quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Energia liberada pelas mãos tem o poder de curar

USP comprova: Energia liberada pelas mãos tem o poder de curar

Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o espiritismo, que pratica o chamado “passe”. 

Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp. 

Segundo o cientista, durante seu mestrado foram investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos”, completou. 

A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos. “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou. 

As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas relacionados a ansiedade e depressão. “O interessante é que este tipo de imposição oferece a sensação de relaxamento e plenitude. E além de garantir mais energia e disposição.” 

Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 ratos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress. 
O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre deste ano. Mas a Unifesp está prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do Reiki e práticas semelhantes a partir de abril do ano que vem.
Fonte: http://portal.rac.com.br/noticias/index_teste.php?tp=correio-escola...

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A visão espírita da epilepsia

Na Bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por Mateus (17: 14 a 19), na qual Jesus, “tendo ameaçado o demônio, fez com que ele saísse da criança, que foi curada no mesmo instante”. No livro A Gênese, Allan Kardec explica que a “imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos, chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar que se retirassem para que não pudessem resistir a essa injunção”.
Para nós, espíritos em aprendizado, fazer uma desobsessão é mais complexo. Precisamos ter uma ajuda espiritual e muito carinho com nossos semelhantes, pois o verdugo de hoje foi vítima ontem. Para sabermos se o problema é um processo obsessivo ou carma, devemos analisar os tipos de reencarnação: expiação, provação e missão. A expiação é o resgate, por meio da dor, de erros cometidos em outras existências. Pela provação, temos provas voluntariamente solicitadas pelo espírito, as quais, se bem suportadas, resultarão em seu progresso espiritual. A missão é a realização de qualquer tarefa, de pequena ou grande relevância. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas.

A medicina descreve uma crise epiléptica como uma desordem cerebral, causada por descarga elétrica anormal, excessiva e transitória das células nervosas, decorrente de correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da membrana celular. Existem diversos tipos de crises, como parciais, parciais e completas, generalizadas e tônico-clônicas.
Causas da epilepsia
As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto à fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças neurológicas, também podem gerar a doença. Na maioria dos casos, entretanto, desconhece-se as causas que lhe dão origem. Muitas vezes, o paciente tem as convulsões e os exames realizados dão resultados normais. Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.
Vale ressaltar que a medicina terrestre evoluiu, não só porque conta com a cirurgia, que é usada quando o resultado da medicação não foi satisfatório e o médico avalia as possibilidades de sucesso cirúrgico, mas por que os médicos têm se preocupado em adaptar o paciente à vida social e familiar, além da reabilitação aos estudos. Muitas vezes, envolvem vários profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas etc., elucidando o paciente e sua família sobre a importância do uso dos remédios e o apoio dos pais nesta caminhada. Estes, inclusive, com receio das crises epilépticas, acabam dando uma superproteção ao filho, temendo que ele se machuque. Essa proteção é normal, mas deixa o epiléptico dependente dos genitores, tornando-o uma criança isolada e fechada.
Algumas pessoas, sem o devido estudo, alegam que a epilepsia é uma mediunidade que deve se desenvolver. Porém, conforme afirma Divaldo Pereira Franco em Grilhões Partidos, vale ressaltar que “não desconhecemos que toda enfermidade procede do espírito endividado, sendo a terapêutica espiritista de relevante valia. Porém, convém considerar que, antes de qualquer esforço externo, há que se predispor o paciente à renovação íntima intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim de que se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora. Posteriormente e só então, far-se-á lícito que participe dos labores significativos do ministério mediúnico, na qualidade de observador, cooperador e instrumento, se for o caso”.
Existem processos perniciosos de obsessão que fazem lembrar um ataque epiléptico devido à igualdade da manifestação. Também com uma gravidade séria, ainda conforme as palavras de Divaldo, “ocorrência mais comum se dá quando o epiléptico sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então com caráter misto”.
Independentemente do fato do epiléptico estar sob um processo obsessivo ou não, é importante a freqüência ao centro espírita para a reforma íntima e para receber aplicação de passes, que é uma transfusão de energias físio-psíquicas. Porém, mesmo com o tratamento espiritual, o epiléptico deve manter controle com a medicina terrestre, com a aplicação de anticonvulsivos, pois cada caso é um caso.
Reforma íntima
Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica Divaldo no livro. “Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação, com real propósito de reajustamento íntimo, modificando as paisagens mentais a esforço de leitura salutar, oração e reflexão com trabalho edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-lhe os quadros provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como vê, o homem é o que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.
Gostaria de terminar dizendo para as pessoas que têm epilepsia e seus familiares que jamais desanimem, em momento algum, sobretudo nos momentos mais difíceis, onde a doença parece incontrolável. Os pais são o alicerce para o filho epiléptico e este só poderá obter a cura total ou parcial com o apoio dos familiares e muita fé em Deus.
Ao terminar de ler esta matéria, não se preocupe em ficar remoendo na mente sobre os atos que poderia ter feito no pretérito que lhe fizessem voltar com essa enfermidade. Cuide de sua reforma íntima e espiritual, para que, posteriormente, venha a trabalhar em prol dos mais necessitados. Dessa forma, além de se ajudar a evoluir espiritualmente, ajudará também muitas pessoas que virão ao seu socorro.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 14.
Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

OBSESSÃO E EPILEPSIA

OBSESSÃO E EPILEPSIA

Existe ligação entre os casos de epilepsia e os processos obsessivos?
A interação corpo-mente-espirito.

Osvaldo Hely Moreira

A epilepsia constitui-se num dos desafios da medicina devido a sua alta incidência (0,5% a 2% da população), diagnóstico etiológico difícil e abordagem terapêutica ainda discutida. A história relata casos epiléticos sempre sendo vistos como seres envolvidos por anjos ou demônios, já que a intuição demonstrava ao homem a conexão de determinados processos de convulsão com atuação obsessiva. A responsabilidade dos profissionais da área médica, diante dessa patologia, cresce não em função da alta incidência relatada, mas também em função de suas implicações sociais e emocionais. O epiléptico encontra dificuldades para progredir em sua vida social e profissional. Seu campo de trabalho é restrito e suas inibições, pelo receio da ocorrência das crises convulsivas, levam-no a evitar a convivência habitual na sociedade, além do fato de ver-se obrigado a utilizar medicação de forma crônica. Essa visão da patologia de estudo, leva-nos, profissionais médicos espíritas, a buscarmos soluções mais definitivas para esses pacientes, motivando a realização desse estudo.

DEFINIÇÕES

As epilepsias são um grupo de distúrbios caracterizados por alterações primárias, crônicas e recorrentes na função neurológica, causadas por anormalidades na atividade elétrica do cérebro. Podem ser: Idiopática (primária ou genuína) – indivíduo sem lesão neurológica aparente; Secundária – resultado de lesão neurológica ou alteração estrutural do cérebro. Hipóxia e isquemia perinatal; distúrbios genéticos; doença cérebro-vascular; mal formação congênita; distúrbios metabólicos; tumores; drogas; infecção; traumatismos.

Obsessão - 1) Do latim obsessione – impertinência, perseguição, vexação. Preocupação com determinada idéia, que domina doentiamente o espírito. (Dicionário Aurélio); 2) – “É a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral sem perceptíveis sinais exteriores até perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec, cap. XXVIII, item 81)

Esclarecendo, Kardec continua: “A Obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral do obsediado, que dá ascendência a um espírito mau...”.

Mas, por que pensar nessa associação (epilepsia e obsessão)?

A história relata-nos, há milênios, os quadros epilépticos sendo atribuídos à ação de bons ou maus espíritos. Com o advento de Jesus surgem novas informações confirmando essa associação. No Evangelho de Lucas, cap. 9, versículo 38 a 43 encontramos o seguinte relato: “A cura do jovem possesso: E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem dizendo em voz alta: Mestre, suplico-te que vejas meu filho porque é o único. Um espírito se apodera dele e, de repente, grita e o atira por terra, convulsiona-se até o espumar, e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantam. Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vós sofrereis? Traze o teu filho. Quando ia se aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou, mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou ao pai”.

Essa passagem do evangelho é também encontrada no Evangelho de Marcos, 9: 14 a 29, que nos versículos 25 e 26 relata o estado do jovem após a ação de Jesus: “... sai desse jovem e nunca mais tornes a ele. E ele, clamando, agitando-o muito, saiu, deixou-o como se estivesse morto, ao ponto de muitos dizerem: morreu”.

Os relatos de Lucas e Marcos permitem diagnosticar o quadro apresentado pelo jovem como epilepsia com crise generalizada tônico-clônica.

Na obra de Kardec encontramos mais informações sobre o assunto. Em O Livro dos Espíritos, cap. IX, parte 2a, pergunta 474, encontra a seguinte resposta: “Sem dúvida e esses são os verdadeiros possessos (...) isto nunca ocorre sem que aquele consinta, quer por sua fraqueza ou por desejo; muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitam de médicos que de exorcismos, têm sido tomados por possessos”.

O relato do Evangelho confirma a existência de quadros epilépticos secundários à ação de obsessores desencarnados e a fala dos espíritos na obra de Kardec esclarece que existem quadros de epilepsia não secundários à interferência espiritual e ainda, na segunda parte do mesmo livro, Kardec fala da postura cármica das doenças.

Esse estudo objetiva encontrar esclarecimentos sobre a questão apresentada. Quando há obsessão ou não?

No entendimento da ação obsessiva levando à crise convulsiva, vemos que da mesma forma que a enfermidade orgânica manifesta-se onde há carência, o campo obsessivo desloca-se da mente do paciente para o departamento somático onde as imperfeições morais do passado deixaram marcas profundas no perispírito.


