Fisiologia Orgânica da Mediunidade
Palestrante: Flávio Mendonça
Rio de Janeiro
02/09/2005 Organizadores da palestra:
Moderador: “Bárbara Paracampos” (nick: _Moderador_)
"Médium digitador": “Flavio Mendonça” (nick: Flavio_Mendonca)
Oração Inicial:
<_Moderador_> Amado Mestre! Aqui estamos, por acréscimo de
Vossa Misericórdia infinita buscamos seu amparo e a sua
proteção na realização de mais uma palestra virtual que os
nossos amigos das esferas de luz possam nos amparar que o
nosso amigo Flávio seja protegido que possamos passar adiante
tudo o que aprendermos hoje. Que assim seja! (t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
<Flavio_Mendonca> Caros amigos, boa noite. Prazer imenso
estar junto com vocês nesta troca de conhecimento.
Meu nome é Flávio Mendonça, sou espírita, trabalhador virtual
do irc-espiritismo, nascido em Recife, hoje residindo na bela
cidade de João Pessoa, Paraíba.
Assim como vocês, também sou um buscador das verdades que
inquietam o nosso âmago.
Longe da pretensão de revelar qualquer conhecimento
definitivo, venho aqui apenas expor as novas perspectivas das
pesquisas realizadas pela neuropsiquiatria através dos
mecanismos atuais de investigação no campo da mediunidade.
Aproveito também para antecipar minhas desculpas pelos
possíveis equívocos neste campo, pois longe de ser um
conhecedor do tema, sou antes um curioso que anseia
compreender o processo existencial.
Hoje a nossa abordagem se refere à Fisiologia Orgânica da
Mediunidade.
Para iniciarmos as nossas atividades, antes devemos definir o
que é a mediunidade.
Mediunidade é o intercâmbio entre o domínio físico e o
domínio espiritual.
Neste caso, tem que haver dois espíritos se comunicando?
À rigor sim, porém, poderíamos entender que somos duas
entidades numa só intercambiando entre si.
Ou seja, por um lado, atuamos fisiologicamente, de outro,
espiritualmente. Portanto, um processo anímico poderia ser
entendido como a comunicação entre nosso lado físico e
espiritual.
É, portanto, uma forma de expressar a mediunidade intrínseca
em nós. O nosso aspecto interior, ou seja, nosso inconsciente
influenciando a nossa realidade física.
De outra, o passado influenciando o presente. Dentro desta maneira de interpretar a mediunidade, todo
processo de ajuste mental através das exigências da
consciência, é em princípio, um intercâmbio mediúnico.
Evidente que não se compõe como um intercâmbio entre duas
entidades espirituais, mas sim entre dois aspectos de nossa
realidade que se mantém interligado.
Mas porque levantar esta hipótese?
Para entendermos o funcionamento do cérebro através dos
ajustes da consciência, necessário é que entendamos que
muitos dos casos de obsessão ou de patologia mental nascem
antes no íntimo de cada criatura humana.
É portanto, um caso mais de ajuste íntimo que propriamente de
um ajuste entre duas entidades separadas.
Entretanto, uma vez disparado o gatilho dos ajustes íntimos,
a sintonia se estabelece com os seus credores pelas emissões
mentais fixadas no delito realizado pelo transgressor.
Daí dar-se de fato, a obsessão clássica como entendemos.
Uma vez compreendido isso, podemos tentar entender como se
processa a fisiologia orgânica da mediunidade.
Hoje, pelos processos tecnológicos disponíveis, podemos
investigar melhor o cérebro e suas funções, separando cada
componente a fim de verificar qual função de cada um deles, e
também seus mecanismos durante o processo mediúnico.
A tomografia computadorizada, a ressonância magnética e a
tomografia por emissão de pósitrons, têm permitido uma
compreensão cada vez maior dos mecanismos envolvidos na
fisiologia do cérebro.
Temos hoje a tese de Dr. Sérgio Felipe de Oliveira,
presidente da AME-São Paulo, realizada na USP, o entendimento
de que temos no cérebro uma espécie de receptor e transdutor
das informações que nos chegam de fora do domínio denominado
por nós, de físico.
Pela tese do Dr. Sérgio Felipe, essas informações chegariam
em forma de ondas eletromagnéticas, recepcionadas pela
epífise ou glândula pineal como é mais conhecida.
