
Exatamente. Há algumas décadas, a mediunidade era considerada uma manifestação patológica. Hoje, a psiquiatria reconhece que não é bem o caso. Há pessoas que têm essas vivências religiosas, espirituais e que não são, necessariamente, patológicas. Mas falta ainda determinar, com mais precisão, critérios que nos ajude a separar o que seria uma experiência não patológica, ligada à nossa cultura, a um certo grupo religioso, do que seria uma doença mental. Com base nisso, temos feito uma linha de pesquisa neste sentido.
Quando vocês começaram a trabalhar com essa linha de pesquisa? 
O trabalho começou na Universidade de São Paulo (USP), com o meu doutorado, em 2001. Agora, dando continuidade, estou na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde coordeno uma linha de pesquisa, com dois alunos de doutorado. Essas duas teses de doutorado começaram no ano passado a coletar os dados.
Que tipo de metodologia está sendo aplicada na pesquisa atual e quantas pessoas foram ouvidas? 
Nossa meta é chegar a 120 pessoas. Buscamos pessoas que procuram centros espíritas e lá, é dito para elas que são médiuns. Naturalmente, não entramos no mérito do que seria efetivamente isso ou não. Só estudamos esse fenômeno. São pessoas classificadas por médiuns, pelos próprios espíritas. Aplicamos uma série de testes psiquiátricos e psicológicos para fazer uma avaliação. Estamos fazendo a avaliação agora, para ver, daqui a um ano, como vão se desenvolvendo essas pessoas.
Como são esses testes? 
São testes de entrevistas. Testes psicológicos e psiquiátricos. O objetivo das entrevistas é avaliar a presença de transtornos mentais, avaliar características da personalidade, ou seja, avaliar vários traços do funcionamento mental e social para poder tentar traçar um panorama desse grupo e ajudar pesquisadores e clínicos com dados mais concretos nessa diferenciação.
Sei que a pesquisa está em andamento, mas vocês já chegaram a uma conclusão? 
Em relação à pesquisa inicial, já temos uma conclusão. Essa outra ainda está em andamento. Na primeira pesquisa, investigamos 115 médiuns. Pegávamos gente que já trabalhava como médium (na atual, são pessoas que acabaram de ser classificadas como médiuns), em grupos espíritas há bastante tempo. 
Um detalhe importante: quando falamos em mediunidade, nós não estamos restringindo a apenas um grupo religioso, embora a pesquisa em si, por razões metodológicas, escolheu o espiritismo, por ser um grupo que trabalha de modo mais intenso e mais direto. Classificamos mediunidade como qualquer experiência em que a pessoa se julgue em contato com as dimensões espirituais. Pensando dessa forma, a umbanda, os católicos carismáticos, pentecostais protestantes. Todos esses têm contato com espírito santo, com alguma dimensão... Estamos trabalhando com o espiritismo por ser muito disseminado no Brasil.
Então, vocês trabalharam com 115 médiuns. Qual foi a conclusão? 
Pegamos 115 médiuns, frequentando centros espíritas de São Paulo, mas eram médiuns que atuavam a bastante tempo como médiuns. Traçamos um perfil psiquiátrico dessa população e, basicamente, encontramos uma baixa prevalência de transtornos mentais. Menor do que encontrado na população em geral.
Qual a avaliação que vocês fizeram em cima desse resultado?
Esse é o primeiro resultado. Ainda há outro resultado importante, que medimos a adequação social, para ver quanto desses indivíduos eram bem ajustados socialmente, no trabalho, na família, na vizinhança. Também evidenciou um bom ajuste social. O mais importante: não havia relação entre a intensidade dessas vivências mediúnicas e problemas de ajustamento social ou de sintomas psiquiátricos. Ou seja, eram coisas separadas.
Foi o primeiro estudo com amplo número de pessoas e metodologia rigorosa, que investigou a saúde mental de médiuns. Basicamente, o que nós concluímos... O primeiro dado, que mostra de modo objetivo, usando metodologia padrão, internacional da saúde mental, desses médiuns, pelo menos esses, que estão frequentando e trabalhando há bastante tempo em grupos espíritas, revela que eles têm uma boa saúde mental, que essa vivência deles, embora, a princípio seja semelhante a um quadro psicótico, não é a mesma coisa. São coisas diferentes que precisam ser melhor estudadas. 
A partir disso, então, estamos fazendo esse segundo momento de pesquisa, dando continuidade nessa linha, para ajudar a separar essas questões.
Quais os critérios que vocês estão usando para diferenciar uma experiência espiritual de uma manifestação patológica?
A pesquisa não entra no detalhe do que seria uma experiência espiritual. Estamos apenas separando se é uma vivência patológica ou não. Ou seja, se é um real contato com o mundo espiritual, se é uma coisa que o inconsciente da pessoa cria ou não. Nós não estamos investigando isso nessa pesquisa atual. 
Temos projetos de avançar nessa questão também. Nessa pesquisa, estamos investigando o que seria uma experiência religiosa, mística, não patológica do que seria um quadro psiquiátrico. Não estamos entrando no mérito de qual seria a causa dessa vigência espiritual, que é um detalhe importante.
Para considerar como doença mental, estamos usando critérios diagnósticos psiquiátricos utilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estamos utilizando qualidade de vida dessas pessoas e adequação social. Na realidade, estamos testando alguns critérios que têm sido propostos na literatura médica. A gente publicou, recentemente, um artigo na revista de psiquiatria clínica da USP, levantando novos possíveis critérios que fariam essa diferenciação. Estamos testando esses critérios.
Quais seriam os critérios?
Entre os critérios está, por exemplo, a ideia de que a pessoa tem a vivência, mas esta não causa sofrimento para o indivíduo. Outra, essa vivência não causa prejuízo para o funcionamento social, profissional da pessoa. Outro critério seria que a pessoa tem controle sobre essa vivência. Mais um critério seria a pessoa não ter outros sintomas de doença mental, além dessas vivências , ouvir, ver...