A INFLUÊNCIA MENTE-CORPO

Todos os nossos corpos e suas células têm sua função governada pelo espírito. Cada órgão do corpo é submetido ao governo do espírito. Quando erramos, entramos em situação de “culpa”, que significa desequilíbrio de nossa mente, que, por sua vez, tem reduzida a sua capacidade de governo celular adequado, gerando no perispírito uma “área de remorso”. Essa área seria a região de nossos corpos utilizadas para o erro ou que nos lembra pessoas ou situações ligadas ao erro. No nosso estudo, essa área seria a região cerebral utilizada inadequadamente como abuso da inteligência ou, por exemplo, como conseqüência de traumatismos provocados em atos de auto-extermínio.

Essa região, o cérebro, no caso em estudo, terá não semente sua função prejudicada, mas terá também suas defesas vibratórias reduzidas, possibilitando a ação obsessiva sobre ela. (A ação obsessiva dá-se na área previamente lesada pelo obsediado). A ação obsessiva gera maior desequilíbrio da fisiologia pela associação da emissão mental tóxica do obsessor, agravando ou fazendo evidente o processo de doença.

Aplicando esse raciocínio à epilepsia, o tecido cerebral é composto, por células de limiar de estimulação baixo. Pequenos estímulos mecânicos ou elétricos aplicados diretamente no cérebro podem desencadear crise convulsiva. Compreenderemos a ocorrência da convulsão, ao imaginarmos a falta de equilíbrio do encarnado sobre a região cerebral, associada à emissão tóxica do obsessor.

Resumindo, diríamos que no caso da epilepsia, a convulsão ocorre por excitação interna ou anímica (sem obsessão), associada ou não à excitação externa (obsessão).

Para facilitar o estudo, utilizaremos exemplos retirados de obras espíritas onde existe a análise detalhada dos casos e que nos permite uma visão mais ampla e conclusiva.


ALGUNS CASOS DE EPÍLEPISIA

Caso 1: Livro Grilhões Partidos, de Manoel P de Miranda

Caso Ester: moça, de 15 anos, previamente “normal”. Quadro súbito de contratura generalizada, palidez cutânea, sudorese abundante. Segue-se atitude agressiva do pai, a quem sempre tratou com carinho, seguida de palavras duras, gritos e agitação. Após a medicação injetável, ocorre sonolência intercalada por convulsões.

Diagnóstico espiritual: “Disritmia cerebral secundária a ligação obsessiva, com manifestação do obsessor através de psicofonia atormentada, após a convulsão. O Eletroencefalograma [ECG] era normal antes e após a convulsão. Se não forem evitados os ataques de subjugação, aparecerá lesão cerebral, que já existe no perispírito”.

Ester era espírito com grave débito no passado, com lesão perispiritual na região cerebral. Utilizou sua inteligência para causar prejuízo grave à vida de vários semelhantes.

Observar que após a convulsão seguia-se a fala do obsessor (fala lógica e inteligente), dirigida contra o pai de Ester.

O diagnóstico médico seria crise convulsiva generalizada tônico-clônica seguida de estado crepuscular como a ocorrência de confusão mental, inquietação motora, automatismos, distúrbios da fala, do conhecimento e da ação, após a crise convulsiva.

Esse caso mostra a ocorrência da convulsão são e ressalta a importância da terapia desobsessiva na prevenção de lesão do corpo físico.

Bezerra de Menezes indica o tratamento: “A terapia há de ser múltipla, acadêmica e espírita”, mostrando a importância de usar medicação apesar de ser processo de origem espiritual.


Caso 2: Livro: Nos Domínios da Mediunidade, cap 9.

Caso Pedro: Paciente com doença mental.

Visão espiritual: Observa-se o obsessor ligando-se a Pedro, seguindo-se convulsão generalizada tônico-clônica, com relaxamento de esfíncteres. O mentor Aulus afirma ser possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro está inconsciente, não terá lembrança do ocorrido, mas está atento em espírito, arquivando a ocorrência e enriquecendo-se. Passado espiritual semelhante aos demais pacientes analisados, com obsessão na espiritualidade antes da atual reencarnação.

Após a prece e o passe dos demais encarnados, ocorre o desligamento do desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo.

O mentor Aulus o classifica como médium, mas desaconselha a procura de desenvolvimento mediúnico, até que Pedro desenvolva recursos pessoais no próprio reajuste, com o estudo e reforma íntima, e explica: “Com a terapia desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de “possessão”, mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste integral do perispírito (reflexo condicionado)”.

Esse caso mostra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a manifestação do obsessor (estado crepuscular) após a convulsão, provavelmente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o desligamento do espírito desencarnado. Fato semelhante ocorreu no caso retirado do Evangelho, onde no texto de Marcos (9: 14-30) observa-se que o jovem apresenta a convulsão e após a interferência de Jesus ele fica “como morto”. Outro ensinamento desse caso é quanto ao prognóstico de cura após o tratamento desobsessivo, analisado pelo mentor Aulus, surgindo a epilepsia secundária a reflexo condicionado.


CONCLUSÃO

Os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão, mas existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos.

Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica.

Segundo Bezerra de Menezes, a presença do estado crepuscular é diagnóstico de ação obsessiva.

A terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra kardequiana.

O estudo dos casos clínicos sugere que a maioria dos quadros de epilepsia representa processo obsessivo atual ou passado, e que todo paciente epiléptico deve ser abordado com processo terapêutico nesse sentido. As exceções seriam os casos de lesão cerebral no passado ou na vida atual, como nos casos de suicídio.

O quadro secundário a processo obsessivo, se não socorrido em tempo hábil, pode levar à lesão física.

Existe uma seqüência evolutiva do processo de cura: obsessão com lesão física -> obsessão sem lesão física -> epilepsia por reflexo condicionado -> estado convalesceste (com crises dependendo do comportamento do paciente) -> cura.

“Estai de sobreaviso, vigiai e orai, porquanto, não sabeis quando será o tempo.” Jesus - Mc. 13 - 33.

(Extraído da revista Cristã de Espiritismo 23, páginas 12-14)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ESQUIZOFRENIA E VIDAS PASSADAS

ESQUIZOFRENIA E VIDAS PASSADAS
A
 esquizofrenia é uma doença de distribuição universal. Atinge cerca de 1% da população e geralmente se inicia antes dos 25 anos de idade.
O quadro clínico é bastante polimorfo e heterogêneo.  O diagnóstico é feito a partir de sinais e sintomas.
            O paciente vai-se isolando, perde o interesse pelas coisas e pessoas, fala coisas sem nexos, pode ficar agitado, agressivo, tem idéias delirantes (transtono do conteúdo do pensamento), alucinações (ouve vozes, vê imagens),   alterações de motricidade e afetividade .
            O paciente costuma evoluir com exacerbações(crises) e remissões da doença, sendo a deterioração do funcionamento maior após a cada crise.
            O tratamento é feito com antipsicóticos e psicoterapias. Os antipsicóticos não curam, mas previnem recaídas e retardam a evolução  da doença.
            A minha experiência em terapia de vidas passadas  tem mostrado que a maioria dos casos de esquizofenia são causados pela ação de obsessores.
            Todo esquizofrênico é um médium muito endividado que nasceu com uma mediunidade poderosa para resgatar o seu passado.
            Imaginemos  que João esteja devendo 100000 reais para 100 pessoas cada. O que aconteceria se João se recusasse a pagar a dívida?
            É óbvio que os seus credores não lhe dariam sossego até pagar tudo que deve, e se algum deles tivesse um instinto assassino poderia até mandar matar João e sua família!.
            Só que no mundo espiritual as dívidas não são pagas em dinheiro, mas de acordo com o tipo de  dívida que temos: quem matou tem que salvar vidas, quem roubou tem que restituir os bens, quem abusou do poder  tem que usar seu poder para fazer o bem, etc...
            Suponhamos que o indivíduo foi um general e matou milhares de pessoas numa vida passada e nesta vida decida virar artista, bancário ou comerciante. É evidente que não terá como salvar muitas vidas e assim resgatar seu passado. Aí os seu credores(obsessores)vão trabalhar dia e noite para destruí-lo.
            Como os obsessores causam esquizofrenia?
            Basicamente através da transmissão de pensamento, imagens e alteração de nível de neurotransmissores(dopamina).
            Como o esquizofrênico é um médium, ele começa a ouvir vozes e ver imagens. Geralmente essas vozes ameaçam matá-lo, falam ofensas e mandam fazer coisas erradas.
            A ação prolongada dos obsessores causa destruição de neurônios e depois de alguns anos o paciente fica demenciado (perde funções mentais).
            A esquizofrenia não tem cura pela medicina, mas tem prevenção. Se o médium vai virar esquizofrênico ou não vai depender da orientação que recebe na infância e adolescência.  Todo médium desde pequeno deve ser ensinado a praticar a caridade e seguir uma profissão de serviço para o bem do próximo.
            Somente quando o indivíduo desperta a sua consciência e resgata o seu passado consegue ficar livre dos seus obsessores.

            Tive um paciente chamado R.O. que sofria de esquizofrenia grave  desde os 23 anos de idade.
            Formou-se em administração de empresas e trabalhou num hospital público por dois anos mas teve que ser afastado por causa da esquizofrenia.
            Com 23  anos de idade começou ouvir vozes que xingavam e mandavam fazer jejum para se purificar dos seus pecados . Falava sozinho, não tomava banho, não comia e não cortava seus cabelos.
            Como não era possível fazer regressão direta, foi feita a psicotranseterapia  (aqui, o terapeuta vivencia no lugar do paciente).
            Na primeira vivência R.O. foi governador da província de Xangai(China). Foi um ditador cruel e corrupto. Dizia; "Eu sou a lei".
            Mandou matar milhares de pessoas e cometeu muitas injustiças. Nunca ajudou os necessitados, oprimia o povo com impostos pesados, teve várias esposas e filhos até que um dia um de seu filhos o matou com uma facada.
            Na segunda vivência foi um xeque árabe possuidor de um poderoso exército e muitas terras. Participou de muitas guerras, matou muita gente e teve uma vida regalada. Um dia a sua esposa o matou por envenenamento e ficou com todos os seus bens.
            Após a terapia, os pais de R.O. passaram a trabalhar num centro espírita e levar o seu filho para ser doutrinado. R.O. não ficou curado mas o seu quadro se encontra estável.