Formando uma espécie de caixa de ressonância magnética, a
pineal recepcionaria essas ondas através de pequenos cristais
no interior do órgão.
Uma vez seqüestradas essas ondas, elas seriam transferidas
para o lobo frontal que por sua vez expressaria o fenômeno
paranormal (mediunidade, intuição, sensibilidade, capacidade
extra-sensorial, etc.).
De outra forma, se repassadas aos órgãos subjacentes pela não
utilização do primeiro setor, teríamos o hipotálamo
recepcionando estas “energias”.
Neste caso, como responsável pelo sistema límbico (área
responsável pela emotividade, pelo sono e pela sexualidade),
teríamos estas “energias” influenciando nosso comportamento
emocional, sexual e do sono. Isso explicaria os transtornos no campo emocional, do sexo e
do sono que enfrentam a maioria dos habitantes deste planeta.
Em termos leigos, funcionaria da seguinte forma:
A “energia” vinda de fora (entenda-se aí a questão do
interior do próprio espírito como exposta acima ou as
influências espirituais de outras entidades), seria
recepcionada pelo cérebro através do órgão responsável e
depois repassada aos órgãos já traduzida.
Desta forma, se o espírito desenvolveu seu aspecto
transcendente nas várias formas físicas anteriores, receberá
essa “energia”, devolvendo-a de uma maneira potencializada.
No entanto, quantidade não significa qualidade. É necessário
ao espírito um elevado grau de moralidade para atuar
beneficamente.
É o caso da mediunidade bem utilizada, onde os princípios
evangélicos lastreiam o comportamento.
Dar-se neste caso, uma mediunidade saudável e útil ao médium
e aos beneficiários dela.
Por exemplo, são os casos dos atendimentos aos espíritos
infelizes, que através da espiritualidade, servem-se de bons
médiuns para consolar e ensinar os caminhos da reparação e do
ajuste com a natureza. Ou ainda os casos de pessoas que atuam
em beneficio de outros sem a busca da recompensa mesquinha.
Estão mesmo sem saber, beneficiando a si e a quem serve.
Em caso contrário, quando a criatura não desenvolveu ainda
seu aspecto transcendente com propriedade, quando ainda se vê
afeita ao personalismo devorador, esta “energia” passa para o
setor responsável pelo controle da emoção, do sexo e do sono,
permitindo o desastre natural como se fosse um barco à
deriva.
Podemos observar que todas as patologias mentais recaem
basicamente sobre esses três aspectos: Emocional, Sexual e do
sono.
Emocional - O comportamento alterado, através do descontrole
emocional, fruto desta “energia” mal conduzida, produz
conseqüências desastrosas ao homem, levando-o a processos
perturbadores. Nasce daí grande número de transtorno mental.
Sexual - Já na área do sexo, afetada também pela má digestão
destas “energias”, os casos de loucura encontram total
respaldo, pois, contribui com o comportamento compulsivo,
próprio dos espíritos desregrados e sem amparo dos aspectos
morais.
Do sono - No campo do sono, todo sistema nervoso se altera
quando está sobre o bombardeio das “energias” mal conduzidas.
O humor se altera, permitindo a agressividade inerente ao ser
primitivo que jaz em cada criatura. Decorre daí danos quase
que irreparáveis no campo da afetividade, pois, ela já não
age pela razão e pela moral já conquistada parcialmente. Atua sim, feito fera ferida que nada percebe no campo da
moral e da compreensão, recapitulando vivências animalescas
que se encontravam até então adormecidas no seu íntimo.
Altera não só seu aspecto psíquico, mas também fisiológico,
pois, recapitulando forças internas, transmuta em energias
deletérias de auto-adaptação.
Age com toda a sua potencialidade primitiva atendendo a
imperativos do passado, refazendo todo o percurso instintivo.
Quando Jesus estabeleceu o amor incondicional pelo “amar ao
próximo como a si mesmo” como condição de auto-superação,
estava prescrevendo receita divina sobre a saúde e a
manutenção do equilíbrio integral.
A conquista da moralidade é um patrimônio inalienável ao
espírito, pois, lhe assegura a mudança necessária com o
equilíbrio eficiente para as etapas do porvir.