ESTUDO AFASTA RELAÇÃO DE MEDIUNIDADE E DOENÇA


Estudos desenvolvidos no Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tentam desvendar um campo ainda de incertezas para a ciência e que tem ganhado destaque na mídia nos últimos meses: experiências espirituais, como a mediunidade.

Desde o ano passado, pesquisadores analisam cerca de cem médiuns de Juiz de Fora para listar critérios para um diagnóstico que diferencie experiências espirituais saudáveis de transtornos mentais, como os psicóticos, pois os dois estados podem se confundir, afirmam pesquisadores. Outro estudo captou imagens do cérebro de médiuns quando psicografavam e quando escreviam um texto de sua autoria, para avaliar quais áreas são ativadas nessa parte do organismo. Já uma pesquisa, finalizada, concluiu que as ocorrências mediúnicas não implicam necessariamente em esquizofrenia, que se caracteriza por delírios e alterações do pensamento e no contato com a realidade.

"Se a pessoa diz que está vendo vultos, será que é uma experiência espiritual não patológica ou alucinação, indicando um transtorno mental?", questiona o professor da UFJF e aluno de doutorado em Saúde Brasileira, Adair Menezes Júnior, para a sua tese em elaboração, que pretende identificar se a experiência espiritual é ou não um transtorno psíquico, para a qual estão sendo entrevistadas as cem pessoas.

O orientador do trabalho, professor da UFJF Alexander Moreira-Almeida, revisou estudos, ao lado de Menezes, apontando nove critérios encontrados para esse diagnóstico que separe o que é uma vivência espiritual do que é um transtorno mental. Em relação à experiência vivida, os nove preceitos são: ausência de sofrimento psicológico; ausência de prejuízos sociais e ocupacionais; duração curta da experiência; atitude crítica (ter dúvidas sobre a realidade objetiva da vivência); compatibilidade com o grupo cultural ou religioso do paciente; ausência de comorbidades; controle sobre a experiência; crescimento pessoal ao longo do tempo e uma atitude de ajuda aos outros. "A presença dessas condições sugere uma experiência espiritual não patológica, mas, por outro lado, há carência de estudos bem controlados testando esses critérios", ressalva o professor.

Esquizofrenia

Em outra pesquisa que reuniu 115 médiuns espíritas, o maior número já investigado em todo o mundo, conforme Moreira-Almeida, autor do estudo, concluiu que as manifestações mediúnicas da maioria dos médiuns começaram na infância e que, atualmente, essas ocorrências não implicam fundamentalmente que a pessoa seja esquizofrênica. Além disso, segundo o trabalho, a mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de personalidade múltipla.

De acordo com o professor, que é psiquiatra e coordenador do Nupes, a mediunidade foi considerada, pela Medicina, nos séculos 19 e 20, como um grave transtorno mental. Nas últimas décadas, porém, esse conceito desapareceu. "Os médiuns, assim como qualquer pessoa, podem sofrer de transtornos mentais. Mas os estudados exibiram um bom nível de ajustamento social e uma prevalência de problemas psiquiátricos menor do que a população geral", declara.

O principal objetivo do estudo foi definir o perfil sociodemográfico e a saúde mental em médiuns espíritas, além do histórico de suas experiências mediúnicas. Realizado em São Paulo, na época, o trabalho reuniu investigações que apontaram, entre outros dados, que 2,7% dos médiuns entrevistados eram desempregados, 46,5% possuíam ensino superior e 76,5% eram mulheres. Além disso, a média de idade dos entrevistados era de 48 anos e a média de anos no espiritismo, de 16 anos.

A pesquisa foi feita para a tese de doutorado em psiquiatria do professor, na USP, em 2005, intitulada "Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas", apresentada em congressos em vários países. Moreira-Almeida possui outras pesquisas na área, em andamento, como casos de cirurgia espiritual e estudos históricos de investigações científicas de experiências espirituais.

Funcionamento do cérebro

Em um estudo, em andamento, o professor investiga como é o funcionamento cerebral dos médiuns durante a psicografia, para determinar se esse processo está associado a alterações específicas na atividade cerebral. Foram analisados dez médiuns, sadios, sem transtornos mentais presentes, para comparar a ação de psicografar com a tarefa de escrever um texto de autoria do próprio indivíduo, porém, fora do estado mediúnico. As imagens foram coletadas, em agosto de 2008, na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e estão em análise.


Nupes

Desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares de qualidade sobre as relações entre espiritualidade e saúde. Essa é a missão do Nupes, que possui uma ampla rede de pesquisadores em âmbito nacional e internacional. O núcleo, que faz parte do Programa de Pós-Graduação em Saúde da UFJF, trabalha com as seguintes linhas de pesquisa: Epidemiologia da Religiosidade e Saúde; Experiências Religiosas e Espirituais; e História e Filosofia das Pesquisas sobre Espiritualidade. Os principais artigos publicados pelo Nupes podem ser acessados gratuitamente e na íntegra na Biblioteca Virtual em Espiritualidade e Saúde (BVES), pelo site www.hoje.org.br/bves .