POR HEE JIN MYUNG
MÉDICA PSIQUIATRA E ESPIRITA , TERAPEUTA DE VIDAS PASSADAS E PSICOTRANSETERAPIA

Remorso e Esquizofrenia


http://joanadarc.wordpress.com/2009/08/05/remorco-e-a-esquizofrenia/

Esquizofrenia e obsessão.


É difícil caracterizar a natureza e o desenvolvimento da esquizofrenia.

Podemos enquadra- la no campo das perturbações psicóticas, por demonstrar que o indivíduo deforma a realidade e apresenta grave desorganização da personalidade.

O esquizofrênico vê o mundo a seu modo e não consegue estabelecer relação entre pensamentos e emoções, ao contrário, os separa. Apresenta frieza e isolamento social e age de forma incomum, suas crenças e formas de vestimentas, não correspondem ao habitual

Sua linguagem pode ser desordenada e sua fala frouxa, não foca no ponto principal, é metódico naquilo que lhe parece importante.

Não apresenta aptidões sociais e são acometidos de sintomas depressivos.

Apresentam pensamentos ameaçadores, distorcidos, vendo o outro com desconfiança e descrença.

São vulneráveis e apresentam delírios de perseguição que ultrapassam seu círculo de atuação, podendo sentir-se ameaçados até pelos conteúdos apresentados na mídia.

Acreditam que alguém os controlam o tempo todo, e que o impulso assassino ou suicida, como qualquer outra manifestação são imposição de alguém que de certa forma, só ele vê.

Ouvem vozes, vêem coisas, alucinações mais comuns são feitas através da audição, onde surgem as cobranças e acusações e podem também ouvirem elogios, até pelos atos negativos realizados.

Esse quadro os afasta do convívio social, remetendo-os ao mundo das ilusões, onde vale sua fantasia. Perceba que a pessoa com essas características fica esteriotipada e as vezes parece se relacionar com os seres invisíveis, fazendo caras estranhas , demonstrando sintonia com a tal parceria.

A Doutrina Espírita, explica esse quadro de delírios e alucinações, como obsessão, geralmente realizado por espíritos que mantêm alguma sintonia com o espírito encarnado, como forma de cobrança ao espírito em questão.

A consciência alterada do indivíduo encarnado, recebe interferência do espírito obsessor , que atua de forma maligna em suas formas de pensamentos e expressões.

Emprestando as palavras de Waldo Vieira, “a influência obsessiva demonstra conotações plausíveis razoáveis nas imagens negativas, que induz ou forja na mente da consciência encarnada”.

Isso não exime o encarnado de suas obrigações com o mundo espiritual.Cobranças apontam para responsabilidades, que devem ser assumidas e trabalhadas dentro dos princípios cristãos.

Irene Fonseca
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/64189/1/Esquizofrenia-e-Obsessao/pagina1.html#ixzz1KHKugQsd

A ESQUIZOFRENIA

A ESQUIZOFRENIA

Meus irmãos, para que não sabe eu sou professora de uma escola pública, aqui na minha cidade (Feira de Santana), e sempre observo meus alunos com os olhos do espírito, tentando detectar se há vícios, pertubações, problemas familiares, para que eu possa fazer um trabalho silencioso e oculto, orando para todos eles, mesmo os que aparentam não ter nenhum tipo de problema.
Nesses anos de atividade profissional, deparei-me com a esquisofrenia, doença que segundo Jorge Hessen, é crônica e atinge, aproximadamente, 60 milhões de pessoas do planeta (1% da população mundial), sendo distribuída de forma igual pelos dois sexos. Por este motivo e por querer ajudar meus alunos e outras pessoas, comecei a pesquisar a deonça, causas, efeitos etc. E também a visão espírita para a doença e como podemos muitas vezes confundir a obsessão com a esquizofrenia. Na minha pesquisa descobri que não há um sintoma determinante que possibilite um diagnóstico preciso, por isso os familiares devem estar atentos a mudança de comportamento dos jovens pois os adolescentes são os mais atingidos, Jorge Hassen deixa claro que os sintomas tanto pode começar, repentinamente, e eclodir numa crise exuberante, como começar, lentamente, sem apresentar mudanças extraordinárias, e somente depois de anos surgir uma crise característica. Os sintomas podem ser confundidos com "crises existenciais", "revoltas contra o sistema", "alienação egoísta", uso de drogas, etc. O delírio de identidade (achar que é outra pessoa) é a marca típica de um doente. É, com frequência, relacionada com o mendigo que deambula pelas ruas, que fala sozinho, com a mulher que aparece na TV, dizendo ter outros álteres, e com o "louco" que aparece nas telenovelas e nos filmes. Foi, durante muitos anos, sinônimo de exclusão social, e o diagnóstico de esquizofrenia significava internação em hospitais psiquiátricos (manicômios) ou asilos, como destino "certo", onde os pacientes ficavam durante vários anos.
Pouco ainda se sabe sobre a doença, mas se pode controlar os sintomas através de antipsicóticos, mas meus irmãos gostaria de dizer aqui que a Esquizofrenia tem cura, embora muita gente ache que seja improvavel e até pouco tempo pensava-se que não tinha cura, hoje com o avanço da medicina alguns se dizem curados como a exemplo do matemático norte-americano, John Nash, que, em sua juventude, sofria de esquizofrenia, conseguiu reverter sua situação clínica e ganhar o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, em 1994. Mas meus amigos se a doença é fisica ela também tem raiz nas vidas passadas, em o Livro dos Espíritos, na parte II, cap VII encontramso repsostas para a pergunta: As deonças são do corpo ou da alma? "a matéria é apenas o invólucro do Espírito. Unindo-se ao corpo, o Espírito conserva os atributos de natureza espiritual; que o exercício das faculdades do Espírito depende dos órgãos que lhes servem de instrumento." Assim Jorge Hassen afirma que na visão espírita, "esquizofrênicos"são Espíritos sujeitos a uma punição. Sofrem por habitarem corpos, cujos órgãos comprometidos os impedem de se manifestarem plenamente.
Leonardo Machado em um artigo publicado na revista o Consolador diz que: A Doutrina Espírita identificando o indivíduo real como sendo o Espírito, ser pensante do universo, estudando profundamente as relações deste com o corpo material, através do seu envoltório, ou perispírito, no dizer de Allan Kardec, comprovando a imortalidade da alma, através das comunicações mediúnicas e a capacidade que os desencarnados têm de influenciar os ditos vivos, mostrando a reencarnação e explicando os mecanismos evolutivos da lei de ação e reação, mostrando a loucura por outro prisma e destrinchando os mecanismos das obsessões, abre novos rumos ao entendimento desta importante doença. Assim, meus irmãos podemos constatar que através da Doutrina podemos buscar lenitivo para esses irmãos e até mesmo a cura da alma, pois é alma que se encontra enferma, pois foi ela quem deliquiu e o sentimento de culpa devido aos erros de vidaspassadas, os quais, provavelmente, passaram despercebidos pela justiça terrena, mas não pelas leis do Criador.
Segundo Dr. Jorge Andrea, em Visão Espírita nas Distônias Mentais: "As psicoses são autenticas doenças da alma ou do Espírito em severas respostas cármicas, quase sempre demarcando toda a jornada carnal... Os sintomas, por não terem o devido esgotamento no campo do exaustor físico (personalidade) perduram e refletem-se em outra reencarnação."
O Dr. Bezerra de Menezes declara: "O esquizofrênico não tem destruído a afetividade, nem os sentimentos; tem dificuldade em expressá-los, em razão dos profundos conflitos consciênciais, que são resíduos das culpas passadas. E porque o Espírito se sente devedor, não se esforça pela recuperação, ou teme-a a fim de enfrentar os desafetos, o que lhe parece a pior maneira de sofrer do que aquele em que se encontra."

Assim, meus irmãos eu acredito que se vocês tem alguém querido passando por estes problemas, busquem a medicina legal e a medicina espiritual, tenho certeza que cuidando do corpo e do espírito, a pessoa que está na teia da esquizofrenia, encontrará a cura.

Muita paz!

ESQUIZOFRENIA

ESQUIZOFRENIA – Sintomas e causas

 Por Pedro Pinheiro

Entenda o que é esquizofrenia e saiba quais os seus principais sintomas

A esquizofrenia é uma desordem psiquiátrica caracterizada por quadro de psicose crônica ou recorrente, levando a deterioração progressiva das capacidades funcionais.

A psicose é o termo usado para um alteração do estado mental caracterizado pela perda da realidade, com sintomas como alucinações, delírios, pensamentos e discursos sem lógica e comportamentos caóticos.

O doente psicótico costuma ser extremamente desconfiado, ouve vozes e vê coisas que não existem, imagina ter poderes especiais, acha que a TV ou radio mandam mensagens especialmente para eles, e podem imaginar que existe algum tipo chip ou antena que consegue ler seus pensamentos e monitoriza suas atividades.

Um bom exemplo é a personagem do Russel Crowe no filme vencedor do Oscar " Uma mente brilhante" (A beautiful Mind no original).

Para entender melhor, leia mais sobre psicose.

A esquizofrenia acomete homens e mulheres na proporção de 1,4:1, e apresenta pico de incidência entre 20 e 30 anos de idade. O diagnóstico é puramente clínico uma vez que não existem testes laboratoriais ou de imagem específicos. Raramente inicia-se na infância ou em idosos.

Até 10% dos pacientes conseguem recuperação total, mas para 55% a doença tem curso crônico. Os restantes 35% apresentam episódios intermitentes.

80% apresentam uma associação com abuso de substâncias como álcool, drogas lícitas é ilícitas. É uma relação de consequência e não causal. O doente esquizofrênico tem uma chance 3x maior de adquirir algum vício do que a população em geral.

Existe claramente um fator genético, mas que sozinho não é suficiente para desencadear a doença. Parentes de primeiro grau apresentam uma taxa de acometimento de 10%. Irmãos gêmeos idênticos, de 50%. Fatores ambientais ainda não claramente identificados apresentam grande peso.

O quadro clínico pode ser bem heterogêneo e os sintomas se caracterizam por 4 grandes grupos:

1. Sintomas positivos: São os sintomas da psicose descritos acima. Delírios e alucinações (especialmente auditivas) são os mais comuns.

2. Sintomas negativos: São sintomas de perda das características usuais. Pode ser perda da resposta afetiva, da expressão verbal, da motivação pessoal, da atenção ao ambiente, da interação social...

3. Alterações cognitivas: Diminuição da atenção, capacidade de raciocínio, da memória, da linguagem e da capacidade em realizar funções
4. Alterações na afetividade: Problemas de humor com mudanças repentinas, manifestações inapropriadas ou bizarras de afetividade ou comportamento. Depressão é comum após períodos de exacerbação da psicose.

De acordo com o conjunto de sintomas, a esquizofrenia é dividida em 5 subtipos:

- Paranoide = São os doentes que apresentam delírios e alucinações, sem alterações no pensamento lógico, na afetividade ou comportamento. É o subtipo que apresenta o melhor prognóstico. São pacientes que conseguem manter o emprego e o relacionamento familiar. Como são os que mais percebem a doença, é o subgrupo com maior taxa de suicídio.

- Desorganizado = São os doentes com pensamento desorganizado e comportamento bizarro e inapropriado. Apresentam o pior prognóstico, com maior taxa de incapacidade funcional, perda de relacionamento e necessidade de institucionalização.

- Catatônico = São os paciente que perdem interação com ambiente e assumem posturas estranhas. Não atendem a solicitações e resistem a tentativas de movê-los. A catatonia ocorre episodicamente.

- Residual = São pacientes que apresentam longos períodos de ausência dos sintomas positivos, porém apresentam outros sintomas de modo discreto, como alterações no pensamento e afetividade.

- Indiferenciado = São os que não se encaixam em nenhuma das categorias anteriores, apresentando sintomas de mais de um subtipo.

A investigação inclui análises de sangue e exames de imagem para se descartar causas orgânicas.
Não existe um sintoma ou sinal patognomônico. O diagnóstico é feito pelo conjunto de sintomas. A psicose é típica, mas não é exclusiva da esquizofrenia.

O tratamento com remédios é para a vida toda. Doentes muito agitados que colocam a sua vida e a de outros em perigo, devem ser internados até estabilização.

FONTE:http://www.mdsaude.com/2008/12/esquizofrenia.html#ixzz2EGrqOUdq

Esquizofrenia - Miranda

Livro Loucura e Obsessão, Cap. 4, Manoel Philomeno de Miranda – Divaldo Franco.

A esquizofrenia é enfermidade muito complexa, nos estudos da saúde mental. As pesquisas psiquiátricas, psicanalíticas e neurológicas têm projetado grande luz às terapêuticas de melhores resultados nas vítimas dessa terrível alienação. No entanto, há ainda muito campo a desbravar, em razão de as suas origens profundas se encontrarem ínsitas no Espírito que delinque. A consciência individual, representando, de algum modo, a Cósmica, não se poupa, quando se descobre em delito, após a liberação da forma física, engendrando mecanismos de auto-reparação ou que lhe são impostos pelos sofrimentos advindos da estância do além-túmulo.
Afetando o equilíbrio da energia espiritual que constitui o ser eterno, a consciência individual imprime, nas engrenagens do perispírito, os remorsos e turbações, os recalques e conflitos que perturbarão os centros do sistema nervoso e cerebral, bem como os seus equipamentos mais delicados, mediante altas cargas de emoção descontrolada, que lhe danificam o complexo orgânico e emocional.
Noutras vezes, desejando fugir à sanha dos inimigos, o Espírito busca o corpo como um refúgio, no qual se esconde, bloqueando os centros da lucidez e da afetividade, que respondem como indiferença e insensibilidade no paciente de tal natureza.
Eugênio Bleuler, sem demérito para os demais pesquisadores das alienações mentais, foi quem mais penetrou nas causas da esquizofrenia, do ponto de vista científico, concluindo que a mesma é “uma afecção fisiógena, mas com ampla superestrutura psicógena”. Nessa “estrutura psicógena”, situamos os fatores cármicos, de procedência anterior ao berço, que pesam na consciência culpada…
O esquizofrênico, segundo a escola bleuleriana, não tem destruída, conforme se pensava antes, a afetividade, nem os sentimentos; somente que os mesmos sofrem dificuldade para ser exteriorizados, em razão dos profundos conflitos conscienciais, que são resíduos das culpas passadas. E porque o Espírito se sente devedor, não se esforça pela recuperação, ou teme-a, a fim de não enfrentar os desafetos, o que lhe parece a pior maneira de sofrer, do que aquela em que se encontra. Nesses casos, pode-se dizer, como afirmava o ilustre mestre suíço, que a esquizofrenia se encontra no paciente, de forma latente, pois que, acentuamos, é-lhe imposta desde antes da concepção fetal. Razão essa que responde pelas sintomatologias neuróticas, produzindo alterações da personalidade que se vai degenerando em razão dos mecanismos de culpa impressos no inconsciente. Assim, não é raro que o paciente fuja para o autismo…
Rigidez, desagregação do pensamento, idéias delirantes, incoerência são algumas alterações do comportamenteo esquizofrênico, originadas no recesso do Espírito que, mediante aparelhagem fragmentada, se expressa em descontrole, avançando para a demência, passando antes pela fase das alucinações, quando reencontra os seus perseguidores espirituais que ora vêm ao desforço. Sejam, portanto, quais forem os fatores que propiciam a instalação da esquizofrenia, no homem, o que desejamos é demonstrar que o Espírito culpado é o responsável pela alienação que padece no corpo, sendo as suas causas atuais consequências diretas ou não do passado.

Refletindo a esquizofrenia sob a ótica espírita

Refletindo a esquizofrenia sob a ótica espírita


A esquizofrenia apresenta um conjunto de sintomas bastante diversificado e complexo, sendo, por vezes, de difícil compreensão. Pode surgir e desaparecer em ciclos de recidivas e remissões. Hoje, é encarada, não como uma doença única, mas, como um grupo de patologias, atingindo todas as classes sociais e grupos humanos. Geralmente, o diagnóstico tem mostrado níveis de confiabilidade, relativamente baixos ou inconsistentes. Explicando, aqui, a esquizofrenia não é a dupla pessoalidade, pois é muito mais ampla que isso e não há motivos de incluir, nela, os Transtornos de Personalidade Múltipla.

Em 2004, no Japão, o termo japonês para esquizofrenia foi alterado de Seishin-Bunretsu-Byo (doença da mente dividida) para Togo-shitcho-sho (desordem de integração). Em 2006, ativistas no Reino Unido, sob o jargão de Campanha para a Abolição do Rótulo de Esquizofrenia, defenderam semelhante rejeição do diagnóstico de esquizofrenia e uma abordagem diferente para a compreensão e tratamento dos sintomas associados a ela.

Coube ao suíço Eugen Bleuer, em 1911, a criação do termo "esquizofrenia" significando uma dissidência entre pensamento, emoção e comportamento (esquizo significa cisão e frenia quer dizer mente). É uma doença crônica que atinge, aproximadamente, 60 milhões de pessoas do planeta (1% da população mundial), sendo distribuída de forma igual pelos dois sexos. A diagnose da doença tem sido criticada como desprovida de validade científica ou confiabilidade, e, em geral, a validade dos diagnósticos psiquiátricos tem sido objeto de críticas mais amplas. Uma alternativa sugere que os problemas com o diagnóstico seriam mais bem atendidos se de dimensões individuais fossem, ao longo das quais todos variam, de tal forma, que haveria um espectro contínuo, em vez de um corte distinto entre normal e doente. Geralmente, o esquizofrênico não é violento ou perigoso. Fora da crise, é uma pessoa como qualquer outra. Porém, alguns poucos, quando em crise, tornam-se agressivos, verbal ou fisicamente, pois os delírios ou as alucinações podem fazer com que se sintam ameaçados.

Não há sintomas determinantes que possibilitem um diagnóstico preciso, de imediato. Tanto pode começar, repentinamente, e eclodir numa crise exuberante, como começar, lentamente, sem apresentar mudanças extraordinárias, e somente depois de anos surgir uma crise característica. Os sintomas podem ser confundidos com "crises existenciais", "revoltas contra o sistema", "alienação egoísta", uso de drogas, etc. O delírio de identidade (achar que é outra pessoa) é a marca típica de um doente. É, com frequência, relacionada com o mendigo que deambula pelas ruas, que fala sozinho, com a mulher que aparece na TV, dizendo ter outros álteres, e com o "louco" que aparece nas telenovelas e nos filmes. Foi, durante muitos anos, sinônimo de exclusão social, e o diagnóstico de esquizofrenia significava internação em hospitais psiquiátricos (manicômios) ou asilos, como destino "certo", onde os pacientes ficavam durante vários anos.

Manifesta-se, habitualmente, na parte final da adolescência ou no início da vida adulta. Afirma-se que os primeiros sinais e sintomas de esquizofrenia são traiçoeiros. Os primeiros "sinais" de sossego/calma e afastamento, visíveis num adolescente, normalmente, passam despercebidos, como não sendo sinais de alerta, pois, considera-se o fato de que "é, apenas, uma fase" por que passam os jovens. É importante, porém, que se diga o quanto é difícil interpretar esses comportamentos, associando-os à idade. A sintomatologia esquizofrênica se apresenta demasiada abrangente, sendo uma síndrome com grande componente fisiológico, com a presença marcante das alucinações e dos delírios. O comportamento, frequentemente, fica condicionado às ideias delirantes paranoides e às alucinações auditivo-verbais que os doentes, geralmente, apresentam.

Pouco se sabe sobre essa doença e, ante o desafio terapêutico, o máximo que se consegue é obter controle dos sintomas com os antipsicóticos. Faz, apenas, um pouco mais de 10 anos que a Organização Mundial de Saúde editou critérios objetivos e claros para a realização do diagnóstico da esquizofrenia. As causas do processo patogênico são um mosaico: a única coisa evidente é a constituição pluricausal da doença. Isso inclui mudanças na química cerebral [a atividade dopaminérgica é muito elevada nos indivíduos esquizofrênicos], fatores genéticos e mesmo alterações estruturais.

Na atualidade, alguns neurotransmissores vêm sendo colocados na implicação da fisiopatologia dessa doença, tais como a serotonina e a noradrenalina. Do ponto de vista fisiológico, e apesar das grandes descobertas já realizadas até aqui, no campo dos mecanismos etiopatogênicos, é preciso considerar que o arsenal, ainda, não se esgotou. Isso porque, afora as contribuições psicossociais, há que se levar em consideração o Espírito imortal, agente causal fundamental. Segundo Jung, "A investigação da esquizofrenia constitui uma das tarefas mais importantes da psiquiatria futura. O problema encerra dois aspectos: um fisiológico e um psicológico... "(1)

É importante frisar que a Esquizofrenia tem cura. Até bem pouco tempo, pensava-se que era incurável e que se convertia, obrigatoriamente, em uma doença crônica e para toda a vida. Atualmente, entretanto, sabe-se que uma porcentagem de pessoas que sofre desse transtorno pode recuperar-se por completo e levar uma vida normal, como qualquer outra. Algumas, com quadros mais graves, apesar de dependerem de medicação, chegam a melhorar até o ponto de poderem desempenhar bem seu ofício, casar e constituir família. O matemático norte-americano, John Nash, que, em sua juventude, sofria de esquizofrenia, conseguiu reverter sua situação clínica e ganhar o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, em 1994.

Percebe-se, atualmente, certo conflito entre a ala conservadora da Psiquiatria e o Espiritismo, que tomou vulto entre nós, em virtude do crescimento do movimento espírita brasileiro. Na proporção em que o conceito de matéria se pulverizou nas mãos dos físicos, e atingiu o plano da física quântica, verificou-se uma nova revolução copernicana, no que tange à concepção do homem integral. Hoje, há grande número de psiquiatras espíritas que estabelece o diálogo entre corpo e espírito.

A propósito, as doenças são do corpo ou da alma? Encontramos, em "O Livro dos Espíritos", parte II, capítulo VII, que "a matéria é apenas o invólucro do Espírito. Unindo-se ao corpo, o Espírito conserva os atributos de natureza espiritual; que o exercício das faculdades do Espírito depende dos órgãos que lhes servem de instrumento." (2) Traz o Espírito certas pré-disposições ao renascer. O princípio das faculdades está no Espírito e não nos órgãos. Na visão espírita, "esquizofrênicos"são Espíritos sujeitos a uma punição. Sofrem por habitarem corpos, cujos órgãos comprometidos os impedem de se manifestarem plenamente.

As enfermidades fisiopsíquicas são efeitos e não causas: Tanto as distonias mentais quanto as doenças orgânicas expressam os resultados de ações desequilibradas do Espírito, cuja conduta negativa prejudica, primeiramente, o próprio autor, abrindo zonas mórbidas em seu psiquismo, refletindo-se no seu perispírito e registrando-se no corpo físico em reencarnações posteriores. "A mente transmite ao carro físico, a que se ajusta durante a encarnação, todos os seus estados felizes ou infelizes, equilibrando ou conturbando o ciclo de causa e efeito..."(3) Portanto, é uma patologia que guarda a sua origem profunda no Espírito que delinquiu. É mister levar em conta a influência negativa, através da obsessão, o que contribui para o agravamento do quadro e para o surgimento de outras disfunções características do transtorno. Por isso mesmo, é preciso vê-la como sendo um processo misto de natureza espiritual, fisiológica, obsessiva e com influências psicossociais.

A divisão da mente, a diluição da memória, o afastamento da realidade parecem denunciar uma espécie de nostalgia psíquica que determina a inadaptação do espírito à realidade atual. Podem ocorrer casos típicos de auto-obsessão nas modalidades variáveis da Esquizofrenia. Os casos se agravam com a participação de entidades obsessoras, geralmente atraídas pelo estado dos pacientes. Este é motivo relevante para a prática da desobsessão.

Psiquiatria e Espiritismo podem ajudar-se, mutuamente, ao que parece, em futuro bem próximo. Não há razão para que a Psiquiatria condene os processos espíritas no tratamento dos casos de obsessão e auto-obsessão. É muito importante ampliar o entendimento das causas originais da esquizofrenia e considerar imprescindível o tratamento espiritual [desobsessão, passe, água fluidificada, oração] oferecido pela Doutrina Espírita, com base nos ensinamentos do Cristo, que, um dia, inevitavelmente, constará nas propostas científicas para o tratamento de todas as doenças humanas.


 
FONTES:
(1)Jung, Carl Gustav. Psicogênese das Doenças Mentais, RJ: Editora Vozes, 1999
(2)Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB , 1999, parte II, capítulo VII
(3)Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Evolução em Dois Mundos, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB 2003

Esquizofrenia à luz do Espiritismo - palestra

http://www.youtube.com/watch?v=TRsnRmASiaQ

http://www.centrodeestudos.org/a-esquizofrenia-e-a-espiritualidade/

NEM SEMPRE É ALUCINAÇÃO

NEM SEMPRE É ALUCINAÇÃO

(matéria publicada na Folha Espírita em junho de 2004)
A Folha Espírita transcreve entrevista da Dra Marlene Nobre (Presidente da AME-Brasil e AME-Internacional) à revista Psychic World e realiza entrevista com o Dr. Sérgio Felipe Oliveira (AME-SP), psiquiatra

Psychic World – Dra. Marlene, gostaria de colocar uma questão crucial para você, sobre o que é comumente chamado de esquizofrenia. Hoje, quando alguém ouve vozes é tido como esquizofrênico, recebe fortes sedativos e, freqüentemente, é internado em hospitais de unidades psiquiátricas, registrado como mentalmente instável. Uma definição praticamente irreversível e para o resto de sua vida. De fato, freqüentemente, não o é de verdade e não recebe tratamento... mas recebe, por períodos indefinidos, sedativos que fazem estragos. Acho isso uma situação intolerável... O que você me diz sobre isso?

Marlene Nobre – Bem, o que ocorre, infelizmente, no curso médico, na prática médica, é algo que realmente não se compreende muito bem. Por quê? Porque a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que saúde é o estado de completo bem-estar do ser humano integral: biológico, social, ecológico e espiritual. Então, saúde é definida pela OMS como sendo o equilíbrio entre fenômenos orgânicos, psíquicos, sociais e espirituais. No entanto, na prática, os médicos não consideram todos esses fenômenos, mas tão somente os orgânicos ou biológicos. Podemos perguntar, em qualquer país, o que ensinam as escolas de medicina e constataremos que os médicos não são alertados para os problemas psicológicos e espirituais do paciente, eles restringem-se às reações orgânicas, como se o ser humano fosse reduzido tão somente ao corpo físico. Embora o Código Internacional de Doenças (CID), que é conhecido no mundo todo, no número 10, questão F 44.3, contemple a existência dos estados de transe, fazendo a distinção entre os normais, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença, a maioria dos médicos não leva isso em consideração. No Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, um dos mais consultados pelos psiquiatras, no capítulo dedicado ao estudo das personalidades, há também a distinção entre as personalidades que recebem a atuação de espíritos e as dos outros que são doentes. A Psiquiatria já faz, portanto, a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios. Isso, portanto, precisaria ser mais discutido com os colegas, principalmente, com aqueles que não consideram a possibilidade de comunicação dos espíritos com os encarnados. Por quê? Porque já há a contemplação nos próprios compêndios da Medicina a respeito da possibilidade de comunicação dos espíritos. Outro aspecto também é a obra de Carl Gustav Jung, que estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas. Desse modo, constatamos que já existe uma abertura para o estudo do espírito dentro do currículo da Psicologia e da própria Medicina. O que ocorre é que a preparação dos médicos ainda é extremamente reducionista e, com essa visão estreita, são levados a considerar apenas e tão somente os fenômenos orgânicos. Quanto ao exemplo referido por você, nós realmente nos constrangemos ou ficamos tristes com a conduta dos colegas que, habitualmente, rotulam todas as pessoas que dizem ouvir vozes como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas. Ficamos penalizados com uma situação como essa, porque existe uma porcentagem de pessoas que são consideradas psicóticas por ouvirem espíritos e que, na realidade, são médiuns. Cremos que, na História da Moléstia Atual do paciente, deveriam constar também, além dos sintomas orgânicos, os psicológicos e espirituais, a fim de que pudéssemos fazer a distinção, evitando, assim, que os médiuns sejam taxados de psicóticos para o resto de suas vidas. Muitos deles poderiam encontrar um caminho mais fácil para a cura, a partir do momento em que é diagnosticado um caso de obsessão ou de comunicação espirítica. Acredito que só quando tivermos uma Medicina que leva em consideração o ser integral, espírito/corpo, é que teremos possibilidade de abertura para entender quando se trata de um ou de outro caso.