Temos hoje nas explicações da ciência espírita uma
contribuição bastante plausível na área da compreensão para
aqueles menos afeitos aos aspectos religiosos e filosóficos
da doutrina espírita.
Através da perspectiva da fisiologia orgânica da mediunidade,
na sua compreensão mais ampla, onde todo funcionamento
cerebral apenas se expressa como mecanismo que atende aos
imperativos do espírito imortal, podemos elaborar ou pelo
menos investigar a realidade latente do espírito
influenciando o nosso cosmo fisiológico.
Nasce daí um alargamento sem precedentes dos horizontes do
homem para uma visão mais coerente com os preceitos da
natureza, onde o amor passa a ser não mais coadjuvante, mas
passa a ter papel imprescindível no teatro da evolução do
espírito.
Já não faz mais parte de uma idéia piegas de homens rotos de
dois mil anos atrás, nem de filosofia mística consideradas
sem valor empírico pelos doutores da ciência positivista, mas
condição irrevogável para um quadro de saúde individual e
social, onde a ação só pode ser pautada pelos valores
transmitidos no sermão do monte, proferidas pelo maior
psicoterapeuta que a Terra já pode ter conhecimento.
O cérebro em última analise não é senhor do destino do homem,
nem o próprio ser em si como querem acreditar alguns céticos,
mas sim órgão que contribui para seu aperfeiçoamento por
determinação de uma ordem superior, a qual devemos todos
reverenciar.
Atende a toda uma programação divina, elaborada a partir do
livre-arbítrio, conquistado pelo princípio inteligente,
através do mérito de suas próprias experiências.
Por trás disso está o espírito, e por trás dele, a ordem
cósmica que muitos preferem não chamar de Deus.
Seja como for, cético ou crente, o fato se expõe diante da
ciência. E cabe a todos nós reconhecer que há muito ainda a
compreender no campo do conhecimento. Que possamos continuar nossa busca, compreendendo que a cada
descoberta, se impõe a idéia de uma ordem universal, cujo
valor ainda ignoramos por inteiro, mas que por outro lado já
percebemos como verdadeiro.
E repetindo uma frase evangélica, reflitamos sobre ela:
“Dia haverá que o homem adorará a Deus em Espírito e Verdade”
– Jesus.
Que Jesus nos abençoe a todos! (t)
Perguntas/Respostas:
<_Moderador_> [01] - <rasputin> Pela tese do Dr. Sérgio
Felipe, essas informações chegariam em forma de ondas
eletromagnéticas, recepcionadas pela epífise ou glândula
pineal como é mais conhecida. Não sei sobre a função da
glândula pineal nos humanos, mas pelo que sei, nos répteis,
elas funcionam como terceiro olho, certo? (t)
<Flavio_Mendonca> A questão na verdade é mais complexa do que
imaginamos. Mas vamos tentar compreender para um maior
entendimento.
A evolução se dá passo a passo, através das experiências do
que denominamos de Princípio Inteligente (PI). O PI atravessa
e se elabora em todos os reinos da natureza, a partir do
átomo primitivo ao arcanjo.
Paul Maclean, neurocientista, levanta a tese de que o cérebro
e o sistema nervoso vem se desenvolvendo desde de muito
longe, quando o PI ainda estagiava nos répteis. Na verdade,
até antes, nas formações dos vegetais.
No homem, segundo esta hipótese do Dr Sérgio Felipe, tese
essa encontrada no seu doutorado na USP, a pineal seria o
órgão receptor dos pensamentos e influências vindo de fora.
Este fora, não significa necessariamente outra entidade
espiritual, mas também o inconsciente profundo que determina
nossa conduta.