Os trabalhos realizados pelo Nupes estão ganhando espaço, transformando-o em referência internacional. Além de diversas publicações nacionais e internacionais, o Nupes tem tido presença ativa em congressos, como no da Sociedade Internacional para o Estudo da Psiquiatria e Cultura, ocorrido no Canadá neste mês. "Participaremos com conferências e apresentações de trabalhos no Congresso Brasileiro de Psiquiatria, em Fortaleza; no Congresso da Associação Americana de Psicologia nos Estados Unidos; e na Associação Mundial de Parapsicologia, na França", afirma o coordenador.

Outras informações: www.ufjf.br/nupes

MEDIUNIDADE NÃO É DOENÇA


MEDICINA: MEDIUNIDADE NÃO É DOENÇA


Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*

Código Internacional de Doenças (OMS) inclui influência dos Espíritos - Medicina reconhece obsessão espiritual
"A obsessão espiritual como doença da alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito.

No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: iológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado de transe, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de "psicóticos" por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo."

***
(*Dr. Sérgio Felipe de Oliveira - Médico psiquiatra que
coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.)
Artigo disponível no Boletim Eletrônico daFederação Espírita Brasileira - Junho/2011/ 2ª quinzena.

Influência da Mediunidade na Saúde


MEDIUNIDADE
Estudo 14: Influência da Mediunidade na Saúde
               Muitos prognosticam, alarmados, evidenciando ignorar a excelência do conteúdo da doutrina espírita que o exercício da mediunidade gera várias desordens emocionais, comprometendo o equilíbrio psicológico do homem.
               Allan Kardec, se antecipando a estas questões, perguntou aos Espíritos na questão 221. 1. de O Livro dos Médiuns:
               - A faculdade mediúnica é indício de algum estado patológico ou simplesmente anormal ?
               - Às vezes anormal, mas não patológico. Há médiuns de saúde vigorosa. Os doentes o são por outros motivos, responderam os Espíritos.
               A mediunidade, como qualquer outra faculdade orgânica, exige cuidados específicos para um desempenho eficaz e tranqüilo.
               Os distúrbios que lhe são atribuídos decorrem dos desequilíbrios emocionais de seu portador que, espírito imperfeito, reencarna ligado ao passado de comprometimentos, dos quais derivam seus conflitos, suas perturbações, sua intranqüilidade.
               Pessoas nervosas apresentam-se inquietas, instáveis em qualquer lugar, não em razão do que fazem, porém, pelo fato de serem enfermas. Atribuir-se, no entanto, à mediunidade a origem desses distúrbios é dar um perigoso e largo passo na área da conceituação equivocada.
               O homem deseducado apresenta-se perturbado e incorreto onde se encontre. Nada tem a ver essa conduta com a filosofia, a aptidão e o trabalho a que se entrega, porquanto o comportamento resulta dos seus hábitos e não do campo onde se localiza.
               O exercício da mediunidade não traz inconvenientes em si mesmo, excetuando-se os casos de abusos, porém o médium responsável saberá abster-se da prática mediúnica quando necessário, pois identificará no próprio estado físico e moral, em desequilíbrio, as razões que não lhe permitem servir de instrumento ao mundo espiritual.
               Muitas pessoas, ao acusarem a prática mediúnica de perturbadora, justificam-se alegando que os médiuns sempre se apresentam com episódios de desequilíbrios, de depressão ou exaltação, sem complementarem que os mesmos são inerentes à personalidade humana e não componentes das faculdades psíquicas.
               Outrossim, estabelecem que os médiuns são portadores de personificações arbitrárias, duplas ou várias, favorecendo as catarses psicanalíticas, considerando-as personalidades esdrúxulas do inconsciente do próprio médium, a se apresentarem nas comunicações. Todavia, dá-se exatamente o contrário: são comunicações de individualidades que retornam ao convívio humano procedentes do mundo espiritual, demonstrando a sobrevivência à morte, e, fazendo-se identificar de foram clara, consolando e esclarecendo, e, nos casos das obsessões, trazendo valiosa contribuição às ciências da mente, interessadas na saúde do homem.
               De fato, aparecem manifestações da personalidade ou anímicas que não são confundidas com as de natureza mediúnica, decorrentes das fixações que permanecem no inconsciente do indivíduo. Vimos em estudos anteriores, a condução adequada dessas situações que se apresentam no exercício mediúnico, particularmente, no início das atividades do médium (ver estudos de março e abril/02).
               Certamente, ocorrem, no médium, estados oscilantes de comportamento psicológico, o que é perfeitamente compreensível e normal, já que a mediunidade não o libera da sua condição humana e frágil.
               A interação espírito-matéria, cérebro-mente, sofre influências naturais, inquietantes, quando se lhe associam, psiquicamente, outras mentes, em particular aquelas que se encontram em sofrimento, vitimadas pelo ódio, portadoras de rebeldia, de desequilíbrio.
               A tempestade vergasta a natureza, que logo se recompõe, passada a ação danosa. Também no médium, cessada a força perturbadora, atuante, desaparecem-lhe os efeitos danosos. Isso igualmente acontece entre os indivíduos não dotados de mediunidade ostensiva, em razão dos mecanismos de sintonia psíquica.
               O homem, de uma maneira geral, dependendo do tipo de atividade desenvolvida, do perfil de personalidade e do estado de saúde, em certas circunstâncias pode desenvolver um quadro clínico de estafa, habitualmente rotulado de "estresse". O médium ostensivo, além de estar sujeito, como homem, a todas essas possibilidades e, por manifestar uma sensibilidade psíquica mais aflorada, responde prontamente às agressões ambientais e psicológicas do dia-a-dia. Dependendo da duração e da intensidade da ação desarmonizante, os mais suscetíveis e influenciáveis, desenvolvem em tempo relativamente curto, sintomas característicos, considerando os seguintes fatores predisponentes:
    Distúrbios Psíquicos e OrgânicosInfluências espirituais transitórias ou obsessivas
               Respondem pelos distúrbios psíquicos as dificuldades encontradas na luta pela sobrevivência, gerando reações ansiosas e depressivas; acrescente-se a isso, os conflitos gerados por relacionamentos insatisfatórios, os desentendimentos entre familiares, dificuldades profissionais; acresça-se ainda, as possíveis influências espirituais obsessivas, que desencadeiam perturbações emotivas, levando o médium a buscar a necessária ajuda médica e espiritual. 
               Os distúrbios orgânicos
, quando provocados por infecções viróticas e bacterianas e exigem cuidados específicos dos profissionais da saúde, pois refletem a queda temporária dos mecanismos de defesas orgânica. Os sintomas encontrados nas enfermidades infecciosas e caracterizados por febre, calafrios, dores musculares, indisposição e cansaço, incapacitam o indivíduo para suas atividades normais e, sobretudo para o exercício mediúnico. Considerando o leque de enfermidades naturais da Terra, o médium, não sendo alguém em estado de privilégio, pode sofrer ou apresentar os mais diferentes distúrbios emocionais e/ou orgânicos, daí o bom senso sugerir que os problemas orgânicos devam ser tratados com os recursos ofertados pela Medicina, pois quanto mais saudável o trabalhador se sentir, melhor o seu rendimento na atividade mediúnica. 
               Influências espirituais e obsessivas: 
Perturbações transitórias decorrem da absorção de fluidos enfermiços de espíritos sofredores que, de forma inconsciente, ligam-se a psicosfera do médium desencadeando sintomas opressivos, através dos quais transfere para seu hospedeiro, a própria carga de angústia e sofrimentos que vivência, inclusive, os sintomas da doença que o vitimou, muito embora se beneficie com a absorção dos fluidos vitais em processo de troca. Caracteriza-se assim a influência espiritual não obsessiva, porque acontece na ausência da intenção propositada. Esse fenômeno é denominado indução espiritual. 
               Nas obsessões espirituais, propriamente ditas, os mecanismos indutores são mais sofisticados por serem intencionais e executados com técnicas altamente aprimoradas. O envolvimento obsessivo pode se instalar sorrateiramente, evoluindo aos poucos, sem que a vítima se aperceba, ou ao contrário, surgir de forma abrupta, comprometendo, quer as faculdades mentais, quer algumas das funções desempenhadas pelo organismo físico. Naturalmente para que a obsessão se instale é necessária a existência de fatores predisponentes, facilitadores do desencadeamento do processo. A mediunidade pode, nestes casos, funcionar como canal mais intenso de ligação entre obsessor e obsediado, porém não é a responsável pelo processo obsessivo, que certamente está sedimentado em imperfeições morais do médium.
               "Da mesma forma que as doenças são resultado de imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre resultado de uma imperfeição moral que expõe a um mau espírito." Allan Kardec "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Preces pelos obsedados.
               Se ocorrerem desequilíbrios emocionais ou físicos, estes não serão causados pela prática mediúnica, e para que haja esse entendimento, é necessário que médiuns e coordenadores de trabalho, amparados no estudo, utilizem bom senso na condução desses processos. Haverá momentos em que o médium em desequilíbrio necessitará de acompanhamento médico e espiritual, com afastamento momentâneo das atividades mediúnicas, a fim de se restabelecer. Cabe aos coordenadores e também aos médiuns não subestimarem estas ocorrências com interpretações inadequadas, colocando em risco, o equilíbrio do próprio trabalho.
               O Espiritismo oferece metodologia segura para a prática mediúnica, com resultados benéficos e saudáveis para o médium, não causando prejuízos à sua economia moral ou física.
A mediunidade é ferramenta de progresso para o Espírito que através do estudo e vivência, estabelece para si um roteiro seguro, tendo em Jesus, o Modelo e Guia.
    Bibliografia:
  • Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:FEESP,1989-Cap.XXI,q.221. 1 - 4
  • Franco, Divaldo P., Pelo Espírito Vianna de Carvalho – Médiuns e Mediunidades: 5.ed. Salvador:LEAL, 1990, cap XI, XII
  • Costa, Vitor Ronaldo, - Mediunidade e Medicina – Vasto Campo de Pesquisas: 1.ed. Matão: O CLARIM, 1996, pg. 139-160
    Tereza Cristina D'Alessandro
    Agosto / 2002

Mediunidade e a saúde

“E na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo,

senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto

pacífico de justiça nos exercitados por ela” – Paulo. (Hebreus, 12:11)



Em 1857, quando foi lançada a base do espiritismo, através do Livro dos espíritos, uma das maiores críticas que se tentava fazer, era associar a loucura com o estudo do espiritismo, como se uma vez adentrando o mundo imaterial, abrisse-se uma porta para que entidades malévolas viessem prejudicar o aspirante a espírita.

Talvez por isso, o Livro dos Médiuns tenha saído em 1861, antes do Evangelho segundo o espiritismo, que só foi concluído em 1864. Nele Kardec, de forma brilhante, nos dá o ensino especial dos espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do espiritismo, deixando claro que se a mediunidade equilibrada se relaciona a alguma coisa, é com a cura, com o restabelecimento da saúde, e nunca com a doença, até porque o médium entra em contato com espíritos obsessores, mas também sente mais a presença dos mentores.

Infelizmente, esse preceito não vem sendo respeitado, principalmente por aqueles que mais compromisso tem com a doutrina. Milhares de pessoas, reencarnaram nesse fim de século para exercer na plenitude a mediunidade. Compromisso sublime que na maioria esmagadora das vezes, vem para os incautos, para os renitentes, a mediunidade pode se transformar num escoadouro maravilhoso das energias que armazenamos por milênios em nosso psiquismo, tornando-se desnecessário o que Ramatís chama de verter para a carne, ou seja, o uso ético da mediunidade, de forma caritativa e equilibrada pode afastar do médium grandes provações no futuro.

No nosso grupo mediúnico em Goiânia, há quase 18 anos mantemos trabalhos semanais de desobsessão e não é incomum que espíritas, candidatos a médium nos procurem com doenças graves, e quando o processo se aprofunda, vemos que uma das grandes causas dessas doenças é justamente a fuga da proposta encarnatória.

André Luiz, através da excelente mediunidade de Chico Xavier, nos narra em Os mensageiros, o triste reconhecimento de pessoas que vieram para trabalhar mediunicamente nos mais diversos campos, e que se deixaram arrastar por desculpas esfarrapadas, terminando a jornada terrena em profundo desencanto.

O que acontece é que o futuro médium vem com uma carga extra de ectoplasma. O fato de não usar essa energia, fugindo de sua proposta como trabalhador, acaba por provocar doenças físicas. Em alguns casos é bem direta a relação entre fibromialgia, ou artrite com o acúmulo de energia no duplo etérico. Em outras vemos a associação com doenças neurológicas tipo esclerose múltipla.

O desenvolvimento da mediunidade e a atuação do espírita consciente como médium, seja passista, de incorporação, doutrinador, sensitivo, psicografo e outros, é uma tarefa árdua, mas que com certeza traz inúmeros benefícios. Muitas pessoas se perdem no início, temendo o julgamento da sociedade. Outros acham que o estudo é desnecessário, acabando por tornarem-se curadores, e outro tanto, após passar por provações enormes e chegar a um bom nível de desenvolvimento mediúnico, acabam por tropeçar no orgulho, achando-se os próprios missionários de Deus na Terra, esquecendo dos compromissos referentes a paciência, caridade e humildade. Mas co certeza, aqueles que persistem, exercendo com fé e coragem, atingem um grau de felicidade que muito dificilmente poderemos entender.

Se encontramos com algum evangélico na rua, é provável que ele queira nos doutrinar, mas os espíritas sempre dizem que estão tentando ser espíritas! Já é hora de levarmos mais a sério a doutrina libertadora. Chega de postergar o trabalho mediúnico. Mãos a obra. O tempo urge!


sábado, 22 de setembro de 2012

A medicina e a religião - Jornal do Brasil


A medicina e a religião 

Jornal do BrasilSandra Franco*, Nina Neubarth** e Fabio Rodrigues F. Lima***    
Um tema antigo, e igualmente polêmico, o qual nem o tempo foi capaz de solucionar como questão peculiar, na qual os direitos e deveres são contrapostos e a fé e a medicina se enfrentam. No dia a dia das entidades hospitalares, nas quais as decisões devem ser tomadas em segundos, a ausência de uma definição pela doutrina jurídica e na jurisprudência pátria dificulta a decisão de médicos e pacientes.
Assim, em determinados casos, impõe-se desvendar quais os direitos constitucionais devem ser resguardados: o direito à vida ou a liberdade religiosa, ambos direitos fundamentais imutáveis. As normas vigentes trazem ainda conflitos entre deveres dos médicos e direitos dos pacientes —  a qual se deve atender?
Sem dúvida, um dos principais conflitos entre a medicina e a religião dá-se pelo procedimento da transfusão de sangue. Os seguidores da religião Testemunhas de Jeová têm como crença a impossibilidade da realização da transfusão de sangue; para eles o sangue de outrem é impuro, moralmente contaminado. Uma das justificativas está nas citações bíblicas como Gênesis (9,3 a5), Levitico (17,10) e em Atos (15,20), nas quais se afirma que “é um princípio cristão não consumir sangue, não havendo diferença entre consumi-lo por via oral ou intravenosa”.
Com o avanço da medicina, apresentam-se inúmeras alternativas de tratamento àqueles que se recusam a realizar a transfusão de sangue. No entanto, em alguns casos os médicos têm como única forma para salvaguardar o paciente: realizar a transfusão de sangue, sob pena de sequelas ou mesmo de óbito.
Entra-se, então, no referido conflito aparente de direitos constitucionais: seria a vida mais importante do que a liberdade religiosa? Partindo do pressuposto de que nenhum direito é absoluto, a doutrina e a jurisprudência apontam que ambos os direitos devem ser cotejados e colocados na balança da proporcionalidade. Assim, o conflito será sempre aparente, pois o direito de maior valor se sobreporá ao de menor valor, segundo o princípio da convivência harmônica das liberdades públicas.
Em determinados casos, é mais fácil a aferição do direito considerado de maior valor. Veja o caso de determinadas seitas religiosas que pregam um suicídio coletivo de seus fiéis quando de determinado acontecimento, como a seita americana Heaven's Gate, na qual dezenas de fiéis cometeram suicídio coletivo esperando ir embora da terra na cauda do cometa Halley, em 1997. Neste caso, claramente o direito à vida se sobrepõe ao direito à liberdade religiosa, que cai por terra, sendo possível e legítimo todo e qualquer ato para se evitar as dezenas de mortes.
Em outros casos, pode não ser tão fácil se aferir qual o direito de maior valor. No caso da transfusão de sangue, para a maioria da população, em especial aqueles que não são seguidores das Testemunhas de Jeová, a resposta seria unânime: a vida deve se sobrepor a tudo. Porém, a crença religiosa, a fé daqueles que optaram pela não realização do procedimento, gera um conflito moral interno, em que o descumprimento das regras religiosas é pior do que a morte.
Difícil julgar quando não se tem a crença naquilo que se sobrepõe a vida. No entanto, algumas normas jurídicas devem ser observadas, seja pelos médicos, seja pelos seguidores das Testemunhas de Jeová. A lei é igual para todos, independentemente da crença.
O Código de Ética Médica prevê a autonomia do paciente em decidir, após esclarecimentos dos riscos e consequências, que pode optar por determinado tratamento médico. Por outro lado, o mesmo ordenamento legal determina que é dever do médico utilizar-se de todos os meios para curar a enfermidade e salvar a vida de seu paciente.
Parte da jurisprudência entende pela desnecessidade de previamente se recorrer ao Judiciário para solicitação da realização do procedimento de transfusão de sangue. Todavia, não raro temem os médicos sofrer processos judiciais, com pedidos de indenização por descumprimento da autonomia do paciente. Desta forma, inclusive em determinados casos de urgência, havendo tempo, alguns médicos optam por terem um respaldo judicial para a realização do procedimento.
Diante das normas legais, dos deveres das partes e do aparente conflito de direitos, devem ser feitas algumas distinções principais nas quais é possível aos pacientes ter sua autonomia assegurada. Em um primeiro plano, temos que distinguir as hipóteses em que determinado paciente é considerado “hipossuficiente” pela legislação, como por exemplo, as crianças e adolescentes. Neste caso, as normas que regem a Constituição federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90) adotaram a doutrina da proteção integral, pondo a salvo as crianças e adolescentes de qualquer situação prejudicial a seus interesses (ECA, artigos 1º, 3º, 4º e 6º), sendo “dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida e à saúde...” (CF, artigo 227, e ECA, artigo 4º); bem como “dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente” (ECA, artigo 70). Assim, reforça-se a imposição ao profissional da saúde de salvaguardar a vida e a integridade física do infante, caso sua avaliação conclua pela necessidade da transfusão de sangue, não havendo outra alternativa.
Igual raciocínio deve ser aplicado aos idosos, por exemplo, com fulcro no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03).
Já quanto aos demais pacientes que se encontram em condições de manifestar sua vontade, embora deva ser respeitada a sua autonomia, deve o profissional da saúde analisar a urgência do procedimento e a capacidade do paciente de se expressar, diante de determinada enfermidade. Nesses casos, será o médico quem deverá decidir o melhor procedimento a fim de dar cumprimento ao seu dever de salvaguardar vida, buscando conciliar o mencionado princípio constitucional da proporcionalidade e outras normas que impõe este dever (Código de Ética Médica e artigo 146, § 3º, I, do Código Penal, entre outros). Tarefa complexa e ainda sujeita a consequências ao profissional de saúde, nas esferas cível, criminal e administrativa, independente da decisão que tomar.
Por tudo, assenta-se que nenhum direito pode ser considerado absoluto.
* Sandra Franco, sócia-diretora da Sfranco Consultoria Jurídica em Direito Médico e da Saúde, do Vale do Paraíba (SP), é presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde. – drasandra@sfranconsultoria.com.br
**Nina Neubarth, advogada na Sfranco Consultoria Jurídica em Direito Médico e da Saúde, é especialista em Direito Público – nneubarth@sfranconsultoria.com.br
***Fabio Rodrigues F. Lima  é promotor de Justiça em São José dos Campos/SP – faropj@uol.com.br

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Demônios, loucos, deficientes mentais e o Espiritismo




Na sociedade pretérita dos Eclesiastes e burgueses , mais amarrada à retorica de aparência e pouca de clareza ou seja apegada às palavras brilhantes, tinha enorme receio dos poderes espirituais ocultos, no seio destas Castas a doença mental era vista como uma influência demoníaca, ou uma invasão de força perversa e em êxtase ativo.. . Os ditos dementes ou possessos de loucura, no reconhecimento da maioria dos Doutos, só servia para experienciarem as suas retoricas submetendo os doentes mentais a terapias brutais de tortura física e psicológica; sem pena , nem dó e tudo em nome de uma cura…que não passava do elo experiencial, tendo um único sentido a mortificação plena de um Ser. Estes Seres com problemas psíquicos, eram marginalizados, mesmo liquidados, para que não fossem profanadas as suas Famílias no entender de alguns. O Espiritismo à dois seculos, que tem nos oferecido pelo estudo logico e lucido, enumeras respostas, para vários problemas, aos quais apenas se ouvia o ruído, e entre estes estudo Allan Kardec explanou Na Revue Spirite, artigos de enorme importância. Qual será a visão real do Espiritismo deste problema?!O que fazer para permitir uma maior ajuda às Famílias que tem no seio um doente mental?! O enorme desconhecimento da doença, levou a tratamentos , iguais em forma e dor da loucura, operação em que se faz uma abertura em um osso, especialmente do crânio.
O instrumento usado é um trépano ou seja a trepanação. Pensavam eles assim poder retirar a “pedra da loucura” isto durante a Idade Média, e que segundo os testemunhos escritos sobre ela, consistia na extirpação de uma pedra que causava a loucura do homem. Acreditava-se que os loucos eram aqueles que tinham uma pedra na cabeça. que acreditavam existir nos cérebros dos doentes. O que acontecia de fato é que eram feitas verdadeiras mutilações que exauriam as forças dos doentes e, por vezes, acabavam por deixar os pacientes privados de certos movimentos. Arrazoa-se que, durante o Renascimento, a loucura tinha o poder de impor uma ordem social bem como a capacidade de apontar para um verdade mais esclarecedora e profunda. Isso foi silenciado pela Razão do Esclarecimento. Isto nos diz “Foucault” e o mesmo também contempla o surgimento da sociedade moderna e os tratamentos,"humanitários" para o louco, como por exemplo no caso de Philip Pinel e Samuel Tuke. O tratamento de Tuke consistia em punir os loucos até que eles não mais desenvolvessem sua loucura.
Similarmente, o tratamento de Pinel consistia numa extensa terapia de aversão, o que incluía métodos como banho de água fria e camisa de forças. No entanto outros tratamentos foram experimentados, como; como eletro-choque, a eletroconvulso-terapia, as convulsões induzidas por metrazol, a indução a febre, enfim, as quais nunca foram bem sucedidas. O século XIX, trouxe novas doutrinas de analise e terapia e o aparecimento da psicanálise e a contribuição de Freud, a psiquiatria como um dos braços da medicina pôde avançar em alguns pontos no tratamento da loucura, mas não suficientemente. Freud, com o desenvolvimento da teoria da libido, não conseguiu dar conta do complexo problema da deficiência mental.
Jung então questionou a influência capital do aparelho genésico do desenvolvimento do ser, defendido por Freud. Novas terapias; Clorpromazina (1952) – Inicio do uso de psicofarmacos com eficácia no controle dos sintomas psicóticos (alucinações e delírios), proporcionando uma perspectiva de reintegração dos doentes mentais graves (esquizofrênicos) no seu meio. Antidepressivos tricíclicos (década de 50) – Imipramina, amitriptilina e outros foram os primeiros recursos medicamentosos disponíveis para o tratamento dos transtornos depressivos. Entretanto um grupo grande de pessoas com indicação de tratamento antidepressivo, não os tolerava pelos seus efeitos colaterais (visão turva, boca seca , náusea, alterações cardiovasculares, disfunção sexual entre outros). Fluoxetina (1987) – Ampliou o horizonte de tratamento e pesquisa de novas drogas de Inibição de Recaptação da Serotonina eficazes nos transtornos depressivos e ansiosos. Intitulada inicialmente como a “droga da felicidade”, foi gradualmente sendo identificado melhor as suas possibilidades e limitações. Mas foi um novo divisor de águas no avanço científico das drogas que atuam no sistema serotonérgico. Novos agentes antipsicóticos (década de 90) - O surgimento dos ditos anti psicóticos atípicos, nos últimos 15 anos, representaram um significativo avanço em relação aos anti psicóticos convencionais (por ex: clorpromazina, tioridazida, haloperidol, flufenazine). Já que as novas drogas estão associadas com menor distúrbio motor (efeitos extra-piramidais) e ampliam o seu espectro de eficácia, e o seu uso já se expandiu além do tratamento dos transtornos esquizofrênicos, sendo utilizado nos quadros de demência, transtornos do humor, transtornos de ansiedade, e transtornos do desenvolvimento.
Entretanto estas medicações não são uma pílula mágica, porque além de apresentar efeitos colaterais complicados, como: ganho de peso, diabete mellitus, alteração da função cardíaca. Mas na visão espirita, havendo uma causa existe um efeito, logo, não será pela letargia provocada pelas drogas entorpecentes que a solução passará, entendo que não é esta , nem passará por aqui a reparação dos problemas psíquicos. Realmente, até hoje, as respostas dadas para a doença mental, são apenas opiniões , que não respostas concretas, primeiro porque este tipo de doença , não tem um conceito personalizado, do aparecimento da mesma, porque ela pode vir pela nascença, pode eclodir na idade e pode ter diversos focos de desequilíbrio que não permitem dar respostas concisas acerca da temática. Mas poderão dizer então encontras-te a cura para os problemas psíquicos?!Não, mas sei que existe demasiado apego , à busca material do problema e pouca procura em valores que poderão permitir , no mínimo atenuar o conceito em relação à doença e à forma de encarar mesma. Talvez por lamechices ou por receio de ocupação da sua área de estabilidade, todos os que participam no campo da doença mental, fazem orelhas moucas ao que a Codificação Espirita ditada pelos Espíritos Superiores a Allan Kardec, isso veio trazer mais claridade, revolucionando e desafiando mesmo os carrilhões da matéria e a essência da pessoa humana, o Espirito, a sua reencarnação, os seus objetivos em cada vivência, a lei de causa e efeito, o pretérito nas causas da vivência atual, bem como presente existencial de acordo com a provação e expiação.
A remanescência detém muitas das respostas para a demência , não alicerça loucos, não estigmatiza o sentimento de culpa, mas oferece meios de libertar os recalcamentos projetados por memorias promiscuas de outras eras, permitindo dessa forma abalizar o arrependimento do espirito, bem como sua evolução nos diversos tramites que ou por compulsão ou por escolha própria se permitiu a adquirir. O acaso não existe , logo, terá sempre que existir, esse foco que representa nada menos que o merecimento de cada Ser, no somatório da coexistência. Toda a génese da doença é de índole espiritual, e todo espirito em seu perispírito traz as marcas , seja esquizofrenia, demência, mongolismo ou outra neurose. Pode inclusive na ativa vivência, proporcionar determinados graus de comportamento que o levem a um estado degenerativo, que inclua essas mesmas, probabilidades, daí a ter sempre que exaurir qualquer situação ao estágio evolutivo e moral de cada Ser. As investigações feitas no hospital Espírita, onde Dr. Mário Sérgio Silveira é adido ele e os pesquisadores têm atribuído o fator "influência espiritual" como causa desencadeante em um grande número de casos de psicose. Os critérios utilizados pela psiquiatria para analisar a psicose, além dos normas da psiquiatria clínica, trabalham com a visão psicodinâmica que a psicanálise nos oferece, numa visão estrutural. 0 inconsciente freudiano é estruturado como a linguagem, opera de acordo com as leis da linguagem, através da metáfora e da metonímia. Nesta perspetiva são três grandes estruturas.
As neuroses, cujo mecanismo característico é o recalcamento, que funda o inconsciente, separando-o da consciência. Seria o armazenamento de todas as memórias passíveis de serem recuperadas. Aquelas que estão disponíveis de forma mais imediata. É o que chamamos pré-consciente, bastando para isso apenas evocá-Las. A segunda estrutura são as perversões, referentes basicamente à questão da escolha do objeto sexual e da identidade sexual, cujo mecanismo é chamado "denegação". E a terceira estrutura psíquica constitui-se do que chamamos genericamente "as psicoses". Isto significa que o sujeito não dispõe do recurso simbólico da linguagem, pelo menos no que diz respeito às questões essenciais, como a sexualidade, a maternidade, paternidade e a morte.
O termo preclusão é emprestado da linguagem jurídica, que significa que uma prova não foi provida em tempo dentro de um processo, ficando, portanto, de fora. Na psicose, o que não foi admitido no simbólico, permanece fora e pode retornar do real na forma de alucinação. Esta é a teoria psicanalítica e tem ainda seu lugar dentre os conhecimentos que devemos considerar na compreensão de algo tão complexo como é o psiquismo humano Notas: (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 27, páginas 06-11) Entendo ser necessário retirar orgulho, e abraçar a ciência nos vários parâmetros, sem preconceitos, tendo mesmo em conta que uma das provas da Humanidade passa por aí, onde se obriga a tomar consciência de que a união, sem melindre e abraçando todas as áreas de conhecimento, sejam espiritas ou não, possam se abraçar na solução das enfermidades que o Universo detém, e logo por aí estaremos a crescer, quer em moral, e arrepiando caminho para a universalidade da vida, onde valores de amor estejam acima , das filosofias, das cores, ou da religião que se professe. Lembro também que em muitos hospitais na área de psiquiatria, estão muitos irmãos (as), que são vitimas da falta de compreensão do seu problema, assim como em muitos casos se confunde mediunidade ostensiva com loucura…. É importante que se comece a refletir, mas a fazê-lo em conjunto, dando voz à realidade e retirando o preconceito do conceito espiritual. A espiritualidade, não existe para tirar o estatuto médico, mas para lhe dar apoio de forma a que muito mais se possa realizar em prole daqueles que não querendo assumir sua mediunidade, entram no mundo dos letárgicos pela medicação consumida de forma a tentar calar aquilo que não se pode calar, a voz do espirito….
Bibliografia
FOUCAULT, M.J.P. História da loucura na idade clássica. São Paulo: Perspectiva, 1978. FRANCO, D. P. (Jonna de Ângelis – Espírito). O ser consciente. Salvador: Centro Espírita Caminho da Redenção, 1993. KARDEC, A. Revista Espírita. Sobradinho: Edicel. (1890, 1861, 1863, 1864 e 1865). XAVIER, F.C. (Emmanuel – Espírito). Religião dos Espíritos. XAVIER, F.C. (André Luiz – Espírito). Ação e reação. Rio de Janeiro: FEB, 1996. Allan Kardec; Livros dos Espiritos Allan Kardec; Genese Allan Kardec; Evangelho segundo Espiritismo Notas: (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 27, páginas 06-11)
Victor Manuel Pereira de Passos