PW – Para a quantidade de pessoas que começam a ouvir vozes, qual é o seu conselho?

Marlene – É difícil dizer, quando você está em outro país, onde não se conhece muito bem o procedimento, tanto do lado médico quanto espiritual. Mas é preciso ir, pouco a pouco, oferecendo material de estudo, livros, para que a população se informe também a respeito da obsessão, da possibilidade de se ouvir espíritos. Esse é um fenômeno corriqueiro, banal, comum a muitas pessoas. Então, à medida que a divulgação vai sendo feita, através de livros ou de palestras e cursos, há a possibilidade de se informar mais à população. E as famílias passam a conhecer mais o problema. Não é nada fácil, porque em um país como este que respeitamos tanto, de tantas tradições, de tanto progresso, o Espiritismo é praticamente ignorado, mas já há por parte de alguns médicos e psicólogos um entendimento do que seja a mediunidade, no caso mais específico, a obsessão. Talvez, então, fosse interessante que houvesse troca de impressões e de idéias entre o movimento espírita e os profissionais que já aceitam a mediunidade, de modo a oferecer aos obsedados os recursos terapêuticos espirituais indicados para esses casos.

Folha Espírita – Como distinguir alucinação por transtorno mental da que ocorre no processo obsessivo?

Sérgio Felipe de Oliveira – A obsessão espiritual oficialmente é conhecida em Medicina como possessão e estado de transe. O Código Internacional de Doenças – CID 10, item F 44.3 – qualifica estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio ambiente. Essa situação é considerada doença quando a pessoa não tem controle. Os casos em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença. A alucinação é um sintoma que pode surgir tanto no transtorno mental anímico, a partir de neuroses graves que marcam o subconsciente, quanto na interferência de fatores externos. Esses fatores externos podem ser químicos e orgânicos, como na ingestão de drogas ou nas desordens orgânicas – febre muito alta, uremia, desordens cerebrais, etc. – ou espirituais. A interferência de uma personalidade intrusa, a obsessão espiritual, pode desajustar a percepção da realidade levando a alucinações. A pessoa pode ter alucinações e ainda assim sustentar a crítica da razão – ela sabe que está alucinando ou pode perder a crítica da razão julgando ser verdadeira aquela falsa realidade. Um dia, um paciente mergulhou no rio Tietê diante da alucinação de que estaria numa bela praia. Nesse caso, temos o transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura. O médico deve inicialmente fazer o diagnóstico da condição orgânica para depois estabelecer diagnóstico diferencial entre o transtorno dissociativo por estado de transe ou possessão, de um caso de transtorno dissociativo psicótico. O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM IV – alerta que o clínico deve tomar cuidado para diagnosticar erradamente como alucinação ou psicose casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas porque isso pode não significar uma alucinação ou psicose. A distinção entre alucinação, clarividência ou clariaudiência é uma situação bastante complexa.

FE – Como distinguir esquizofrenia da obsessão?

Sérgio Felipe de Oliveira – Na verdade, temos de discriminar no diagnóstico qual o papel da obsessão espiritual na doença que a pessoa está vivendo, já que todo transtorno psicótico como a esquizofrenia possui o componente obsessivo-espiritual.

FE – É possível saber em que proporção o processo obsessivo permeia os transtornos psicóticos, como, por exemplo, no caso das esquizofrenias?

Sérgio Felipe de Oliveira – Nesse caso, a melhor forma é a prova terapêutica. Uma vez acertado o tratamento medicamentoso e psicoterápico, a associação do tratamento espiritual, sobretudo a magnetização e a desobsessão, nos dará a proporção do envolvimento espiritual. Casos em que há uma predominância do fator obsessivo-espiritual, a melhora com a magnetização e desobsessão chega a ser espetacular, trazendo novos horizontes para a Psiquiatria. Nos casos em que há a predominância anímica ou orgânica, a melhora está mais associada à transformação da pessoa ou seu estado orgânico de forma bem caracterizada. Julgamos importante que o médico e o psicólogo que acompanham casos nessa profundidade passem pelo processo de magnetização e desobsessão a fim de se desvencilhar de possíveis envolvimentos com as energias e os obsessores que acompanham o caso.

Esquizofrenia e Mediunidade

Problemas psicológicos ou mentais por vezes mal diagnosticados causa o seu agravamento, mas por vez e na maioria por falta do esclarecimento de si mesma para acudir ou canalizar da melhor maneira ou no melhor caminho possível, tanto na sua vida social, como familiar!

Existem inúmeros factores externos e internos de um individuo que podem provocar a doença, um deles sempre ouviremos falar de mediunidade descontrolada, efeitos que desabrocham do desconhecido e em nosso organismo, que nos causa alguns “desarranjos” tanto a nível psicológico, como físico.

Mas venho desta forma falar-vos em particular da doença que se chama ESQUIZOFRENIA, por várias razões, algumas delas são:
- Por ter sido um assunto importante para alguns jovens que acediam ao outro Fórum já inactivo, inclusivamente houve relatos publicados de suas experiências e ate dos seus pedidos de ajuda;
- Tb pelo motivo que me leva a estudar este assunto, de o de vivenciar com um familiar mt próximo;
- Por fim, de algum modo em poder alertar todos, que não devem isolar qq caso ou incidente mental, em ser apenas tratado num Centro Espírita, mas tb e em simultâneo (em alguns casos impreterivelmente) com um especialista na área da saúde (psiquiatra/psicólogo).

Os psiquiatras são o únicos que mais profundamente sabem sobre este assunto, e que poderão ser de muita ajuda, chegando mesmo a conseguir uma boa reabilitação junto da sociedade em geral, embora como espírita, possa dizer que o espiritismo pode ajudar em grande parte a esquizofrenia.
A medicina, ajuda de forma técnica a doença, enquanto o espiritismo vem ajudar a equilibrar toda a parte moral e afectiva que se perde quase na totalidade desta doença, sendo pela boa moral, pelo amor onde se conseguem os melhores resultados.
Não queria que declinassem agora, que um esquizofrénico é médium, já houve altura muito remota, em que isso se entendia dessa mesma forma, pode haver no entanto mediunidade, e não haver doença …e por ultimo uma pode incidir sobre a outra!

Hoje em dia, existe uma parceria mt grande entre a medicina e a espiritualidade…
A medicina começa a ser pioneira nos estudos de mediunidade e sua interligação nos problemas mentais.
Quero apenas que não releguem que existem casos em que só o Espiritismo e Medicina, a trabalhar em conjunto conseguem um resultado satisfatorio!

Vou ser longa para tentar explicar o que é doença, diagnóstco e seus sintomas, para que não haja falsas opiniões, ou a ilusão habitual, como que “ eu vejo e oiço, sou esquizofrénico?!” para os mais cépticos.
Vamos ver se a entendamos um pouco melhor a doença, pois sempre encerrou em si um certo mistério sendo por isso alvo fácil para várias especulações.

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A doença atinge 1% da população, sendo distribuída de forma igual pelos dois sexos. Manifesta-se habitualmente na parte final da adolescência ou inicio da vida adulta.
A esquizofrenia é uma doença complexa, não existindo uma causa mas provavelmente várias, que concorrem entre si para o seu aparecimento.


O Diagnóstico

O diagnóstico só pode ser feito pelas manifestações clínicas da doença, uma vez que não é possível efectuá-lo através de exames laboratoriais ou imagiológicos (TAC, Raios X, RM, etc…)
À partida é de excluir outras doenças ou condições que possam produzir sintomas psicóticos semelhantes. Existem vivências emocionais extremamente intensas que podem desencadear um quadro pscótico, com caracteristicassintomatológicas muito idêncticas à da esquizofrenia em indivíduos previamente assintomáticos. A grande diferença destas situações, é que reside na sua curta duração e na remissão total dos sintomas pscóticos. Estes quadros clínicos são consideradospor «psicoses breves».
Existem ainda outras situações psquiátricas cujo diagnóstico diferencial com esquizofrenia: como as psicoses pós-parto, as psicoses paranóides, as psicoses afectivas, etc…



Sintomas da Esquizofrenia

A esquizofrenia apresenta um conjunto de sintomas bastante diversificado e complexo, sendo por vezes difícil compreensibilidade. Estes sintomas envolvem aspectos ligados ao pensamento (forma e conteúdo), à percepção, ao rendimento cognitivo, à afectividade e ao comportamento, conduzindo a défices nas relações interpessoais e a uma perda de contacto com a realidade. Os sintomas primários ou fundamentais (ambivalência; autismo; perturbação do afecto; perturbação da associação de ideias) que se observam em qualquer momento da evolução da doença e os sintomas secundários ou acessórios que só se revelam em certos períodos da esquizofrenia.

As formas clínicas da Doença

Ao se falar de esquizofrenia e da grande variedade de sintomas e características associadas à sua evolução, não se poderá falar apenas da existência de um doença única, por este motivo talvez fizesse sentido falar de «esquizofrenias» no plural.
As várias esquizofrenias não são estanques podendo um determinado doente em determinada altura da evolução da sua doença apresentar aspectos clínicos que se aproximam mais de uma forma de esquizofrenia, por exemplo do tipo paranoide e ao fim de algum tempo poder reunir critérios da forma de esquizofrenia residual.

Os Vários casos de Esquizofrenias

Forma hebefrenitca ou desorganizada
Os sintomas afectivos e as alterações do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes não são organizadas. Existe um contacto muito pobre com a realidade e uma marca de regressão das faculdades mentais.
Pode ocorrer um irritabilidade marcada nalguns, associada a comportamentos agressivos(psicopáticos).

Esquizofrenia do tipo paranoide
È a forma mais facilmente identificada à doença. O quadro clínico é dominado por delírio paranoide relativamente bem organizado. O comportamento fica frequentemente condicionado pelas ideias delirantes paranoides e pelas alucinações auditivo-verbais que estes doentes frequentemente apresentam. Tipicamente os doentes são desconfiados, reservados, podendo nalguns casos, revelar comportamentos agressivos.

Forma catatónica
È caracterizada por um predomínio de sintomas motores e por alterações da actividade, que podem ir desde um estado de estupor e acinético até à excitação.
São ainda com frequência observados risos imotivados, movimentos motores repetidos e desprovidos de significado. Pode ocorrer ainda uma repetição das palavras do interlocutor ou dos seus movimentos.

Esquizofrenia simples
Apresenta habitualmente um desenvolvimento insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no desempenho laboral  e intelectual. Neste subtipo de esquizofrenia, não se encontram habitualmente presentes os sintomas floridos acima mencionados, o que por vezes leva a que o diagnostico seja por este motivo menos evidente. Existe por parte destes, uma certa apatia e indiferença relativa ao mundo exterior.


Por fim a Esquizofrenia do tipo residual
È caracterizada pelo facto de os sintomas encontrados não serem os suficientes para elaborar um diagnóstico de um outro tipo da esquizofrenia. Os doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afectivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento. Esta é forma da doença que se encontra em evolução e que se encontram nalguns casos com longos períodos de internamento em hospitais psiquiátricos.


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Esquizofrenia - Joanna de Angelis

“O Ser real é constituído de corpo, mente e espírito. Dessa forma, uma abordagem psicológica para ser verdadeiramente eficaz deve ter uma visão holística do ser, tratando de seu corpo (físico e periespirítico), de sua mente (consciente, inconsciente e subconsciente) e de seu espírito imortal que traz consigo uma bagagem de experiências anteriores à presente existência e está caminhando para a perfeição Divina.” Joanna de Ângelis

Esquizofrenia

Texto de Joanna de Angelis, no livro "Triunfo Pessoal", psicografado por Divaldo Franco:


Nos transtornos psicóticos profundos, a esquizofrenia destaca-se aterrorizante, face à alienação que impõe ao paciente, afastando-o o convívio social e conduzindo-o à vivência da própria incúria, sem a capacidade de discernimento que se encontra embotada.

Denominada por Freud como "neurose narcisista", indicada por Kraepelin, que estabeleceu como sintoma frequente a "indiferença ou embotamento afetivo", coube a Bleuler assinalar que o paciente é vítima de uma "desagregação do pensamento", que produz uma certa rigidez com extrema "dificuldade de exteriorização dos sentimentos", não sendo, portanto, imune à afetividade. Clinicamente apresenta-se sob três formas, consideradas clássicas: hebefrenia, catatonia e paranóia. Posteriormente foi acrescentada uma outra, que ficou denominada como esquizofrenia simples.

Sem dúvida, fatores hereditários preponderantes impõem o desvio psicótico profundo, graças às impressões vigorosas registradas nos genes desde os primórdios da concepção. Essa terrível afecção mental responde pela falta da associação de idéias, pelo desleixo e abandono do Si em transtorno grave de conduta.

Enfermidades infectocontagiosas e suas sequelas podem, também, desencadear o processo esquizofrênico, em razão dos prejuízos que impõem aos neurônios cerebrais e às suas sinapses, que se desconectam, tornando-se incapazes de enviar as mensagens corretamente de um ao outro, nessa cadeia complexa de informações que transitam através de suas delicadas conexões. Fenômenos orgânicos que promovem grande tensão, como aqueles considerados críticos, tais a puberdade, o catamênio, a menopausa e a andropausa, são arrolados como responsáveis também pelas manifestações lentas e contínuas do transtorno esquizofrênico.

Por outro lado, traumatismos cranianos atingindo o cérebro produzem efeitos equivalentes, perturbando o raciocínio do paciente e afastando-o do convívio da sociedade. Outrossim, fatores exógenos que dizem respeito aos eventos da vida, também respondem pelo transtorno cruel, especialmente nos indivíduos de compleição moral frágil ou marcados por graves distúrbios familiares, sociais, de trabalho, de relacionamento afetivo, que os predispõem às fugas espetaculares para o quase autismo.


Não obstante, deve-se incluir na psicogênese do transtorno esquizofrênico, a consciência de culpa das ações vivenciadas em existências anteriores, quando a delinqüência assinalou o desenvolvimento do Self, hedonista e explorador, que somente utilizou dos amigos e conhecidos para os explorar, traindo-lhes a confiança ou covardemente destruindo-lhes o corpo em horrorosos crimes que não foram justiçados, porque passaram desconhecidos ou as circunstâncias legais não os alcançaram. Não havendo sido liberados pela reparação através dos cometimentos impostos pela Lei vigilante, insculpiram nas delicadas tecelagens vibratórias do corpo perispiritual a responsabilidade infeliz, que ora ressurge como cobrança, necessidade de reparação, impositivo de reequilíbrio, de recomposição social, familial, humana.

Eis que nessa, como noutras ocorrências psicopatológicas, a interferência de seres desencarnados ou de outra dimensão, se assim for mais acessível ao entendimento, impondo sua vontade dominadora sobre aquele que o infelicitou no curso da existência anterior, produz a distonia equivalente àquelas que procedem das psicogêneses internas e externas.

Essa imposiçãso psíquica frequente e insidiosa afeta os neurotransmissores, facultando que moléculas - neuropeptídeos - responsáveis pelo equilíbrio das comunicações, as desconectem, produzindo a alienação. A mente, que não é física, emite ondas especiais que são captadas por outras equivalentes, que sincronizem com as emissões que lhe são direcionadas. Há, em todo o Universo, intercâmbio de mentes, de pensamentos, de vibrações, de campos de energia...

No que diz respeito às afinidades psíquicas, a sintonia vibratória permite que sejam decodificadas mensagens mentais por outros cérebros que as captam, conforme os admiráveis fenômenos parapsicológicos da telepatia, da clarividência, da precognição, da retrocognição, cujas experiências em laboratório tornaram-nos cientificamente comprovados, reais.

É natural, portanto, que não havendo a destruição do Self quando ocorre a morte ou desencarnação do ser humano, a mente prossiga enviando suas mensagens de acordo com as construções emocionais de amor ou de ira, de felicidade ou de desdita, que se fazem captadas por estações mentais ou campos psi, dando curso às inspirações, às percepções enobrecidas ou perturbadoras, facultando o surgimento das nefastas obsessões de efeitos calamitosos.

É muito mais vasto o campo dessas intercorrências espirituais do que se pode imaginar, sucedendo tão amiude, que seria de estranhar-se não as encontrar nos transtornos neuróticos ou psicóticos de qualquer natureza.

O Self, dessa maneira, desenvolve-se mediante as experiências que o acercam do Arquétipo Primacial, no qual haure vitalidade e força, transferindo todas as aquisições nobres ou infelizes para futuros cometimentos, assim ampliando os primeiros e recuperando-se dos segundos, armazenando todas as experiências que o conduzirão à individuação plena, ao numinoso ou sintonia com Deus.

Mergulhando, a princípio, no deus interno, desperta o potencial de sabedoria e de amor que nele jazem, a fim de poder crescer em aplitude no rumo do Deus Criador do Universo...

A saúde mental somente é possível quando o Self, estruturado em valores éticos nobres, compreende a finalidade precípua da existência humana, direcionando os seus sentimentos e conhecimentos em favor da ordem, do progresso, do bem-estar de toda a sociedade.

A liberação do ego arbitrário, desvestido dos implementos da aparência que se exterioriza pela persona, permite a integração do ser na vida em caráter de plenitude.

Todas as terapias acadêmicas procedem, valiosas e oportunas, considerando-se a imensa variedade de fatores preponderantes e predisponentes, para o atendimento da esquizofrenia, não sendo também de desconsiderar-se a fluidoterapia, o esclarecimento do Agente perturbador e o consequente labor de sociabilização do paciente através de grupos de apoio, de atividades espirituais em núcleos próprios onde encontrará compreensão, fraternidade e respeito humano, que o impulsionarão ao encontro com o Si profundo em clima de paz.

Esquizofrenia

LEONARDO MACHADO
leo@leonardomachado.com.br e www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)

Esquizofrenia

Embora seja discutida como se fosse uma doença única, a esquizofrenia pode ser considerada como uma síndrome heterogênea, ou ainda, como um grupo de transtornos com causas heterogêneas. A sua pode ser considerada a história da própria psiquiatria, uma vez que a quantidade de estudiosos desta enfermidade é vasta. Neste contexto, o psiquiatra francês Benedict Morel (1809-1873) foi quem primeiro se utilizou do termo démense precoce, o qual seria latinizado, mais tarde, por Emil Kraepelin (1856-1926) como dementia precox. Caberia, porém, ao suíço Eugen Bleuer, em 1911, a criação do termo “esquizofrenia” que indica a presença de um cisma entre pensamento, emoção e comportamento (esquizo = cisão, frenia = mente).

Muito embora se considere a esquizofrenia um achado raro, atualmente se sabe que a sua prevalência é algo em torno de 1% em todo mundo; entretanto, apenas uma pequena parcela desta população recebe o tratamento adequado.

Não há características patognomônicas da doença, ou seja, os sinais e os sintomas não são exclusivos da esquizofrenia, podendo-se, assim, encontrá-los em outros distúrbios psiquiátricos e/ou neurológicos. Dessa maneira, a sintomatologia esquizofrênica se apresenta demasiada abrangente. É interessante notar, no entanto, a presença importante das alucinações e dos delírios.

Ainda, pela complexidade do distúrbio, foram diferenciados vários tipos de esquizofrenias, sendo estes os principais subgrupos: paranóide – caracterizada, fundamentalmente, pela presença de delírios de perseguição ou de grandeza; desorganizada ou hebefrênica – caracterizada, principalmente, por uma regressão acentuada a um comportamento primitivo; catatônica – caracterizada por uma acentuada perturbação psicomotora; indiferenciada – nesta modalidade, pacientes dificilmente se encaixam em um dos outros tipos; residual – em que os delírios e/ou alucinações são pobres.

Mas, apesar destas diversas nomenclaturas, a sua causa, para a medicina oficial, é ainda desconhecida. Nada obstante, no aspecto bioquímico, observou-se que a atividade dopaminérgica é muito elevada nos indivíduos esquizofrênicos. E, na atualidade, outros neurotransmissores vêm sendo colocados na implicação da fisiopatologia desta doença, tais como a serotonina, a noradrenalina e o GABA. Neuropatologicamente falando, o sistema límbico, que exerce importante papel no controle das emoções, em pacientes portadores de tal síndrome, apresenta, conforme foi observado, diminuição no tamanho da região que abrange a amígdala, o hipocampo e o giro para-hipocampal. Apesar de este sistema ser, de acordo com os estudiosos, a base fisiopatológica da doença, outras áreas cerebrais parecem estar envolvidas, como os núcleos basais, já que estão relacionados com o controle dos movimentos, os lobos frontais do telencéfalo, o tálamo e o tronco cerebral. Geneticamente, observa-se que há uma ligação na presença de distúrbios em membros de uma mesma família, sendo esta tanto mais forte quanto maior for o grau de parentesco. Modernamente, ainda, os exames sofisticados de imagens cerebrais, tais como a ressonância magnética e a tomografia por emissão de pósitrons, e os eletroencefalográficos vêm dando maiores subsídios para o estudo.

Um modelo para integração destes fatores etiológicos é o de estresse-diátese, no qual há no portador uma vulnerabilidade específica, ou diátese, a qual deve ser influenciada por um estresse para o surgimento da sintomatologia. De modo geral, tanto o primeiro quanto o segundo podem ser biológicos e/ou ambientais. Outrossim, mecanismos ditos epigenéticos, como traumas e drogas, podem contribuir.

Percebe-se, pois, que a esquizofrenia é uma síndrome com grande componente fisiológico. Além disso, fatores psicossociais merecem grande destaque. Neste sentido, diversas teorias envolvendo o paciente, a família e os aspectos sociais foram elaboradas. Como exemplo, as teorias formuladas pela psicanálise, não só as relativas a Freud, mas também as de Sullivan e as descritas por Margaret Mahler.

Há de se considerar sempre, no entanto, a complexidade desta enfermidade. Sendo assim, imperioso é lembrar as palavras de Bleuler, quando concluiu ser a esquizofrenia “uma afecção fisiógena, mas com ampla estrutura psicógena”.

Dessa forma, do ponto de vista fisiológico, apesar das grandes descobertas já realizadas até aqui no campo dos mecanismos etiopatogênicos, é preciso considerar que o arsenal ainda não se esgotou. Isso porque, afora as contribuições psicossociais, há que se levar em consideração o Espírito imortal, agente causal fundamental.

Não é de se espantar, portanto, as palavras do sábio grego Sócrates, quando bem afirmou que “se os médicos são malsucedidos, tratando da maior parte das moléstias, é que tratam do corpo, sem tratarem da alma. Ora, não se achando o todo em bom estado, impossível é que uma parte dele passe bem”.

A Doutrina Espírita identificando o indivíduo real como sendo o Espírito, ser pensante do universo, estudando profundamente as relações deste com o corpo material, através do seu envoltório, ou perispírito, no dizer de Allan Kardec, comprovando a imortalidade da alma, através das comunicações mediúnicas e a capacidade que os desencarnados têm de influenciar os ditos vivos, mostrando a reencarnação e explicando os mecanismos evolutivos da lei de ação e reação, mostrando a loucura por outro prisma e destrinchando os mecanismos das obsessões, abre novos rumos ao entendimento desta importante doença.

Desse modo, como dissera o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, nessa estrutura psicógena, falada pelo eminente psiquiatra suíço supracitado, situam-se, igualmente, os fatores cármicos, de procedência anterior ao berço. Isso porque também o paciente esquizofrênico é um Espírito imortal em processo de evolução.

Neste contexto, pois, observa-se que a esquizofrenia guarda a sua origem profunda no Espírito que delinqüiu. Este fica atormentado pela consciência de culpa, devido aos erros de vidas transladas, os quais, provavelmente, passaram despercebidos pela justiça terrena, mas não foram capazes de ludibriar as leis do Criador, porque inscritas dentro do ser. Conseqüentemente, tal sentimento impregna o perispírito e, mais cedo ou mais tarde, em uma nova vida, vai trazer à tona no corpo físico, desde antes da concepção fetal, os fatores necessários para a predisposição à síndrome e para a necessária reparação dos crimes cometidos.

Não se trata, portanto, de uma cisão do pensamento, conforme lhe indica o nome, mas de uma dificuldade em exteriorizá-lo em face do processo complexo supra-explicado que constitui para o esquizofrênico um impositivo expiatório, uma vez que em outras tentativas provacionais, em outras existências, ele fora malsucedido.

Dessa maneira, com as contribuições da ciência espírita, pode-se entender a esquizofrenia como sendo uma síndrome que tem no seu fundamento um transtorno espiritual. Este gera no corpo os meios fisiológicos necessários à sua exteriorização, sendo influenciado por diversos fatores psicossociais. Além disso, é preciso levar em conta a influência negativa, através da obsessão, gerada pela(s) antiga(s) vítima(s) do atual doente, o que contribui para o agravamento do quadro e para o surgimento de outras disfunções características do transtorno. Por isso mesmo, é preciso vê-la como sendo um processo misto de natureza espiritual, fisiológica, obsessiva e com fortes influências psicossociais.

Mister se faz anotar, ainda, que todas essas etiologias atualmente explicadas pela ciência são, na verdade, “causas-conseqüências” e não as origens reais, uma vez que estas se encontram no ser causal e não na sua cópia material. Afora isso, a complexidade sintomatológica e causal está, certa e diretamente, ligada às intricadas e complexas tramas do Espírito e do destino. Outrossim, aquilo que muitos têm na cota de alucinações e de delírios são, em reiteradas oportunidades, contatos mediúnicos; não se ignorando, entretanto, que podem ser também reflexos da consciência em turbilhão que traz, de quando em vez, sensações do passado ou ainda originadas pela desorganização do soma.

Portanto, por se tratar de uma síndrome com grandes componentes fisiológicos, o tratamento farmacológico guiado pelos antipsicóticos propostos pela psiquiatria se faz urgente. Tanto para reprimir os sintomas, quanto para tratar aquilo que preferimos chamar de “causas-conseqüências”. No entanto, não se deve furtar aos benefícios das diversas abordagens psicoterápicas vigentes para ir além da tratativa dos sintomas.

Observando-se as contribuições do Espiritismo, que vislumbra o ser integral, imprescindível se faz, com o objetivo de remontar às causas fundamentais da esquizofrenia, não ignorar a terapêutica espiritual, quais sejam a desobsessão, a fluidoterapia pela imposição das mãos e pela água, a oração e, primordialmente, a psicoterapia oferecida pela Doutrina Espírita, que se baseia nos ensinos de Jesus do amor e da caridade, e que um dia não muito longínquo impregnará os conceitos das academias.

Nada obstante, não se devem esperar resultados exageradamente rápidos em se tratando de tão grave enfermidade que tem raízes fincadas no passado, próximo ou milenar. Além do mais, seres imortais que todos são, os homens não devem vislumbrar apenas o momento fugidio, mas, sobretudo, o relógio do futuro.

Sendo assim, como ser imortal que vive no presente cuidando do porvir, o indivíduo, Espírito que é, deve procurar o trabalho da profilaxia. E, neste contexto, como se pode deduzir, o Evangelho de Jesus é ainda, e sempre será, a melhor alternativa. A sua mensagem de vida abundante deve hoje, e deverá amanhã, penetrar as vidas de todos em busca da saúde integral. O amor, terapêutico e profilático, é, e sempre será, o divino remédio. Neste sentido, a relevância oportuna das palavras do Mestre: “reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metidos em prisão”. E esta prisão, muitas vezes, vem em forma de uma estrutura nervosa desajustada, similar àquela que ocorre em um paciente esquizofrênico.

Bibliografia:

Kaplan, Harold I. Sadock, Benjamin J. Grebb, Jack A. trad. Dayse Batista. Compêndio de psiquiatria : ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 7.ed. 6ª reimpressão. Porto Alegre : Artmed, 1997, capt.13, p.439-466.
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Franco, Divaldo P. pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Entre os dois mundos. 1.ed. Bahia : LEAL, 2005, capt.13, p.142-145.
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Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro : FEB.
Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 112.ed. Rio de Janeiro : FEB, introdução, ponto IV, p.51.
São Matheus 5: 23 e 24.

Complementos

O esquizofrênico

A esquizofrenia é uma enfermidade mental semelhante à obsessão espirítica e pode ser classificada como auto-obsessão. Os pacientes portadores dessa anomalia mental escutam vozes constantemente e têm mania de perseguição. Julgam-se saudáveis e na maioria das vezes resistem ao tratamento médico ou espírita. Nos casos em que o enfermo aceitar, ele poderá ser encaminhado ao tratamento convencional de desobsessão. O entrevistador não deverá considerar as manifestações do psiquismo doentio desses pacientes, como sendo informações consistentes para suas investigações. Geralmente os esquizofrênicos são Espíritos muito endividados com o passado, que estão em encarnações de grave expiação. A terapia espírita deverá estar associada ao tratamento psiquiátrico.

Ver capítulo 12 do livro No Mundo Maior - Estranha Enfermidade