Portanto, ele ventila a hipótese de que a mediunidade iniciase através da recepção das ondas do espírito por assim dizer,
e em função do lastro moral que o espírito possui, ela pode
gerar saúde ou distúrbios mentais. E é isso que tentamos
mostrar aqui hoje. (t)
<_Moderador_> [02] - <rasputin> A teoria do Sérgio Felipe,
quais são as sustentações científicas que ela traz? Seriam
apenas hipóteses? (t)
<Flavio_Mendonca> Como toda teoria, ela trás evidências
através de aparelhos e tecnologias atuais. A tomografia por
emissão de pósitrons permite investigações fantásticas nas áreas cerebrais. A sua tese está exposta na USP e você pode
ter acesso pelo site: www.uniespirito.com.br (t)
<_Moderador_> [03] - <rasputin> Flavio_Mendonça, de repente,
ele fala que as sensações que o cérebro recebe, e são
repassadas, seriam "espíritos" ? (t)
<Flavio_Mendonca> Seriam as influências de espíritos através
do pensamento ou mesmo do inconsciente profundo que domina
nosso íntimo. Lembro aqui que a ciência já estabeleceu que o
ato de pensar interage com a matéria, pois, consome oxigênio
e glicose (t)
<_Moderador_> [04] - <rasputin> Flavio_Mendonça, não entendi
a explicação: "No entanto, quantidade não significa
qualidade. É necessário ao espírito um elevado grau de
moralidade para atuar beneficamente." (t)
<Flavio_Mendonca> Exatamente. Um espírito com pouco lastro
não transmuta essa "energia" em formas positivas, mas sim
guarda ela potencializando em energias deletérias. Uma vez
transbordando, estabelece-se a doença, inicialmente psíquica,
e depois física. (t)
<_Moderador_> [05] - <__Samara_> O que determinaria o
"direcionamento" dessas ondas eletromagnéticas pro lobo
frontal (relacionado ao fenômeno paranormal) ou o sistema
límbico? Obrigatoriamente quem não teria possibilidades de
expressar esses estímulos sobre a forma de paranormalidade
teriam alterações no sono, sexo ou emocional? (t)
<Flavio_Mendonca> Funciona mais ou menos assim: Se o espírito
possui lastro moral, e tem desenvolvido seu aspecto
transcendente, a "energia" passa a ser utilizada de uma forma
útil. Caso contrário, ela recai sobre o sistema límbico que é
responsável pela emoção, pelo sexo e pelo sono. Dependendo
também do grau de moralidade, isso pode afetar mais ou menos
a criatura humana.
É como se a própria natureza nos impusesse o aprendizado, nos
levando pela experiência, ao amor incondicional. (t)
<_Moderador_> [06] <rasputin> Flavio_Mendonça, O que eu não
entendi, era que ele falava das influências externas na
mente. e de repente, ele (Sergio Felipe) chamou essas
influências de espírito. Quero saber, se na tese do dr
Felipe, ele citava espíritos como tais influências, e se
citou, o que seriam esses espíritos? (t) <Flavio_Mendonca> Sim, dentro dessa perspectiva, as
influências também seriam mente a mente, seja de espíritos
encarnados ou não. O fato é que exames em médiuns em transe
mostram resultados satisfatórios neste sentido. (t)
<_Moderador_> [07] <Chagas> Flávio, você saberia dizer-nos se
a tese do dr. Sérgio Felipe tem sido aceita por outros
cientistas da área? (t)
<Flavio_Mendonca> Como toda tese nova, encontra adeptos e
contestadores. Mas o fato é que a teoria está bem
fundamentada nas observações empíricas utilizadas pela
ciência. Para nós espíritas que conhecemos a realidade do
espírito imortal, de sua comunicação através da mediunidade,
satisfaz.
Porém, para aqueles que negam tal realidade, creio eu,
difícil vai ser convence-los sem que a dor os visite a fim de
faze-los perceber a realidade que toda tradição vem dizendo,
dos Vedas ao Islamismo, em todos os quadrantes do universo e
em todas as épocas. (t)
Considerações Finais do Palestrante:
<Flavio_Mendonca> Bem amigos, espero ter contribuído de
alguma forma para nosso esclarecimento e para nosso
desenvolvimento espiritual. Que saibamos que o amor não é um
mero sentimento vulgar, mas uma necessidade do espírito
imortal que deseja a plenitude. Agradeço as amigas Eveline e
Babi pela colaboração, e pela atenção dos participantes. Que
Jesus nos abençoe a todos. (t)
Oração Final:
<Evelinee_> Mentalizemos Jesus, e agradeçamos pela
oportunidade de em mais essa noite ouvirmos ensinamentos que
nos são esclarecidos pela Doutrina Espírita, pelas bênçãos
constantes em nossas vidas, pelo aprendizado diário, e que
possamos melhor aproveitar esses momentos de estudos,
aplicando-os em nosso dia a dia, Permaneça conosco, Jesus,
hoje e sempre. Assim seja! (t)
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial